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A estratégia de saúde da família no contexto social-urbano do Recife : uma contribuição à análise das desigualdades territoriais na saúde e seus determinantes

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Previous issue date: 2009 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / No Brasil, e mais especificamente, no Recife, a marcada desigualdade na educação, no
saneamento básico, no acesso aos recursos de saúde, na distribuição de renda, dentre
outros, tem se evidenciado por meio de acentuadas diferenças no risco de morte dos
diversos estratos sociais. No tocante à mortalidade infantil, a observação das desigualdades
em seus níveis é fundamental para a compreensão das relações entre a saúde e as condições
sócio-econômicas e ambientais, além da possibilidade de averiguar a eficácia do sistema de
atenção à saúde. Deste modo, este estudo tenciona caracterizar o perfil da mortalidade
infantil do Recife através da análise das desigualdades territoriais e sociais, nas quais a
população está submetida, avaliando o impacto da implantação da Estratégia de Saúde da
Família (ESF) na transformação desta realidade. Para tanto, foi realizado inicialmente um
levantamento bibliográfico e pesquisa documental, além da aplicação de questionários e
entrevistas aos atores envolvidos nesta política de atenção básica. As localidades
selecionadas para o estudo foram dois bairros do Distrito Sanitário IV da cidade do Recife:
Iputinga e Engenho do Meio. Ambos são casos exemplificativos da intensidade com que as
variáveis territoriais interferem nas condições de saúde da população, além de
apresentarem uma boa cobertura da ESF. Através da análise dos dados obtidos, observouse
uma diminuição considerável da mortalidade infantil nestes bairros. Este avanço se
deve, dentre outros fatores, ao caráter indispensável da Estratégia de Saúde da Família, e
particularmente, do Agente Comunitário de Saúde na redução substancial da mortalidade
infantil, sendo este um indicador amplamente utilizado para avaliar o impacto da ESF.
Vários são os fatores relacionados nesta assertiva. O primeiro diz respeito ao próprio foco
inicial e principal da ESF: maior atenção à saúde materna e infantil. O segundo se refere ao
novo modelo de atendimento implantado. Contudo, apesar da redução dos níveis da
mortalidade infantil, são mantidas as desigualdades sociais em saúde, e os processos
sociais que comprometem as condições de vida continuam desempenhando um relevante
papel na sua determinação. Este quadro deficitário das condições de oferta de serviços
essenciais de saneamento, habitação e água encanada, repercute na saúde pública, elevando
os índices de mortalidade e morbidade decorrentes de doenças relacionadas às condições
inadequadas de infra-estrutura urbana, principalmente na mortalidade infantil até um ano,
período de maior vulnerabilidade em relação a estas condições. A Estratégia de Saúde da
Família, apesar de inegavelmente contribuir com essa tendência na diminuição da
mortalidade infantil no Recife, ainda tem apresentado dificuldades operacionais dentro da
execução de suas ações. Além disto, tem esbarrado na necessidade de mudanças
significativas dos padrões econômicos e de intensificação de políticas sociais que poderiam
provocar transformações de impacto na condição de saúde das populações e, por
conseqüência, na mortalidade infantil

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6182
Date31 January 2009
CreatorsBASTOS, Priscila Felix
ContributorsBITOUN, Jan
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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