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Efeito de variáveis ambientais sobre a estrutura de comunidade dos Crustacea Decapoda na plataforma continental sul do Rio Grande do Sul (Brasil)

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Previous issue date: 2012 / A compreensão quantitativa dos fatores que definem a distribuição dos organismos é essencial para
uma previsão de pesca e uma gestão eficiente dos estoques. O objetivo deste estudo foi investigar os
efeitos potenciais das principais variáveis abióticas nos crustáceos decápodos epibentônicos na
plataforma ao sul do Brasil. Foi possível testar estatisticamente (MDS, ANOSIM e SIMPER), pela
primeira vez, o efeito da temperatura, salinidade, massas d água, profundidade, sedimentos,
sazonalidade e interanualidade na estrutura de comunidade de crustáceos decapodos epibentônicos da
plataforma continental (8-200 m) sul do Rio Grande do Sul. Totalizaram-se 298 estações de coleta em
9 cruzeiros (NOc."Atlântico Sul": Projeto Crustáceos Decápodos da Costa Rio-grandina; 1982-1984).
Em cada estação tomaram-se os dados de temperatura, salinidade e profundidade, efetuando-se um
arrasto com rede camaroneira de portas (malha: 13 mm) para a coleta biológica. Realizou-se análises
multivariadas basedas nas 21 espécies mais frequentes. O peneídeo Artemesia longinaris (abundância:
90,8%) foi dominante, seguido por Pleoticus muelleri (4,6%), Portunus spinicarpus (1,4%) e
Parapenaeus americanus (0,8%). A temperatura de fundo, no período de primavera e verão, exerce
efeito significativo na estrutura de comunidade dos decápodos, na plataforma interna. Diferencia-se
um grupo de decápodos de águas quentes (20-25ºC) em relação às faixas de 11-14,9ºC e 15-19,9ºC.
Artemesia longinaris apresenta tendência termófila dentro de sua valência euritérmica. A salinidade de
fundo, no período de outono e inverno, exerce efeito significativo na estrutura de comunidade dos
decápodos, na plataforma interna. O grupo da faixa 30-34,9 diferencia-se em relação aos das faixas
11-24,9 e 25-29,9. As espécies Portunus spinicarpus e Dardanus insignis estiveram mais associadas à
salinidades maiores que 30, enquanto Artemesia longinaris e Pleoticus muelleri exibiram capacidade
de adaptação à salinidades menores que 30. A Pluma da Lagoa dos Patos (PLP) e a Pluma do Rio da
Prata (PRP) atuam como um conjunto para a comunidade de decápodos da área. As massas d água
exercem efeito significativo na estrutura de comunidade dos decápodos da plataforma interna. Os
grupos da Água Central do Atlântico Sul, PLP-PRP, Água Subantártica de Plataforma e Água
Subtropical de Plataforma diferem entre si. Artemesia longinaris, dentro de sua valência termohalina,
exibe capacidade de adaptação à PLP. A plataforma da área diferencia-se em faixas de profundidade
influenciando a estrutura de comunidade dos decápodos. A plataforma externa (100-200 m) atua como
uma unidade, e difere da plataforma interna (08-65 m), considerando-a como uma unidade, e também
de cada uma das suas três faixas (08-20 m; 21-35 m; 36-65 m), as quais também são distintas entre si e
dispostas em paralelo à costa. Propõe-se que a segunda faixa de profundidade atue como uma
transição entre a primeira e a terceira, bem como a terceira atue como uma transição entre a plataforma
interna e a externa. Os sedimentos (granulometria) discriminaram grupos de Decapoda, apenas quando
cada faixa de profundidade foi considerada como uma unidade, apresentando efeito na estrutura da
comunidade em unidades de menor escala espacial, e indicando haver outras variáveis com maior
atuação nas unidades de maior escala. A regra geral foi diferenciar grupos com ocorrência
predominante em fundos arenosos em relação aos de maior fração lamosa. A sazonalidade exerce
efeito significativo na estrutura de comunidade dos decápodos na plataforma externa (primaveraverão)
e interna (verão-inverno). Na plataforma interna, a diferenciação dos grupos passa pela
diminuição da riqueza de espécies e respectivas densidades na comunidade de decápodos de inverno,
resultado de variações termohalinas restritivas no período de inverno. A variabilidade interanual
exerce efeito significativo na estrutura de comunidade dos decápodos na plataforma externa e interna.
As variações interanuais estão ligadas às massas d água nos respectivos períodos, tendo o ENSO como
fator gerador. Dois mecanismos são propostos para explicar o efeito do fenômeno ENSO sobre a
comunidade de decápodos: a) aumento das chuvas e da descarga da Lagoa dos Patos em condição El
Niño, afetando os decápodos costeiros; b) o deslocamento das massas d água provocado pelas
diferentes condições ENSO, afetando a comunidade de decápodos na plataforma interna e externa.
Assim, este estudo contribui para elucidar as relações altamente complexas entre os organismos e seu
ambiente na região

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8819
Date31 January 2012
CreatorsSouza, José Afonso Feijó de
ContributorsSchwamborn, Ralf
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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