O retorno ao estro após a cobertura ou inseminação artificial e o abortamento são as principais falhas reprodutivas observadas nas granjas suínas, exercendo influência sobre os dias não-produtivos e sobre a taxa de reposição do plantel. A determinação dos fatores que influenciam a ocorrência de retorno ao estro após a cobertura e o conhecimento do desempenho reprodutivo de fêmeas reinseminadas após apresentarem retorno ao estro (RE) ou abortamento (AB) tornam-se importantes ferramentas para auxiliar na decisão de remover ou recobrir fêmeas do plantel. Com esses objetivos, esta tese foi realizada, através do desenvolvimento de três experimentos. O primeiro experimento foi realizado para determinar alguns fatores que contribuem para a fêmea retornar ao estro após a inseminação ou cobertura. Fêmeas com cistos ovarianos no momento da IA apresentaram maior chance de retornar ao estro (9,0 vezes mais) do que fêmeas sem cisto (33% x 10,4%). Houve interação entre a classe de ordem de parto (OP) e o dia da semana em que a fêmea foi inseminada, onde fêmeas inseminadas entre quinta e sábado, independente da classe de OP apresentaram maior chance de retornar ao estro. Leitoas e porcas OP1 apresentaram maior chance de retornar ao estro, independentemente do dia da semana da IA. Porcas com intervalo desmame-estro (IDE) maior do que 5 dias apresentaram 2,6 vezes mais chance de retornar (21,4%) do que fêmeas com IDE menor do que 5 dias (7,3%) Nas fêmeas desmamadas, o RE foi afetado pela interação da OP e da perda do escore corporal visual (ECV) durante a lactação, onde fêmeas OP1 e OP2 com perdas maiores do que 0,5 ponto de ECV apresentaram maior chance de retornar do que fêmeas de outras categorias de OP. O segundo e o terceiro estudo foram desenvolvidos com o objetivo de avaliar o desempenho reprodutivo de fêmeas reinseminadas após apresentarem retorno ao estro ou abortamento, comparando com fêmeas de primeiro serviço, através da avaliação de registros de bancos de dados. No segundo estudo, as fêmeas foram avaliadas conforme a situação no momento da cobertura: fêmea recoberta após ter apresentado retorno ao estro (R), após abortamento (AB) e fêmeas de 1º serviço (1S). Foram utilizadas 24194 coberturas de quatro granjas localizadas na região Centro-Oeste. A taxa de parto (TP) das fêmeas 1S foi maior do que a das fêmeas R. A TP de fêmeas AB não diferiu da das outras situações avaliadas. A taxa de RE nas fêmeas R foi maior do que a das outras situações (P<0,05). A taxa de abortamento foi maior nas fêmeas AB do que nas R e foi menor nas fêmeas 1S. O número de leitões nascidos totais (LT) das fêmeas 1S foi menor do que o das R. Fêmeas OP1, na situação 1S, não apresentaram TP diferente das outras duas situações avaliadas, no entanto, a TP dessas fêmeas foi menor do que a das fêmeas das outras classes de OP na mesma situação. A TP de fêmeas com intervalo de retorno precoce (11-17dias) ou tardio (>48 dias) foi menor do que os demais intervalos de retorno avaliados (P<0,05). O terceiro estudo foi realizado em uma granja da região Sul, avaliando 19575 coberturas O objetivo foi comparar o desempenho reprodutivo de fêmeas inseminadas após apresentarem um retorno ao estro (R), dois retornos ao estro (RR), abortamento (AB) e primeiro serviço (1S). A taxa de parição das fêmeas R foi menor (76,0%; P<0,05) do que a das fêmeas 1S (87,2%) e AB (86,2%). A taxa de retorno das fêmeas R foi maior (19,4%; P<0,05) do que a das fêmeas 1S (8,4%) e AB (6,3%). Fêmeas nas situações RR apresentaram menor taxa de parição (40,1%) e maior taxa de retorno ao estro (56,9%) do que fêmeas de 1S, AB e R (P<0,05). A taxa de abortamento de fêmeas AB (5,8%; P<0,05) foi maior do que a das fêmeas 1S (2,3%) e R (2,6%). Fêmeas com retorno regular (18 a 24 dias) apresentaram maior taxa de retorno ao estro e menor taxa de parto do que fêmeas com intervalo de retorno maior do que 24 dias. Conforme os resultados obtidos nos três trabalhos, é possível concluir que fêmeas jovens constituem um fator de risco para a ocorrência de retornos ao estro. A presença de cistos ovarianos, a perda de condição de ECV de fêmeas jovens na lactação, a duração do IDE e o dia da semana da IA também foram fatores associados a maiores taxas de retorno ao estro. Fêmeas reinseminadas após um retorno ao estro apresentam comprometimento da TP. A taxa de RE de fêmeas nas situações R foi maior do que a das fêmeas 1S e AB. Fêmeas inseminadas na situação RR apresentaram comprometimento na TP e no LT. O LT de fêmeas R foi maior do que o das 1S, no entanto, não diferiu das fêmeas na situação AB. / The return to estrus after artificial insemination (AI) and abortion are the main reproductive failures in swine farms, influence on the non-productive days and the replacement rate of the herd. The determination of the factors that influence the return to estrus after AI and knoledge the reproductive performance of re-serviced females after showed return to estrus (RE) or abortion (AB) become important tools to assist in the decision to remove or maintain the female in the herd. Through these objectives, this thesis was run by developing three works. The first experiment was conducted to determine factors that contribute to the female return to estrus after insemination. Females with an ovarian cyst at the AI had 9.0-times higher (33%) odds of return to estrus than those without cysts (10.4%). There was interaction between the parity order (PO) and the day of the week in AI occurred. Independently of PO category, females inseminated from Thursday to Saturday had higher odds for return to estrus when compared with the reference category inseminated from Sunday through Tuesday. Gilts and PO1 females had higher odds for return to estrus independently of insemination day. Sows with weaning-estrus interval (WEI) >5 days had 2.6-times higher (21.4%) odds return compared to the sows with WEI of 0-5 days (7.3%). In weaned sows, the RE was also affected by the interaction between PO and body condition score (BCS) during lactation Loss of more than 0.5 unit in BCS result in higher odds of return to estrus in PO1 and PO2 but not in PO>2 sows. The second and third study was performed to evaluate the reproductive performance of females re-breeding after submitting to the return to estrus or abortion compared with first service females through evaluation of records from databases. In the second study, the females were evaluated according to the state at the time of isemination day: female re-serviced after submitting return to estrus (R), abortion (AB), and first service females (1S). Records used were obtained from 4 comercial herds in Middle West Region including 24,194 breedings. The farrowing rate (FR) of 1S females was higher than R females. The FR of AB females did not differ from the other states evaluated. The rate of RE in R females was higher than in other states (P <0.05). The abortion rate was higher in AB than R females and was lower in 1S. The litter size (LS) in 1S females was lower than R (P<0.05). R Females had lower FR and higher RE rate than the other states. PO1 sows, in the state 1S, did not have FR different from the other two studied states, although, the FR of these females was lower than the females from other PO category in the same state. The farrowing rate of R females in early (11-17d) or late (>48d) intervals after insemination day was significantly lower than other intervals of return to estrus. The third study was conducted on a farm in South Region, assessing 19575 breedings. The objective was to determine the reproductive performance of females re-serviced after return to estrus (R), two return to estrus (RR), abortion (AB) and first service (1S) The FR of R females were lower (76.0%, P<0.05) than that 1S (87.2%) and AB females (86.2%). The RE rate of the R females was higher (19.4%, P <0.05) than 1S (8.4%) and AB females (6.3%). Females in RR states had lower FR (40.1%) and a higher RE rate (56.9%) than 1S, AB and R females (P <0.05). The abortion rate of AB females (5.8%, P <0.05) was higher than 1S (2.3%) and R (2.6%). Females with regular return to estrus (18 to 24 days) showed a higher RE rate and lower FR rate than females with an interval of return longer than 24 days. According to the results of the three studies, it is possible to conclude that return to estrus is increased in young females. The presence of an ovarian cysts, the loss of BCS females in lactation, the WEI and the day of the week of IA occurred were also factors associated with higher rates of return to estrus. Females inseminated after a return to estrus showed damage in FR. The RE rate females in R states was higher than 1S and AB females. Females inseminated in the RR states showed FR and LS damage. The LS of RF females was higher than the 1S, however, did not differ from AB females.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/15886 |
Date | January 2008 |
Creators | Vargas, Anamaria Jung |
Contributors | Wentz, Ivo |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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