Durante os anos de 1889 e 1890 uma forte epidemia se abateu sobre Campinas. Alguns médicos diziam ser a temida febre amarela, outros, no entanto, não concordavam com o diagnóstico e supunham ser alguma outra das tantas febres que reinavam na cidade. E a doença voltaria a se manifestar em 1890, colocando na pauta do dia antigas discussões. Mesmo considerando que as epidemias que se abateram em Campinas foram realmente de febre amarela, as discórdias entre os médicos evidenciavam o quanto alguns aspectos da doença ainda eram desconhecidos da comunidade médica; essas desavenças sugerem também que, ao contrário do que indica a bibliografia sobre a história da cidade de Campinas, nem sempre a classe médica daquela cidade superou suas discórdias particulares em favor da erradicação da doença na cidade. O tema da febre amarela em Campinas é pouco comentado na bibliografia sobre a história daquela cidade, e, em tais exceções, a perspectiva das narrações sempre recaia sobre os esforços de médicos e sanitaristas em vencer a doença e livrar Campinas dos infortúnios da febre amarela, prevalecendo sempre a figura de determinados personagens. Dessa maneira, ao invés de seguir essa linha costumeira e considerar apenas os esforços considerados efetivamente válidos no combate à febre amarela, interessa-nos mais observar, no próprio contexto, quais eram as percepções que aqueles clínicos possuíam sobre a doença e como essas percepções ditavam suas práticas médicas. / During the Years of 1889 and 1890, a swift epidemic outbrake stroke the city of Campinas. Even though some physicians argued that it was in fact the \"dreaded\" Yellow Fever, many doctors disagreed, assuming it was just one of the many other illnesses that had previously hunted the town. By the year of 1890, the disease was back in the hospitals and in the medical agenda. Even considering that the epidemics that fell upon Campinas in the course of those years were endeed Yellow Fever outbrakes, these opposing diagnostics clearly show that some aspects of this condition were still unknown to the medical community. They also suggest that, contrary to what the majority of the bibliography concearning Campinas\'s history states, the medical community of that area wasn\'t always able to overcome personal issues in favor of the erradication of this disease. The topic of the Yellow fever outbrake in Campinas has never been sufficiently explored by historians. In the few cases where that happened, the narratives exlusively focus on the medical and hygienical efforts to overcome the epidemic burst of the fever in the city, prevailing the image and accomplishes of some specific characters. Therefore, instead of seeing this through tradicional angles, considering just the approved measures taken back then to fight the disease, it\'s more in our interest to explore what perceptions these physicians had about this particular ilness and, more importantly, how these perceptions defined their medical practice.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-08012013-120133 |
Date | 05 October 2012 |
Creators | Silva, Felipe Nascimento da |
Contributors | Dantes, Maria Amelia Mascarenhas |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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