Resumo: As transformações biopsicossociais da adolescência colocam os adolescentes transplantados de fígado em maior risco de não aderência ao tratamento e piora da evolução quando comparados a outros grupos etários. Este estudo procura elucidar a influência de fatores psicológicos do paciente e sua família na aderência ao imunossupressor após o transplante hepático. Pacientes e Métodos: Sete instrumentos psicológicos foram aplicados a 30 pacientes transplantados hepáticos adolescentes e adultos jovens (12 a 30 anos): escala de autoestima, escala de resiliência, escala de qualidade da interação familiar, escala de satisfação com a vida, escala de orientação de vida, escala de exigência e responsividade e escala de autoeficácia percebida, além do passaporte de aptidão do paciente e seu responsável (MyHealth passport) para transferência ao ambulatório dos adultos. Os dados foram analisados pelo SPSS 13 e Statistica e os resultados correlacionados com a aderência e rejeição pós-transplante hepático. Resultados: Na avaliação do perfil psicológico do paciente utilizando a regressão logística multivariada, as variáveis orientação de vida e resiliência foram as principais características que interferem na rejeição clínica. Na avaliação da família, a presença de punição física praticada pela mãe e a comunicação negativa aumentam a possibilidade de rejeição clínica. As variáveis do pai que atuam na boa aderência foram comunicação negativa, responsividade, clima conjugal positivo, punição física e comunicação positiva, enquanto que envolvimento, sentimento dos filhos e comunicação positiva foram as principais características associadas à rejeição clínica. A maioria (93,3%) dos pacientes recebeu escore alto no passaporte, o que aconteceu em 60% dos responsáveis. Escores altos no passaporte do responsável estão relacionados com maior satisfação com a vida dos pacientes, clima conjugal positivo da mãe e do pai, comunicação negativa do pai e sentimentos dos filhos em relação à mãe. Conclusão: O perfil psicológico do paciente e da família interferem na adesão ao tratamento imunossupressor e na rejeição pós-transplante hepático e poderiam ser utilizados para triagem de pacientes com risco de má aderência ao tratamento imunossupressor e consequente rejeição ao enxerto. O passaporte do adolescente e de seu responsável não são um instrumento confiável para avaliar a aptidão para a transição para o ambulatório dos adultos.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/26948 |
Date | 09 April 2012 |
Creators | Bermudez, Beatriz Elizabeth Bagatin Veleda |
Contributors | Celli, Adriane, Weber, Lidia Natalia Dobrianskyj, Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias da Saúde. Programa de Pós-Graduaçao em Saúde da Criança e do Adolescente |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0019 seconds