Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2012 / Made available in DSpace on 2013-06-25T18:57:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
313879.pdf: 9503498 bytes, checksum: 5e67dacfeef52d049382df2fe9ccafcb (MD5) / Esta tese objetiva investigar e mapear o fenômeno da variação pronominal de segunda pessoa do singular, tu/você/o senhor, na função de sujeito e sua correlação com as formas pronominais que aparecem na função de complementos verbais e de adjuntos (oblíquos e possessivos) a partir de dados sincrônicos do português de Florianópolis (SC), a fim de compreender a natureza e a extensão do encaixamento desses pronomes no sistema linguístico dessa comunidade. Nosso aparato teórico baseia-se nos pressupostos da Teoria da Variação e Mudança Linguística e da Dialetologia Pluridimensional. Analisamos o condicionamento do fenômeno em questão correlacionando-o a grupos de fatores linguísticos, sociodiscursivos, sociais e geográficos. O corpus é composto uma amostra constituída de 28 entrevistas e outra de 40 testes de percepção e produção realizados com informantes florianopolitanos. Os resultados gerais mostram que os ilhéus preferem, de uma forma geral, o uso de tu para o tratamento com o seu interlocutor. A análise estatística evidencia que os grupos de fatores mais relevantes no condicionamento da variação no uso dos pronomes de segunda pessoa do discurso em Florianópolis são, para as duas amostras utilizadas: a) sexo; b) faixa etária; c) tipo de relação entre os interlocutores; d) paralelismo sujeito e clítico e e) paralelismo sujeito e possessivo; para a amostra de entrevistas, a) diazonalidade e b) escolaridade também se mostraram relevantes. Os resultados mostram que, em Florianópolis, as mulheres usam mais tu que os homens e os mais jovens usam mais a forma tu do que os mais velhos. Para dirigir-se ao inferior, a forma mais utilizada pelo superior é tu, enquanto na relação entre iguais, a forma mais utilizada é tu e, no caso de inferiores se dirigindo aos superiores, a forma preferida é o senhor, seguida de você. Os florianopolitanos usam mais o paralelismo entre as formas pronominais, independentemente do pronome usado. Os mais escolarizados usam mais a forma tu do que os menos escolarizados. Os indivíduos das zonas menos urbanas usam mais a forma tu do que os das zonas mais urbanas. Praticamente todos os resultados dos testes de percepção e produção corroboram com os resultados da amostra de entrevistas, exceto quando tratamos da faixa etária. A maioria dos ilhéus avalia positivamente a forma você e a considera "boa" ou "mais bonita" que as demais formas de segunda pessoa (tu e o senhor) e, por outro lado, não consideram "feia" ou "ruim" nenhuma dessas formas, embora uma boa parte deles considere o tu "feio" ou "ruim".<br> / Abstract : This research aims to investigate and map the singular second person pronoun variation, tu/você/o senhor, in the subject function and its relation to the pronoun forms that appear in the function of verb complement and adjunction (oblique and possessive) based on synchronic data from Florianópolis (SC) Portuguese in order to comprehend the nature and the extension of these pronouns in the linguistic system of this community. Our theoretical path is based on the Theory of Linguistic Variation and Change and Pluridimensional Dialectology. We analyzed this phenomenon relating it to the groups of linguistic, discursive, social and geographical factors. The sample is constituted by 28 interviews and 40 tests of perception and production realized with informants from Florianópolis. The general results show that the island locals prefer the use of tu to the interlocutor treatment. The statistic analysis demonstrates that the most relevant factor groups in the variation occurrence in terms of using the second person pronoun in Florianópolis are a) sex; b) age; c) type of interlocutor relationship; d) parallelism of subject and clitic and e) parallelism of subject and possessive. In relation to the interview samples, the most relevant groups are: a) zone and b) education. The results show that in Florianópolis women use more tu than men, and the youngest people use more the linguistic form tu than the oldest people do. To direct to inferior people, the most used form by the superior is tu while in equal relationships the most used one is tu. In terms of inferior directing to the superior people, the most used form is o senhor followed by você. Florianópolis people use more the parallelism among the pronoun forms, independently the used pronoun. The most educated people use more the form tu than the least ones. The people from less urban zones use more the form tu than the people from urban ones. The test results of perception and production contribute to the results from the samples and the interviews, except when we treat the factor of age. Most of the locals evaluate positively the form você and consider it good or more beautiful than the other forms of second person pronoun (tu/ senhor), and, in the other hand, these people do not consider bad or ugly any of these forms, although part of them consider tu a bad or ugly form.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/100414 |
Date | January 2012 |
Creators | Rocha, Patrícia Graciela da |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Coelho, Izete Lehmkuhl |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 336 p.| il., grafs., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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