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A fotografia na percepção da arquitetura

A fotografia, como aparato tecnológico físico/químico, tem, desde sua origem, características científicas e artísticas. Esta dualidade tem especial importância quando aplicada à arquitetura. Seria a fotografia uma forma de representação da obra arquitetônica ou uma arte independente, que tem a possibilidade de criar mundos artificiais ou irreais? Por mais que o senso comum acredite na honestidade e fidedignidade da fotografia, o mundo e, mais especificamente, a arquitetura se mostram de maneiras peculiares quando vistos pelas lentes da fotografia. Esta confusão sobre o que é a fotografia – um registro fiel da ‘realidade’ visual? Uma forma de expressão artística de seu operador (fotógrafo)? – é o ponto central desta tese. Este trabalho propõe uma reflexão teórica sobre as consequências desta aparente confusão ou desconsideração das diferenças entre o registrado e o ‘real’, dos limites e capacidades da fotografia em representar o que está defronte da lente. Trata-se de um trabalho inicialmente descritivo do ato fotográfico em relação aos elementos envolvidos nesta ação, de suas responsabilidades e das consequências no resultado – a imagem obtida. Pretende-se evidenciar as possibilidades da fotografia de manipular a realidade, seja por meio de operações de ‘apagamento’ de elementos do entorno, deixando-os fora de quadro, ou pela pós-edição, seja pela mudança de lentes com suas características e aberrações ópticas ou pela exploração de como o filme ou tablete digitalizador registra a luz, entre outros recursos e possibilidades. A partir dessa demonstração, propõem-se algumas reflexões teóricas sobre possíveis consequências que a aparente inconsciência dessas características da fotografia pode produzir na percepção da arquitetura. Com tais reflexões, pretendese contribuir para uma tomada de consciência crítica do que a fotografia é capaz e sugerir questionamentos sobre como essas possibilidades podem estar influenciando a arquitetura, tanto na forma de vê-la quanto nas opções projetuais. Espera-se que este trabalho seja uma contribuição na formação de fotógrafos conscientes de suas ações, de leitores críticos e conscientes do que está sendo oferecido como informação pelas fotografias de arquitetura e de arquitetos que consigam entender o real significado desse recurso de representação e as repercussões que pode ter sobre o ato de projetar. / The photography, as physical/chemical technological apparatus, has, from its origin, scientific and artistic characteristics. This duality is particularly important when applied to architecture. Would photography be a form of representation of the architectural work or could be classifies as an independent art that has the ability to create artificial or unreal worlds? Despite common sense believes in photography´s honesty and reliability, the world, and most specially the architecture, shows itself in peculiar ways when viewed through the lens of photography. This issue about what is photography - a true record of visual ‘reality’? A form of artistic expression of its operator (photographer)? - is the focus of this thesis. This paper proposes a theoretical reflection on the consequences of this apparent confusion or disregard of the differences between what is shot and what is real, and a reflection about the photography´s limits and capabilities in representing what is in front of the lens. This is an initially descriptive work of the photographic act in relation to the elements involved in this action, of its responsibilities and consequences in the result - the obtained image. It aims to demonstrate how photography can manipulate reality, either through the deleting operation of elements of the environment leaving them out of context or by postediting, either by changing lenses with their characteristics and optical aberrations or by the exploration of how the film or tablet digitizer records the light, among other features and possibilities. From this demonstration, it is proposed some theoretical discussions about possible consequences that the apparent unconsciousness of these characteristics of photography can produce in the perception of architecture. With these thoughts, this paper intends to contribute to a critical awareness of what photography is capable and suggest questions about how these possibilities can be influencing the architecture, both in the way of seeing it as in the projective options. It is hoped that this work can be a contribution in training of photographers aware of their actions, as well it can help the formation of critics and conscious readers of what is being offered as information through architectural photos and architects who can understand the real meaning of this representation feature and the reverberation that may have on the act of designing. / La fotografía, como aparato tecnológico físico-químico, desde su origen tiene características científicas y artísticas. Esta dualidad es de especial importancia cuando se trata de Arquitectura. ¿Sería la fotografía una forma de representación de la obra arquitectónica o un arte independiente que tiene la posibilidad de crear mundos artificiales o irreales? Por más que el sentido común acepte la honestidad y fidelidad de la fotografía, el mundo y más especialmente la arquitectura se muestran de maneras peculiares cuando son vistos a través de los lentes. Esta confusión sobre lo que es la fotografía – un registro fiel de la realidad visual o una forma de expresión artística del fotógrafo – es el tema central de esta tesis. El trabajo analiza las consecuencias de esta aparente confusión o desconsideración de las diferencias entre lo registrado y lo ‘real’ y de los límites y capacidades de la fotografía para representar lo que está al frente de la lente. Se trata de un relato inicialmente descriptivo del acto fotográfico en relación a los elementos involucrados, de sus responsabilidades y de las consecuencias en el resultado, o sea la imagen obtenida. Se pretende destacar las posibilidades de la fotografía para manipular la realidad: sea por la eliminación de elementos del entorno ‘borrándolos’ y dejándolos por fuera del cuadro, sea por la edición posterior de la imagen, sea por la mudanza de lentes con sus características y aberraciones ópticas o por la exploración de las posibilidades de la película o de la digitalización para registrar la luz, entre otros recursos. A partir de esta demostración, se proponen reflexiones teóricas sobre posibles consecuencias que la aparente desconsideración de las características de la fotografía puede generar en la percepción de la arquitectura. Con estas consideraciones se pretende contribuir para una mayor toma de consciencia crítica en relación a las capacidades de la fotografía, bien como sugerir interrogantes sobre como esas posibilidades pueden estar influenciando la arquitectura, tanto en la forma de verla como en sus opciones proyectuales. Se espera que este trabajo sea una contribución para la formación de fotógrafos conscientes de sus acciones, de lectores críticos y conscientes de la información que la fotografía ofrece y para que los arquitectos entiendan el real significado de este recurso de representación y de las repercusiones que puede tener sobre el acto de proyectar.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/53735
Date January 2012
CreatorsVieira, Cesar Bastos de Mattos
ContributorsCattani, Airton
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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