[pt] O presente trabalho tem com objetivo investigar a
existência ou não de
projetos futuros em mulheres encarceradas. Partindo do
pressuposto de que as
instituições totais têm como característica principal a
dessubjetivação do sujeito,
buscou-se analisar a fala de 154 presas em suas
singularidades. A maternidade e a
família apresentaram-se como o fio condutor na fala da
grande maioria das
entrevistadas. A religião surgiu como uma categoria
importante no que tange a
apropriação que as presas fazem desta para minimizar as
mazelas do cotidiano
carcerário e estabelecer uma convivência amistosa com as
companheiras e com as
agentes penitenciárias. O culto ao corpo aparece como uma
outra categoria no
cerne da experiência de encarceramento, uma vez que se
transforma numa
resistência a maciça institucionalização. Os projetos
futuros são construídos a
partir do valor dado a família, em especial a maternidade.
A religião, em especial
a evangélica, é apropriada como construção de táticas de
sobrevivência dentro
da prisão. O culto ao corpo serve como uma linha de fuga
aos processos de
serialização instituídos no cárcere feminino. Como
conclusão apontamos a
especificidade do encarceramento feminino: a maternidade.
O encarceramento
feminino atinge a sobrevivência dos filhos que, ante a
enorme precariedade em
que vivem, são destinados a abrigos do Estado ou enviados
burocraticamente a
familiares consangüíneos da presa. Assinalamos, neste
estudo, a necessidade de
construção de políticas públicas que se responsabilizem
pelo bem estar de filhos e
filhas de mulheres encarceradas. / [en] The current work is intended to investigate the existence
or not of future
projects for incarcerated women. Starting from the
assumption that the total
institutions have as their main characteristic the de-
subjectivation of the subject,
we sought to analyze the talk of 154 convicts in the
uniqueness. Motherhood and
family were presented as the lead in the talk of the great
majority of those that
were interviewed. Religion appeared as an important
category in regard to the
appropriation that the convicts make of it to minimize the
afflictions of the day to
day in jail and to establish a friendly companionship with
their fellow inmates a
with the prison agents. The cult to the body appears as
another category in the
core of the incarceration experience, since it transforms
into a resistant to the
massive institutionalization. The future projects are
built from the value given to
family, motherhood in particular. The religion,
particularly the evangelical, is
appropriated as the construction of survival tactics
inside the prison. The cult to
the body appears as escape route to the serialization
processes established in the
feminine incarceration. As a conclusion we point out the
specificity of the
feminine incarceration: motherhood. The feminine
incarceration hits the survival
of the children who, in view of the huge precariousness in
which they live, are
destined to State shelters, or burocratically sent to
blood relatives of the convict.
We stress, in this study, the need for building public
policies which become
responsible for the well-being of the sons ands daughters
of incarcerated women.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:8435 |
Date | 02 June 2006 |
Creators | NEILZA ALVES BARRETO |
Contributors | JUNIA DE VILHENA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0022 seconds