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A noção de diálogo materializada nos relatórios GRI

O objetivo de construir possíveis soluções para a crise ambiental mobilizou diferentes setores da sociedade e gerou demandas por atitudes sustentáveis e transparência no tratamento de informações por parte das organizações. Frente esse cenário, cresce a participação do empresariado no debate sobre o futuro do planeta. É nesse contexto que surge a Global Reporting Initiative (GRI), em 1997. Dada a importância assumida pelos relatórios de sustentabilidade, em especial pelo modelo GRI, revela-se fundamental compreendê-los como espaço em que as organizações se definem com relação aos seus públicos (BALDISSERA, 2008b). Nessa direção, a presente dissertação tem como objetivo geral problematizar os sentidos de diálogo atualizados pelo GRI-G4, em perspectiva da comunicação organizacional. Isto é, a intenção é evidenciar a potencialidade do diálogo para desdobramentos e implicações nesse contexto sociocultural. Dessa forma, adotamos, como referencial metodológico, a Hermenêutica de Profundidade (HP), proposta por Thompson (1995), que sugere a utilização de três dimensões de análise: análise sócio-histórica, análise formal ou discursiva e reinterpretação. A fim de compor a fase de análise sócio-histórica (THOMPSON, 1995), iniciamos nossas reflexões sobre diálogo a partir de Buber (2001; 2009) e Bakhtin (1992; 1999). Ao entrarmos no contexto organizacional, partimos dos estudos de Bohm (2005) para pensar as possibilidades do diálogo nas organizações Na sequência, discutimos a conformação da noção de sustentabilidade (LEFF, 2008) e a necessidade de mudança para a compreensão da sustentabilidade em sentido complexo (CAPRA, 2006). Utilizamos a técnica de Análise de Conteúdo (AC), proposta por Bardin (2011), para cumprir com a etapa de análise formal ou discursiva e analisar os relatórios publicados pela Alcoa, Fibria, Itaú e Natura, selecionados conforme critérios que serão apresentados no capítulo seis. Os resultados dessas diferentes dimensões de análise foram cruzados a fim de fazerem emergir novas percepções sobre os relatórios modelo GRI, atendendo à dimensão de reinterpretação (THOMPSON, 1995). Considerando os resultados encontrados, vimos que, de forma geral, há interesse das organizações em estabelecer relações com seus públicos, entretanto, as únicas formas possíveis de contato não permitem que sejam estabelecidas conversações e, muito menos, situações dialógicas. Além disso, atentamos para o fato de que, com base nos autores que acionamos em termos de comunicação organizacional, diálogo, e diálogo nas organizações, o diálogo – no sentido que adotamos nesta pesquisa – pouco se materializa no âmbito organizacional. / The objective of building possible solutions to the environmental crisis mobilized different sectors of society and generated demands for sustainable attitudes and transparency in the treatment of information by organizations. Facing this scenario, the participation of business people in the debate about the future of the planet grows. It is in this context that the Global Reporting Initiative (GRI) arises in 1997. Given the importance of sustainability reports, especially the GRI model, it is fundamental to understand them as a space in which organizations are defined in relation to Its audiences (BALDISSERA, 2008b). In this direction, the present dissertation has as general objective to problematize the (s) the senses of dialogue updated by the GRI-G4, in perspective of the organizational communication. That is, the intention is to highlight the potential of the dialogue for unfolding and implications in this sociocultural context. As a methodological reference, we use the Hermeneutics of Depth (HP), proposed by Thompson (1995), which suggests the use of three dimensions of analysis: socio-historical analysis, formal or discursive analysis and reinterpretation. In order to compose the socio-historical analysis phase (THOMPSON, 1995), we began our reflections on dialogue from Buber (2001; 2009) and Bakhtin (1992; 1999) When we enter the organizational context, we start with Bohm's (2005) studies to think about the possibilities of dialogue in organizations. In the sequence, we discuss the conformation of the notion of sustainability (LEFF, 2008) and the need to change to the understanding of sustainability in a complex sense (CAPRA, 2006). We used the Content Analysis (CA) technique, proposed by Bardin (2011), to comply with the formal or discursive analysis stage and to analyze the reports published by Alcoa, Fibria, Itaú and Natura, selected according to criteria that will be presented in chapter six. The results of these different dimensions of analysis were cross-referenced in order to create new perceptions about the GRI model reports, given the reinterpretation dimension (THOMPSON, 1995). Considering the results found, we have seen that, in general, there is an interest of the organizations in establishing relations with their public, however, the only possible forms of contact do not allow to be established conversations, and still less, dialogical situations. In addition, we take into account the fact that, based on the authors that we operate in terms of organizational communication, dialogue, and dialogue in organizations, dialogue - in the sense we have adopted in this research - does not materialize at organizational level.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/153384
Date January 2017
CreatorsOliveira, Mônica Carvalho de
ContributorsBaldissera, Rudimar
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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