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A capa carbonática do sudoeste do cráton amazônico, estado de Rondônia: nova ocorrência e extensão dos eventos pós-glaciação marinoana (635 Ma)

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Previous issue date: 2014 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / INCT/GEOCIAM - Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia / Na porção oeste da Bacia dos Parecis, Estado de Rondônia, inserida no sudoeste do Cráton
Amazônico, rochas carbonáticas expostas nas bordas dos grábens Pimenta Bueno e Colorado
têm sido consideradas como parte do preenchimento eopaleozoico da bacia. A avaliação das
fácies/microfácies e quimioestratigrafia dessas rochas nas regiões de Chupinguaia e Pimenta
Bueno, confirmou a ocorrência de dolomitos rosados que sobrepõem, em contato direto,
diamictitos glaciais previamente interpretados como depósitos de leques aluviais. Trabalhos
prévios reportaram excursão negativa de δ13C, também confirmados neste trabalho, com
variações entre -4.6 e -3,8‰VPDB em Chupinguaia e média de - 3,15‰VPDB em Pimenta
Bueno. Esse padrão, de sedimentação e quimioestratigráfico, ausente nas rochas paleozoicas,
é comumente encontrado nos depósitos carbonáticos anômalos do Neoproterozoico. No sul do
Cráton Amazônico, Estado do Mato Grosso, rochas com essas mesmas características são
descritas como capas carbonáticas relacionadas à glaciação marinoana (635 Ma). Neste
trabalho, consideramos que os dolomitos rosados sobre diamictitos, em Rondônia, fazem
parte do mesmo contexto das capas carbonáticas encontradas no Mato Grosso.
Adicionalmente, destaca-se o contato brusco e deformado do dolomito sobre o diamictito,
presente em ambas as ocorrências, configurando-se uma das feições típicas das capas
carbonáticas do Cráton Amazônico. Essa relação paradoxal, entre diamictito e dolomito, tem
sido interpretada como produto da mudança rápida das condições atmosféricas de icehouse
para greenhouse, e a deformação da base foi gerada pelo rebound isostático. A capa
carbonática de Rondônia compreende duas associações de fácies (AF2 e AF3) que recobrem
depósitos glacio-marinhos compostos por paraconglomerados polimíticos (Pp), e arenito
seixoso laminado (Asl), da AF1. A AF2 consiste em dolomudstone/dolopackstone peloidal
com laminação plana a quasi-planar e com truncamentos de baixo-ângulo (fácies Dp),
megamarcas onduladas (fácies Dm) e laminações truncadas por ondas (fácies Dt), interpretada
como depósitos de plataforma rasa influenciada por ondas. Esta sucessão costeira é sucedida
pela AF3, que compreende as fácies: dolomudstone/dolopackstone e
dolomudstone/dolograinstone com partição de folhelho (Df) e siltito laminado (Sl). A fácies
Df compreende um pacote de 6 metros de dolomito com partição de folhelho, apresentando
lâminas de calcita fibrosa (pseudomorfos de evaporito) e dolomitos com laminações
onduladas de corrente. Sobrejacente à fácies Df, ocorre a fácies Sl, apresentando 5 metros de
siltito argiloso com laminação plana. Esta associação é interpretada como depósitos de
plataforma rasa influenciada por maré, sendo sobreposta discordantemente, em contato
angular, por depósitos glaciais do Eopaleozoico. Os valores isotópicos de C e O são negativos
e refletem o sinal primário do C. No entanto, pode-se considerar uma leve influência da
diagênese meteórica no sinal. As principais quebras nos sinais negativos podem estar
associadas à influência meteórica, expressa pela substituição e preenchimento de poros por
calcita e pela proximidade de superfícies estratigráficas, os quais refletem alguns padrões de
alteração diagenética, representados nos sinais mais negativos. Diferentemente da capa
carbonática do Mato Grosso, a capa de Rondônia possui níveis de pseudomorfos de evaporito
e dolomitos com partição de folhelho (ritmito), em sucessão de fácies marinha rasa, onde os
dolomitos de plataforma rasa influenciada por ondas passam para ritmitos e siltitos de
plataforma rasa influenciada por maré (zona de inframaré), configurando uma sucessão
retrogradante. Esta nova ocorrência de capa carbonática modifica a estratigrafia da base da
Bacia dos Parecis, ao passo que exclui essas rochas carbonáticas da sequência eopaleozoica.
Além disso, fornece informações que permitem reconstruir melhor a paleogeografia costeira
da bacia neoproterozoica que acumulou os depósitos da plataforma carbonática do Grupo
Araras, bem como estende os eventos pós-marinoanos ligados à hipótese do
Snowball/Slushball Earth para o sudoeste do Cráton Amazônico, exposto no Estado de
Rondônia. / In the Western Amazon Craton, specifically in Western Parecis Basin, Rondônia State,
carbonate rocks exposed on border of Pimenta Bueno and Colorado Grábens are considered to
be part of the eopaleozoic basin fill. The facies and microfacies analysis together with
chemostratigraphy of theses rocks in Chupinguaia and Pimenta Bueno Region, confirmed the
occurrence of pinkish dolostone that overlie glaciogenic diamictite, previously interpreted as
alluvial fan. Previous works reported δ13C negative excursions, confirmed in this work as
well, ranging from -4.6 e -3,8‰VPDB in Chupinguaia, and average of -3,15‰VPDB in Pimenta
Bueno. This sedimentation and chemostratigraphic pattern, uncommon in paleozoic rocks, is
widely found in the anomalous neoproterozoic carbonates. In the Southern Amazon Craton,
Mato Grosso State, rocks with the same features were described as cap carbonates related to
the Marinoan Glaciation (635 Ma). Therefore this work considers this dolostones at the same
context of the cap carbonate in Mato Grosso. Additionally we stand out the sharp and loaded
contact between dolostone and diamictite, which happens in both occurrences, and is
seemingly a typical feature of cap carbonates in the Amazon Craton. This paradoxal
relationship has been interpreted as rapid change from icehouse to greenhouse conditions, and
the loaded contact is attributed to isostatic rebound. The Rondônia cap carbonate presents two
facies associations (FA2 and FA3) that overlie glaciomarine deposits (FA1) subdivided in two
facies: Polymitic paraconglomerates (Pp) and laminated pebbly sandstone (Asl). The FA2
consists into: peloidal dolomudstone/dolopackstone with planar to quasi-planar laminations
and low-angle truncations (Dp), megarriple bedding (Dm) and wave truncated laminations.
This association is interpreted as shallow platform deposits wave influenced. This coastal
succession is overlaid by FA3, which comprises the facies: dolomudstone/dolopackstone and
dolomudstone/ dolograinstone with shale partition (Df) and laminated shaly siltstone (Sl). Df
comprises 6m-thick of dolomite with parting shale, showing laterally continuous laminations
of fibrous calcite (pseudomorph of gypsum) and dolomite with current wavy lamination. The
Sl comprises 5m-thick of planar-laminated shaly siltstone. This association is interpreted as
shallow platform deposits tide influenced. Finally, this inner platform succession is overlaid
unconformably, in angular contact, by eopaleozoic glaciogenic diamictite. The isotopic values
of C and O are negative and reflect the primary signal of C, however it can be considered a
slight influence of meteoric diagenesis in the signal. The main shifts in negative signals are
associated with meteoric influences, expressed by replacement and pores filling by calcite,
and also by its proximity of stratigraphic surfaces, which reflect some patterns of diagenetic
alteration, represented by the most negative signals. Differently from Mato Grosso cap
carbonate, the Rondônia occurrence presents levels of pseudomorph of evaporites and
dolomite with parting shale (rhythmites), order in succession of shallow marine facies, where
the dolomites of wavy influenced shallow platform pass up-section to rhythmites and shaly
siltstone of tide influenced shallow platform, setting up a retrogradational succession. This
new occurrence of cap carbonate has strong implications to the stratigraphy of the base of
Parecis Basin, since it excludes these carbonate rocks from the eopaleozoic sequence.
Moreover, it provides information that allows reconstruct the coastal paleogeography of
neoproterozoic basin that accumulated deposits of Araras Platform, as well extends the postmarinoan
events of the Snowball/Slushball Earth hypothesis to the southwesternmost Amazon
Craton, exposed in the Rondônia State.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpa.br:2011/6249
Date27 November 2014
CreatorsGAIA, Valber do Carmo de Souza
ContributorsNOGUEIRA, Afonso César Rodrigues
PublisherUniversidade Federal do Pará, Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, UFPA, Brasil, Instituto de Geociências
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPA, instname:Universidade Federal do Pará, instacron:UFPA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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