As vulvovaginites (VV) sÃo referidas desde o sÃculo V a.C. como importantes agravos à saÃde da mulher. Os agentes infecciosos estÃo entre as principais causas. As VV mais comuns sÃo a vaginose bacteriana (VB) e a candidÃase vulvovaginal (CV). A VB à a principal causa de VV, caracterizada por mudanÃa de populaÃÃo bacteriana vaginal com predomÃnio de cepas anaerÃbias. Tem sido observado na VB, que por definiÃÃo à um quadro nÃo inflamatÃrio, alguns casos com presenÃa de cÃlulas inflamatÃrias. No entanto, este achado ainda nÃo està bem definido. A associaÃÃo entre microrganismos seria apontada como um quadro de vaginite mista, cujas caracterÃsticas citolÃgicas estÃo pouco definidas e talvez influenciassem no quadro inflamatÃrio. Ao mesmo tempo tem sido sugerido que a VB, pode desempenhar um papel na carcinogÃnese do colo do Ãtero uma vez que tem sido observado que atipias citolÃgicas sÃo encontrados mais em mulheres com uma flora vaginal alterada, questiona-se se o achado inflamatÃrio deveria chamar a atenÃÃo do citopatologista. O objeitvo do trabalho foi avaliar achados da citologia em meio lÃquido (SurePathÂ) em casos com diagnÃstico de VB segundo a presenÃa de infiltrado inflamatÃrio.Foi realizado um estudo observacional, analÃtico e em corte transversal, em 1132 mulheres com diagnÃstico de VB, no perÃodo de Outubro de 2012 a Junho de 2013. Para o diagnÃstico de VB foi utilizado critÃrio de mais de 20% de clue cells no esfregaÃo de citologia de base lÃquida (SurePathÂ). Os esfregaÃos foram avaliados para identificaÃÃo de morfotipos de patÃgenos, infiltrado inflamatÃrio e atipÃas celulares epiteliais. Foram pesquisados Trichomonas vaginalis., CÃndida sp., Mobiluncus sp., Actinomyces sp., citopatia sugestiva de Herpes VÃrus Simplex. Foi considerado infiltrado inflamatÃrio a presenÃa de mais de cinco leucÃcitos polimorfonucleados por cÃlula epitelial em campo de imersÃo (1.000x). A idade das pacientes variou de 14 a 73 anos (mÃdia = 34,3; dp =10,9). O nÃmero de gestaÃÃes ficou entre 0 e 11 (mÃdia =1,5; dp=2,08). Duzentos e nove (34,%) pacientes referiam fazer uso de mÃtodo contraceptivo e 830 (73,1%) estavam realizando exame de rotina. Quando havia uma queixa clÃnica a mais freqÃente foi corrimento em 130 casos (11,5%). A avaliaÃÃo macroscÃpica do conteÃdo vaginal revelou que o de cor branco/leitoso 115 (46,7%) prevaleceu. No exame especular foi anotado que 994 (87,8%) dos casos descritos tinha achado de mucosa normal e 50(4,4%) de colpite. Os morfotipos de patÃgenos associados ao quadro de vaginose bacteriana foram principalmente Mobiluncus sp.em 208 casos (66%) e CÃndida sp.em 86 casos (27,3%). As atipÃas celulares foram encontradas em 84 casos (7,5%) e dentre estas, prevaleceram ASC-US em 43 casos (51,2%), LSIL em 31(37%) e HSIL em 03 (3,6%). Observou-se na presenÃa de infiltrado inflamatÃrio 55 (4,9%) casos com Mobiluncus sp. (p<00,1; RR=0.61 (0,55-0,68)] e CÃndida sp 81(7,2%) casos (p<0,001; RR=5,47 (2,93-10,19). Com relaÃÃo Ãs atipias citolÃgicas observou-se na presenÃa de infiltrado leucocitÃrio atipias em 51 casos (4,5%) (RR=1,27 ([1,05-1,52]). Dentre estas a mais frequente foi ASC-US com 24 (2,1%) casos com infiltrado leucocitÃrio e 19(1,7%) casos sem infiltrado (p =0,2729; RR=0,87 ([0,63-1,18]). Jà para casos de LSIL observou-se 20 casos (1,8%) com infiltrado e 11 casos (1,0%) no grupo sem infiltrado inflamatÃrio (p=0,0298; RR=1,35 ([1,02-1,76]). Nos casos de vaginose bacteriana, por sua definiÃÃo atual, a presenÃa de infiltrado inflamatÃrio sugere a possibilidade de vaginite mista (com CÃndida sp) ou atipia epitelial. / As vulvovaginites (VV) sÃo referidas desde o sÃculo V a.C. como importantes agravos à saÃde da mulher. Os agentes infecciosos estÃo entre as principais causas. As VV mais comuns sÃo a vaginose bacteriana (VB) e a candidÃase vulvovaginal (CV). A VB à a principal causa de VV, caracterizada por mudanÃa de populaÃÃo bacteriana vaginal com predomÃnio de cepas anaerÃbias. Tem sido observado na VB, que por definiÃÃo à um quadro nÃo inflamatÃrio, alguns casos com presenÃa de cÃlulas inflamatÃrias. No entanto, este achado ainda nÃo està bem definido. A associaÃÃo entre microrganismos seria apontada como um quadro de vaginite mista, cujas caracterÃsticas citolÃgicas estÃo pouco definidas e talvez influenciassem no quadro inflamatÃrio. Ao mesmo tempo tem sido sugerido que a VB, pode desempenhar um papel na carcinogÃnese do colo do Ãtero uma vez que tem sido observado que atipias citolÃgicas sÃo encontrados mais em mulheres com uma flora vaginal alterada, questiona-se se o achado inflamatÃrio deveria chamar a atenÃÃo do citopatologista. O objeitvo do trabalho foi avaliar achados da citologia em meio lÃquido (SurePathÂ) em casos com diagnÃstico de VB segundo a presenÃa de infiltrado inflamatÃrio.Foi realizado um estudo observacional, analÃtico e em corte transversal, em 1132 mulheres com diagnÃstico de VB, no perÃodo de Outubro de 2012 a Junho de 2013. Para o diagnÃstico de VB foi utilizado critÃrio de mais de 20% de clue cells no esfregaÃo de citologia de base lÃquida (SurePathÂ). Os esfregaÃos foram avaliados para identificaÃÃo de morfotipos de patÃgenos, infiltrado inflamatÃrio e atipÃas celulares epiteliais. Foram pesquisados Trichomonas vaginalis., CÃndida sp., Mobiluncus sp., Actinomyces sp., citopatia sugestiva de Herpes VÃrus Simplex. Foi considerado infiltrado inflamatÃrio a presenÃa de mais de cinco leucÃcitos polimorfonucleados por cÃlula epitelial em campo de imersÃo (1.000x). A idade das pacientes variou de 14 a 73 anos (mÃdia = 34,3; dp =10,9). O nÃmero de gestaÃÃes ficou entre 0 e 11 (mÃdia =1,5; dp=2,08). Duzentos e nove (34,%) pacientes referiam fazer uso de mÃtodo contraceptivo e 830 (73,1%) estavam realizando exame de rotina. Quando havia uma queixa clÃnica a mais freqÃente foi corrimento em 130 casos (11,5%). A avaliaÃÃo macroscÃpica do conteÃdo vaginal revelou que o de cor branco/leitoso 115 (46,7%) prevaleceu. No exame especular foi anotado que 994 (87,8%) dos casos descritos tinha achado de mucosa normal e 50(4,4%) de colpite. Os morfotipos de patÃgenos associados ao quadro de vaginose bacteriana foram principalmente Mobiluncus sp.em 208 casos (66%) e CÃndida sp.em 86 casos (27,3%). As atipÃas celulares foram encontradas em 84 casos (7,5%) e dentre estas, prevaleceram ASC-US em 43 casos (51,2%), LSIL em 31(37%) e HSIL em 03 (3,6%). Observou-se na presenÃa de infiltrado inflamatÃrio 55 (4,9%) casos com Mobiluncus sp. (p<00,1; RR=0.61 (0,55-0,68)] e CÃndida sp 81(7,2%) casos (p<0,001; RR=5,47 (2,93-10,19). Com relaÃÃo Ãs atipias citolÃgicas observou-se na presenÃa de infiltrado leucocitÃrio atipias em 51 casos (4,5%) (RR=1,27 ([1,05-1,52]). Dentre estas a mais frequente foi ASC-US com 24 (2,1%) casos com infiltrado leucocitÃrio e 19(1,7%) casos sem infiltrado (p =0,2729; RR=0,87 ([0,63-1,18]). Jà para casos de LSIL observou-se 20 casos (1,8%) com infiltrado e 11 casos (1,0%) no grupo sem infiltrado inflamatÃrio (p=0,0298; RR=1,35 ([1,02-1,76]). Nos casos de vaginose bacteriana, por sua definiÃÃo atual, a presenÃa de infiltrado inflamatÃrio sugere a possibilidade de vaginite mista (com CÃn
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:8431 |
Date | 10 June 2014 |
Creators | Leonardo Arruda Martins |
Contributors | Josà EleutÃrio JÃnior, Maria Angelina da Silva Medeiros, Margarida Maria de Lima Pompeu, Manoel Ricardo Alves Martins |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Patologia, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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