O planejamento familiar é uma ação de saúde que permite a regulação da fecundidade, faz parte da Atenção Básica, atualmente vem sendo oferecido através do Programas de Saúde da Família é um direito reprodutivo. A qualidade da assistência em planejamento familiar é imprescindível para os índices de saúde reprodutiva e sexual, sendo a oferta, a livre escolha por métodos contraceptivos e a informação dada aos clientes são elementos fundamentais para garantir a qualidade dessa assistência. Este estudo teve como objetivo descrever a assistência prestada em planejamento familiar segundo as mulheres em idade fértil e os profissionais de saúde do Núcleo de Saúde de Família I no município de Ribeirão Preto, São Paulo. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 242 mulheres em idade fértil cadastradas no Núcleo de Saúde da Família I e por 11 profissionais de saúde que atuavam neste serviço. Os dados foram coletados através de entrevistas estruturadas em domicilio e no serviço de saúde. A estatística descritiva e os testes quiquadrado de Pearson ou Exato de Fisher foram utilizados para a análise dos dados. Os resultados revelam que a maioria das mulheres (69,8%) utiliza o Núcleo de Saúde da Família I para segmento de saúde, possuem em média 32,6 anos, são casadas (43%), possuem vida sexual ativa (65,7%), já engravidaram sem planejar utilizando métodos contraceptivos (46,2%), utilizam métodos contraceptivos para o controle da fecundidade (66,5%), sendo a pílula e o preservativo masculino os mais conhecidos e utilizados, já suspenderam o uso de métodos contraceptivos sem orientação médica (57,8%). O Núcleo de Saúde da Família I não se constituiu em local de orientação para 51,2% das mulheres sobre planejamento familiar, bem como para homens e adolescentes. As mulheres recebem orientações sobre planejamento familiar de forma individual (90,1%), há pouca utilização de material ilustrativo durante as orientações (38,7%), A mulheres utilizam os métodos contraceptivos mais orientados e oferecidos pelos profissionais de saúde, recebem acompanhamento clínico (75,6%). O conhecimento das mulheres, sobre as principais características dos métodos contraceptivos, está associado ao método em uso. Há orientação para o uso de preservativo masculino visando prevenir DST/HIV, porém este método é pouco utilizado. Os profissionais de saúde estão formados, em média, há 13 anos, atuam, em média, há quatro anos e nove meses no Núcleo de Saúde da Família I e atuam, em média, há sete anos em planejamento familiar e a maioria não recebeu capacitação em planejamento familiar. Atividades de orientação em grupo são desenvolvidas esporadicamente. Os métodos contraceptivos mais eficazes são os mais orientados e oferecidos para as mulheres pelos profissionais de saúde. Concluímos que a informação sobre os diversos métodos contraceptivos e a escolha livre não é realidade das mulheres do Núcleo de Saúde da Família I, já que utilizam os métodos contraceptivos mais orientados e oferecidos pelos profissionais de saúde. A falta de capacitação profissional, assim como as ações educativas descontinuas e pouco concretizadas, colocam em risco a saúde reprodutiva e sexual das mulheres. A assistência em planejamento familiar apresenta-se deficitária, necessitando de adequação com vistas a uma assistência de qualidade na perspectiva dos direitos reprodutivos e sexuais. / Family planning is a health action that permits regulating fecundity and is part of Basic Health Care services. The quality of family planning care is essential for reproductive and sexual health ratios, in which the offering and free choice of contraceptive methods and the information given to clients are fundamental elements to guarantee care quality. This study aimed to describe family planning care delivery according to women of fertile age and health professionals at Family Health Center I in Ribeirão Preto, São Paulo. This is a descriptive study with a quantitative approach. The sample was composed of 242 women of fertile age registered at Family Health Center I and 11 health professionals working at this service. Data were collected through structured interviews held at home and at the health service. Descriptive statistics and Pearsons Chi-Square or Fishers Exact test were used for data analysis. The results reveal that most women (69.8%) use Family Health Center I for the health segment. Their average age is 32.6 years; they are married (43%); have an active sexual life (65.7%); have already been pregnant without planning to use contraceptive methods (46.2%); use contraceptive methods for fecundity control (66,5%), with the pill and the male condom as the most known and used methods; have already suspended the use of contraceptive methods without medical advice (57.8%). The Health Service under analysis did not represent a place of family planning advice for 51.2% of the women, nor for men and adolescents. The women receive individual advice about family planning (90.1%) and little illustration material is used during the advice sessions (38.7%). They use the contraceptive methods that are most indicated and offered by health professionals, and receive clinical follow-up (75.6%). The womens knowledge about the main characteristics of the contrace3ptive methods is associated with the method they are using. Advice is given about the use of the male condom with a view to preventing STD/HIV, although this method is little used. Average time since graduation for the health professionals is 13 years; they have been working at Family Health Centre I for four years and nine months on the average, have been active in family planning for seven years on the average and most of them did not receive any training on family planning. Group orientation activities occur sporadically. The most effective contraception methods are also those the health professionals indicate and offer most frequently. We conclude that information about the different contraceptive methods and free choice are not a reality for the women in this study, as they use the contraceptive methods that are most indicated and offered by the health professionals. The lack of professional training, as well as discontinued and not very concrete education actions put the reproductive and sexual health of these women at risk. Deficits in family planning care are found, demanding adaptation with a view to offering high-quality care from the perspective of reproductive and sexual rights.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-01042009-114228 |
Date | 13 February 2009 |
Creators | Santos, Luzia Aparecida dos |
Contributors | Clapis, Maria Jose |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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