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Entre a paróquia e a corte : uma análise da elite política do Rio Grande do Sul (1868-1889)

No presente trabalho buscamos estudar a elite política do Rio Grande do Sul (entre 1868 e 1889) – grupo composto pelos conselheiros e ministros de Estado, senadores e deputados gerais e provinciais. Ao contrário das abordagens tradicionais que explicam a história política do Rio Grande por meio dos discursos parlamentares, os programas partidários e os editoriais de imprensa, investimos num maior enfoque nas relações sociais e políticas que estes homens, juntamente com suas famílias, mantinham dentro e fora do mundo da política. A utilização da prosopografia, a redução da escala analítica voltada para a observação dos indivíduos e suas famílias e o uso das noções de rede social, estratégia familiar e mediador foram algumas das metodologias empregadas na renovação daquelas interpretações historiográficas. Pretendemos, portanto, realizar uma história social da política no Rio Grande do Sul imperial. Neste sentido, foi possível identificar uma nítida estratégia familiar de aproximação política com a Corte. Tais investimentos davam-se na formação acadêmica dos filhos, numa planejada engenharia de matrimônios e na diversificação profissional, entre outros. As famílias políticas tendiam a aglutinar estancieiros militares ou milicianos de um lado e advogados de outro, buscando ocupar os diferentes espaços sociais que faziam parte do mundo da política. Aqueles poucos indivíduos que conseguiam ultrapassar a barreira espacial e temporal que separava as paróquias rio-grandenses da Corte, pertenciam a muitas das famílias ricas e nobilitadas, com um forte índice de parentesco entre si, mas também com famílias do centro do país, o que facilitava o seu acesso e reproduzia a desigualdade do sistema sócio-político. Neste sentido, defendeu-se que não eram os partidos políticos que moldavam e direcionavam o comportamento dos indivíduos, mas sim as famílias e suas redes sociais. Eram estas famílias que ditavam a forma como as ordens do Estado chegavam aos mais distantes pontos da Província. A elite política imperial e os chefes paroquiais estavam intimamente compromissados e entrelaçados em relações de cooperação e conflito, num mundo fronteiriço e belicoso, onde a informação era tão preciosa quanto os bens materiais. / This paper aims to study the political elite of Rio Grande do Sul between 1868 and 1889. This group was composed of state counsellers and ministers, senators and provincial and central deputies. On the contrary of traditional approaches that explain the political history of Rio Grande do Sul through the parlamentaries speeches, political parties programs and press editorials, we invested in a greater approach on social and political relations that these men and their families maintained inside and outside the political world. The use of prosopography, the reduction of analytical scale to observe the individuals and their families and the use of notions like social network, family strategy and mediator, were some of the methodologies adopted in the renewal of those historical interpretations. We intended, therefore, to develop a social history about the politics in imperial Rio Grande do Sul. In this sense, it was possible to identify a clear family strategy of political approximation with the royal court. Such investments were done through the academic formation of their children, a planned marriage network and the professional diversification, among other aspects. The political families tended to unite military farmers from one side and lawyers from another, trying to occupy the different social places that were part of the political world. Those few individuals who were able to overtake the temporal and spacious barriers that separated the rio-grandenses parishes from the royal court belonged to many of the rich and noble families, with a strong relationship rate among them but also with families from the central part of the country, facilitating their acccess and reproducing the inequality of the social and political system. Thus, we defend it was not the political parties that moulded and managed the individuals behavior, but the families and their social networks. It was these families who ruled the way how the state orders arrived to different places of the province. The imperial political elite and the parishes chiefs were intimate commited and entwined through cooperation and conflict relationships, in a frontier and warlike world, where the information were as precious as the wealth.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/13085
Date January 2007
CreatorsVargas, Jonas Moreira
ContributorsOsório, Helen
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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