A temática deste estudo está centrada na participação da enfermeira obstétrica no modelo humanizado de atenção ao parto e teve como objetivos: identificar as práticas de enfermeiras obstétricas atuantes no trabalho de parto e parto em uma maternidade municipal do Rio de Janeiro; avaliar a consonância das práticas desenvolvidas por enfermeiras obstétricas durante o trabalho de parto e parto com as recomendações do MS/OMS; analisar a implementação das práticas das enfermeiras obstétricas na assistência ao trabalho de parto e parto entre 2004 e 2008. Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo, transversal. O período pesquisado foi de setembro de 2004 a setembro de 2008. A coleta dos dados foi através do livro de registro de partos onde foram registrados 4.510 partos assistidos por enfermeiras. Para a análise foram calculadas a média, mediana e proporção de cada variável estudada, conforme a indicação. As análises foram realizadas utilizando os programas Epi info versão 3.5.1 e Microsoft Word Excel 2007. Verificou-se que a maioria das parturientes assistidas foram jovens, sendo a mediana de idade de 23 anos, que já tinham engravidado duas vezes ou mais e que já tinham parido anteriormente pelo menos uma vez. Com relação à assistência pré-natal 92,8% realizaram o mesmo, contudo apenas 68,2% destas mulheres realizaram seis consultas ou mais. Identificou-se que o acompanhante esteve presente em 60,6% dos partos, porém esta presença foi maior nos partos das adolescentes (77,4%). A posição do parto predominante durante todo o período do estudo foi a vertical (77,6%). As lacerações perineais ocorreram em 52,3% dos partos e a mais incidente foi a laceração de primeiro grau (34,2%). As parturientes que não sofreram qualquer injúria perineal, seja esta espontânea ou cirúrgica, representaram 30,2% dos casos. As práticas obstétricas que não interferem na fisiologia do parto foram realizadas por 85,3% das parturientes, sendo que as mais utilizadas foram os exercícios respiratórios (73,6%), os movimentos pélvicos (42,1%) e a deambulação (29,8%). 67,9% das mulheres assistidas pelas enfermeiras receberam as práticas intervencionistas à fisiologia do parto, destas as mais registradas foram: a realização da amniotomia (25,1%), a administração endovenosa de ocitocina (54%), a realização da episiotomia (22,9%). A episiotomia foi mais utilizada entre as adolescentes (34,8%), nulíparas (44%) e naquelas que pariram na posição horizontal (28,8%). 40,2% das mulheres que não realizaram episiotomia não tiveram laceração perineal e a posição de parto com a menor incidência de laceração perineal foi a quatro apoios (25%), sendo esta classificada como primeiro grau. As adolescentes (55,1%) e as multíparas (71,8%) foram as que menos apresentaram lacerações de períneo. Conclui-se que tanto a prática apoiada no modelo tecnocrático, quanto àquela baseada no modelo humanizado de atenção ao parto, foram registradas na unidade pesquisada. Considera-se que tal fato pode ser investigado em outros estudos, com o objetivo de identificar os fatores que levam à realização de práticas que interferem na fisiologia do parto durante a assistência das enfermeiras obstétricas. / The theme of this study is centered on the participation of nurse midwives in humanized delivery, and was performed with the following objectives: identify the procedures carried out by nurse midwives while assisting labors and deliveries at a maternity hospital in Rio de Janeiro; evaluate the agreement of the assistance provided by nurse midwives during labor and delivery with the recommendations of the Brazilian Health Ministry and the World Health Organization; analyze the implementation of nurse midwife practice in labor and delivery care between 2004 and 2008. This descriptive, quantitative, cross-sectional study was performed from September 2004 to September 2008. Data was collected from the labor record book which listed 4.510 nurse-assisted deliveries. For the analysis, the mean, median and proportion of each studied variable was calculated, as per indication. The analyses were performed using Epi info 3.5.1 and Microsoft Word Excel 2007. It was found that most assisted parturients were young, with a median age of 23 years, had had two or more pregnancies and at least one previous delivery. As for the prenatal care, 92.8% followed the program, but only 68.2% of the women attended six appointments or more. It was observed that in 60.6% of the deliveries the womans partner was present, and this presence was greater among the adolescent womens deliveries (77.4%). Most women assumed a vertical delivery position (77.6%). Perineal lacerations occurred in 52.3% of the deliveries and the most frequent was first degree laceration (34.2%). Parturients who did not suffer any perineal injuries, either spontaneous or surgical, accounted for 30.2% of cases. Obstetrical practices that do not interfere in the physiology of delivery were performed by 85.3% of the parturients, with the most common being breathing exercises (73.6%), pelvic movements (42.1%) and walking (29.8%). Of the women assisted by nurse midwives, 67.9% received interventionist procedures, with the most frequent being: amniotomy (25.1%), venous administration of oxcytokin (54%), episiotomy (22.9%). Episiotomies were mostly used among adolescents (34.8%), nuliparae (44%) and those who delivered in the horizontal position horizontal (28.8%). Of the women who were not submitted to episiotomy 40.2% did not have perineal laceration and the delivery position with the smallest incidence of perineal laceration was on hands and knees (25%), classified as first stage. Adolescent (55.1%) and multipara women (71.8%) were those who least presented perineal lacerations. In conclusion practice based on both the technocratic model and humanized delivery models were observed in the studied unit. This fact could be investigated in other studies, with the purpose of identifying the factors that lead to nurse midwives to assisting with practices that interfere in the physiology of delivery.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:1290 |
Date | 08 February 2011 |
Creators | Danielle de Oliveira Miranda de Souza |
Contributors | Jane Márcia Progianti, Lucia Helena Garcia Penna, Vania Reis Girianelli |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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