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Previous issue date: 2008 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Vivemos um período de conturbadas mudanças sociais geradas no bojo de um novo projeto de
Brasil e de mundo, no qual a inclusão social e a valorização da diversidade têm sido
importantes bandeiras de luta. Nesta nova conjuntura social, o projeto da escola inclusiva
pressupõe que o acesso de todos à escola é um importante meio para garantir a equidade de
direitos e reduzir as diferenças sociais fundadas na exclusão de grupos minoritários. Nossas
escolas, então, têm se tornado um lugar privilegiado de encontros de múltiplas alteridades e
encontramo-nos diante da imposição da convivência com um grupo historicamente excluído:
as pessoas com deficiência. O que acontece, então, nos planos psicológico e social num
encontro deste tipo? A Teoria das Representações Sociais é um instrumental teórico
consistente para a abordagem deste fenômeno, visto que analisa as teorias do senso comum,
sentidos construídos coletivamente que norteiam comportamentos, justificando-os e
permitindo a comunicação social. Este trabalho visou compreender as representações sociais
compartilhadas por professores e alunos sobre o aluno com deficiência no contexto da escola
com proposta inclusiva. Para tanto, utilizou-se uma abordagem plurimetodológica que incluiu
a técnica de associação livre, desenho, entrevistas e grupos focais com alunos e professores.
Realizou-se uma análise de conteúdo temática dos dados textuais e desenhos e utilizou-se o
software EVOC para análise das associações livres. Concluímos que o aluno com deficiência,
até então significado como incapaz e impossibilitado do convívio com os demais, ainda
permanece alter e, apesar de ter sido aceito no grupo, distingue-se dele por suas diferenças
que, por serem ameaçadoras, são elaboradas com vistas à proteção identitária. Neste contexto,
os professores se vêm desnorteados, posto que estão vivendo um doloroso processo de
renovação de todo um sistema de representações posto em questão. Este desalojamento de
certezas tem sido difícil principalmente por suas repercussões identitárias. O novo desordenou
o familiar, tornado estreito e incômodo, mas parece ainda não tê-lo reordenado. Os conteúdos
da representação refletem ambigüidades e incertezas e o estranho permanece estranho.Esta
dinâmica é vivida pelos professores num jogo de identidade e diferença repleto de afetos que,
juntamente com a cognição, têm delineado os novos contornos desta alteridade. O medo do
fracasso profissional, a pena do aluno por suas dificuldades, a raiva pelas dificuldades
impostas por ele, a culpa pela raiva sentida, o desespero diante do não saber, o carinho
emergente no contato e muitos outros afetos colaboram intensamente na construção da
representação. No caso das crianças, não se identificam teorias estruturadas acerca do objeto,
logo não se pode afirmar a existência de representações sociais. O grupo parece estar
delineando os contornos da alteridade e os critérios de sua classificação. Ressaltam-se
dimensões e mecanismos pouco abordados na teoria, como a dimensão afetiva e o caráter de
dinamicidade que lhe são inerentes e os mecanismos gerados quando o novo implica uma
reestruturação de sistemas representacionais antigos, enquanto o estranho ainda não é tornado
familiar. Este trabalho destaca ainda a importância de se combinar diferentes procedimentos e
técnicas pouco discutidos pelos teóricos
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8246 |
Date | 31 January 2008 |
Creators | de Mendonça Vasconcellos, Karina |
Contributors | de Fátima de Souza Santos, Maria |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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