Introdução: Há relatos na literatura sobre anti-sépticos que sofreram contaminação, reportados como causas de surtos de infecção em estabelecimentos de assistência à saúde. Em relação aos recipientes que veiculam essas soluções, a preferência por almotolias descartáveis, de pequeno volume, que possibilitem a individualização do uso e o consumo rápido do produto é largamente difundida. No entanto, constata-se que a utilização de almotolias coletivas e reprocessáveis, tem sido a prática mais comum nas instituições de saúde do país. A forma de processamento de almotolias para envase de anti-sépticos não está esclarecida na literatura e é amplamente discutida nos serviços de saúde sem respaldo científico. Objetivos: os objetivos deste estudo constituiram-se em avaliar a sobrevivência dos microrganismos nas diferentes formulações dos anti-sépticos - CHX e PVPI-I - após contaminação intencional das almotolias com Serratia marcescens e extrapolar os resultados laboratoriais para o cuidado mínimo a ser dispensado às almotolias de múltiplo uso para o envase dos anti-sépticos testados. Método: Foi conduzido um estudo laboratorial, em que 180 almotolias foram contaminadas com 1 x 105 UFC/mL de suspensão contendo S. marcescens. Nas almotolias contaminadas, foram distribuídos 150 mL das seis diferentes formulações de anti-sépticos (CHX e PVP-I nos veículos alcoólico, degermante e aquoso), sendo testadas 30 almotolias para cada solução. Os frascos foram tampados e armazenados em temperatura ambiente por 7 dias com agitação diária. Alíquotas de 1 mL de cada uma das soluções anti-sépticas foram diariamente pipetadas e transferidas para os tubos contendo meio de cultura TSB. Os meios inoculados foram incubados em temperatura ambiente durante 21 dias. Resultados: Os resultados foram 100% de ausência de crescimento do contaminante-teste nas soluções, demonstrando uma capacidade dos anti-sépticos em incorporar microrganismos na ordem de pelo menos 105 UFC/mL. Conclusões: Considerando que as almotolias apenas limpas carreiam microrganismos vegetativos da água do enxágüe, na ordem de 102 UFC, os resultados desta investigação permitem a recomendação de que a limpeza como procedimento mínimo no processamento desses recipientes garante a segurança de sua utilização repetida para distribuição dos anti-sépticos testados - clorexidina e PVP-I / Background: Literature reports contamined antiseptic solutions as infection causes in healthcare settings. Small disposable antiseptic containers, which allow fast and individual use, are broadly preferred. However, the use of nondisposable containers is the most common practice in Brazilian health-care institutions. The best techniques for processing these no-disposable antiseptic solution containers are not yet known. They have been frequently discussed in healthcare settings, but without scientific basis. Aims: the present study aimed to evaluate the survival rate of microorganisms within different antiseptic formulations - povidone-iodine (PVPI-I) and chlorhexidine (CHX) - after intentional contamination with Serratia marcescens and to establish the minimum care needed to ensure the sterilization of nondisposable antiseptic solution containers. Methods: a laboratory study was performed with 180 antiseptic disposable containers, which were contaminated with Serratia marcescens [1 x 105 UFC/mL]. In each container were added 150 mL of one of six different antiseptic solutions (povidone-iodine and chlorhexidine in aqueous, detergent, and alcoholic formulations), totaling 30 containers with each formulation. The recipients were closed and stored at room temperature during seven days and shaken daily. One milliliter of each antiseptic solution was collected each day and inoculated into tryptic soy broth (TSB) cultures and incubated at room temperature for 21 days. Results: the antiseptic cultures were evaluated to be 100% negative to Serratia marcescens in all of the nondisposable containers. Conclusion: These results suggested that antiseptic solutions CHX and PVPI-I were able to inactivate microorganisms [1 x 105 UFC/mL]. Since cleaned antiseptic recipients have around 102 UFC coming from sink water, it can be supposed that cleansing is a safe minimum procedure to ensure reuse of containers for distribution of CHX and PVIP-I solutions in aqueous, detergent, and alcoholic formulations
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-15052008-145614 |
Date | 22 April 2008 |
Creators | Padovani, Christiane Moreira |
Contributors | Graziano, Kazuko Uchikawa |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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