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A realização morfossintática do verbo ir de movimento no português escrito como segunda língua por surdos

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, Programa de Pós-Graduação em Linguística, 2018. / Submitted by Fabiana Santos (fabianacamargo@bce.unb.br) on 2018-08-30T18:36:47Z
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Previous issue date: 2018-08-30 / Neste trabalho analisamos a realização morfossintática do verbo ir de movimento em produções escritas em português como segunda língua (L2) por estudantes surdos do 8º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. O objetivo é identificar características sintáticas e semânticas desse verbo, já descritas na literatura, no que se refere à manifestação do argumento locativo, além dos estágios de interlíngua na aquisição dessa construção, no que se refere ao emprego da preposição introdutora do argumento locativo. A hipótese inicial é a de que na aquisição da L2 por surdos há um acesso parcial à gramática universal (cf. EPSTEIN et al 1996; WHITE 2003; FROMKIN et al 2003), o que os auxiliaria na compreensão semântica e sintática da predicação do verbo em análise e explicaria a interferência da primeira língua (L1) nos dados produzidos pelos aprendizes na L2. A análise dos dados corrobora a proposta de Eugênio (2004) e Eugênio Souto (2014) quanto ao licenciamento das construções com verbo ir de movimento em português, no que se refere à satisfação da variável trajetória desses predicados (expressa pelo ponto final do deslocamento, pelo modo como é realizado a trajetória ou, ainda, pela própria trajetória). Os dados revelam a retomada anafórica desse argumento por um elemento pronominal nulo, bem como pelo advérbio lá ou pelos advérbios já e embora, que eliminam a necessidade de manifestação do argumento locativo. Constatamos, ainda, ser frequente, na escrita do surdo, a forma canônica com o verbo ir e seu complemento locativo, bem como a ordem de constituintes SVO. Por fim, verificamos que o emprego da preposição, sem ou com contração com o artigo, mostrou-se como um estágio de interlíngua, validando a hipótese do acesso parcial à GU, intermediado pela L1 que, em sendo a Língua de Sinais Brasileira (LSB), apresenta pouca produtividade de preposições funcionais. / In this work we analyze the morphosyntactic realization of the motion verb ir ‘to go’ in productions written in Portuguese as a second language (L2) by deaf students from the 8th year of primary education to the 3rd year of secondary education. The objective is to identify the syntactic and semantic characteristics of this verb, already described in the literature, regarding the manifestation of the locative argument, as well as the stages of interlanguage in the acquisition of this construction, regarding the use of the preposition that introduces the locative argument. The initial hypothesis was that, in the acquisition of L2 by deaf people, there is partial access to universal grammar (cf. EPSTEIN et al 1996; WHITE 2003; FROMKIN et al 2003), which would guide them in the semantic and syntactic comprehension of the predication of the verb under analysis and wuold explain the interference of the first language (L1) in the data produced by the learners in the L2. The analysis of the data corroborate the proposal of Eugênio (2004) and Eugênio Souto (2014) regarding the licensing of the constructions with the motion verb ir ‘to go’ in Portuguese, in terms of the satisfaction of the variable trajectory of these predicates (expressed by the final point of the displacement, by the way the trajectory is carried out or by the trajectory itself). The data have reveal the anaphoric resumption of this argument by a null pronoun element, as well as by the adverb lá ‘there’ or by the adverbs já ‘already’ and embora ‘out’, which eliminate the need for the manifestation of the locative argument. We also find that the canonical form with the verb ir ‘to go’ and its locative complement, as well as the word order SVO is frequently found in the deaf writing. Finally, we verify that the use of the preposition, without or with contraction with the article, was shown as a stage of interlanguage, validating the hypothesis of partial access to GU, intermediated by L1, which, being the Brazilian Sign Language (BSL), presents little productivity of functional prepositions.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/32558
Date28 March 2018
CreatorsOliveira, Uriane Almeida
ContributorsNaves, Rozana Reigota
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
RightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess

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