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Análise comparativa da aptidão física de mulheres com lúpus eritematoso sistêmico

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Médicas em Nível de Doutorado, 2012. / Submitted by Elna Araújo (elna@bce.unb.br) on 2012-06-22T00:20:15Z
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2012_SandorBalsamo.pdf: 4103246 bytes, checksum: 6a968c8f8e93110c158134a89bc32720 (MD5) / Introdução: Lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune caracterizada por fadiga e prejuízo na qualidade de vida dos pacientes. Ao mesmo tempo, esses pacientes apresentam menor condicionamento cardiovascular. Entretanto, não está claro se pacientes com LES têm menor força muscular e performance funcional. Além disso, existe a necessidade do entendimento da metodologia para prescrição do treinamento resistido. Objetivos: Comparar a força muscular e a performance funcional e investigar a resposta aguda de um protocolo fatigante de exercício resistido para examinar a recuperação em curto prazo da fadiga e da dor muscular tardia (Delayed-Onset Muscle Soreness/DOMS) em pacientes com LES e mulheres saudáveis (grupo controle) pareadas pela mesma faixa etária e características físicas. Métodos: Foram avaliadas pacientes do sexo feminino com diagnóstico de LES em baixa atividade da doença – segundo o Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index (SLEDAI) – e do grupo controle, pareadas por idade e características físicas. A força muscular – teste de uma repetição máxima (1RM) – foi avaliada pelos exercícios resistidos leg press, cadeira extensora, cadeira flexora, supino máquina, puxada pela frente. O desempenho funcional foi avaliado pelos testes: Timed Up And Go (TUG); sentar e levantar e flexão de cotovelo, ambos em 30 segundos; força de preensão manual; flexibilidade, equilíbrio unipodal e teste de caminhada de 6 minutos (6TC). A fadiga foi avaliada pela Fatigue Severity Scale (FSS) e Chalder Fatigue Scale (ChFS), e a qualidade de vida, pelo Short Form Health Survey 36 (SF-36). O protocolo do estudo da sessão fatigante de exercício resistido foi realizado na cadeira extensora, em que as participantes realizaram cinco séries, com 2 minutos de intervalo entre as séries e uma intensidade fixa de 60% de 1RM. Foram investigados diversos aspectos relacionados à fadiga ao longo das séries: volume de treinamento (número de repetições x pela carga), índice de fadiga (cálculo de queda no volume total na segunda, terceira, quarta e quinta série em relação à primeira série) e percepção subjetiva para o esforço. Além disso, foi avaliado o lactato sanguíneo (antes, imediatamente após e 15 e 30 minutos após). Para verificar o efeito da sessão fatigante de exercício resistido sobre fadiga e DOMS, foi utilizada Escala Visual Analógica (EVAFADIGA e EVADOMS) nos momentos imediatamente após e ao longo dos 6 dias subsequentes ao protocolo do estudo. Resultados: Após a triagem de um total de 240 pacientes com diagnóstico de LES, no Hospital Universitário de Brasília, de período de janeiro de 2009 a janeiro de 2011, 25 pacientes preencheu os critérios para a realização do estudo. Todas eram com baixa atividade da doença (SLEDAI = 1,52±1,61) e foram pareadas por idade e características físicas com 25 controles (idade média LES = 29,92±6,80 anos, grupo controle = 29,2±8,01 anos; IMC médio LES = 23,04±2,95 kg/m2, grupo controle = 23,51±3,34kg/m2). Comparado com o grupo controle, as pacientes com LES tiveram 1RM significativamente menor em todos os exercícios (todos = p < 0,01, exceto a cadeira extensora = p < 0,05). Também tiveram pior desempenho funcional na maioria dos testes (6TC = p < 0,001; testes de sentar e levantar e flexão do cotovelo = p < 0,01; preensão manual e TUG = p < 0,05) e maior fadiga (FSS/ChFS = p < 0,01). O SF-36 apontou que as lúpicas tiveram uma pior qualidade de vida em maior parte dos domínios (estado de saúde geral, capacidade funcional e limitação por aspectos emocionais = p < 0,01; aspectos sociais da funcionalidade, limitação por aspectos físicos e saúde mental = p < 0,05). O modelo de regressão linear sugere que a variável dependente força muscular foi associada com as variáveis independentes performance funcional (41%, p < 0,001), qualidade de vida (15-23%, p < 0,01) e fadiga (10%, p < 0,05). A variável dependente distância percorrida pelo 6TC foi associada à variável independente qualidade de vida (70%, p ≤ 0,01). O protocolo fatigante de exercício resistido mostrou que as pacientes com LES, comparadas com o grupo controle na condição de repouso, tiveram 1RM significativamente menor (p < 0,05), o que refletiu um valor 14% inferior da carga da sessão de treinamento com 60% de 1RM (p < 0,01). Além disso, as pacientes lúpicas apresentaram maior índice de fadiga ao longo de todas as séries (p < 0,05), o que refletiu um menor volume de treinamento em todas as séries (p < 0,05). Adicionalmente, as pacientes com LES reportaram maiores níveis médios na resposta da EVAFADIGA no primeiro, segundo e quinto dia. Entretanto, os níveis médios de EVADOMS do grupo LES não diferem estatisticamente dos níveis médios do grupo controle, exceto no sexto dia após o protocolo do estudo. Conclusão: Pacientes com LES tiveram menor força muscular e capacidade funcional, maior fadiga e pior qualidade de vida em relação às do grupo controle. Além disso, reportaram maior resposta de fadiga durante e após a sessão fatigante de exercício resistido em relação ao grupo controle. Os resultados indicam maior atenção na melhora da performance muscular no tratamento da fadiga ao se desenvolver programas de treinamento com ênfase na força muscular para pacientes com LES.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/10786
Date16 April 2012
CreatorsBalsamo, Sandor
ContributorsSantos Neto, Leopoldo Luiz dos
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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