Introdução - A alimentação de boa qualidade quando oferecida à criança pequena, determina o pleno desenvolvimento deste indivíduo em todas as fases de sua vida com repercussão para as gerações futuras. Bebês e crianças pequenas dependem inteiramente de seus cuidadores para saber o que, quando e como comer. Objetivo - Caracterizar barreiras e facilitadores na adoção da alimentação complementar em crianças de 6 a 12 meses, sob a ótica de cuidadores. Métodos - Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa que utilizou a técnica do grupo focal em dois encontros, o primeiro com mães frequentadoras de uma Unidade Básica de Saúde em um município da região metropolitana de São Paulo e o segundo com mães que frequentam uma clínica de pediatria privada no município de São Paulo. Para abordar as questões de gênero realizou-se entrevistas em profundidade com pais que foram abordados individualmente. O tema central de todos os encontros foi a alimentação complementar das crianças entre 6 e 12 meses, por meio de roteiros previamente estabelecidos. Os relatos foram gravados, rigorosamente transcritos e deles constituíram-se as seguintes categorias de análise: Crenças, opiniões e atitudes; Influências formais e informais sobre as práticas de alimentação complementar; Papel dos Fatores Socioeconômicos e Questões de gênero. Resultados - Os sistemas de crenças familiares afetam as práticas de alimentação das crianças. As influências informais, tais como redes de apoio de familiares e parentes, redes sociais, internet se digladiam e ganham espaço sobre as formais, caracterizadas pelas orientações recebidas pelo pediatra e outros profissionais de saúde. Há uma transformação evidente no papel do pai, que abarca atitudes de compartilhamento e envolvimento com os filhos, porém a divisão de tarefas entre os gêneros é desigual e revela sobrecarga para a mãe. Os dilemas e dúvidas são de toda ordem e independem da realidade sociocultural. Conclusões - Os serviços de saúde pela proximidade que possuem na abordagem da pessoa e das famílias encontram-se numa situação privilegiada para orientar. É necessário, porém, que sejam capazes de providenciar informação e apoio nas questões mais cruciais sobre alimentação complementar de forma clara e com exemplos, instrumentalizados pelo conhecimento do impacto que cada escolha provoca e desta forma motivar os cuidadores a um novo comportamento ou mudança. Que seja incluída orientação com explicação sobre o impacto da parentalidade responsiva. Que as intervenções incluam participação do pai e das avós e que as mensagens, além da mãe, se estendam a ambos e por fim, que a Internet seja utilizada como veículo por fontes confiáveis para a propagação das mensagens sobre alimentação complementar. / Introduction - A good quality diet in young children promotes optimal development during all phases of life and impacts future generations. Babies and young children are reliant on their caregivers to know what, when and how to eat. Objective - To characterize barriers and facilitators for adopting complementary feeding in infants aged 6-12 months, from the perspective of caregivers. Methods - A qualitative study using the focus group technique was conducted. Two meetings were held, the first involved mothers who were users of a Primary Health Unit in a city located in the metropolitan region of São Paulo, whereas the second involved mothers who were clients of a private pediatric clinic in São Paulo city. Gender-specific issues were addressed by holding in-depth interviews with each father separately. The central theme for all meetings was complementary feeding of infants aged 6-12 months using pre-established scripts. Participant narratives were recorded, carefully transcribed, and the following categories of analysis derived from them: Beliefs, opinions and attitudes; Formal and informal influences on complementary feeding practices; Role of Socioeconomic Factors and Gender Issues. Results - The belief systems of family members influence child feeding practices. Informal influences, such as support networks of family members and relatives, social networks and internet increasingly compete with formal influences such as guidance from the pediatrician and other health professionals. There was a clear shift in the role of fathers, encompassing attitudes of sharing and involvement with the children, although the division of tasks between genders was skewed, with mothers overburdened. All manner of dilemmas and doubts emerged, independently of sociocultural situation. Conclusions - Health services, given their proximity to both the individual and families, are best placed to provide guidance. However, they must be able to provide clear information and support on the most crucial issues concerning complementary feeding with examples. This must be supported by knowledge on the impact of each choice, thereby encouraging caregivers to modify behavior or change. Guidance with explanation of the impact of responsive parenting should be included. Interventions should involve fathers and grandmothers, where messages should be directed to both these groups, besides the mother. Lastly, the internet should be used as vehicle by reliable sources of information to communicate messages about complementary feeding.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-19062019-105013 |
Date | 25 March 2019 |
Creators | Sorrentino, Elizabeth |
Contributors | Venancio, Sonia Isoyama |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.0026 seconds