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O homem é um animal que escreve cartas: recepção do gênero carta por alunos do ensino fundamental

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Previous issue date: 2009-09-01 / Man is an animal that writes letters this phrase is present in a Lewis Carroll s letter, it not only points out the importance of correspondence in the author s life
but it also suggests that the genre plays a fundamental role in the construction and expression of human identity. Nevertheless, the study of the genres ( discursive and
textual) at school is focused on the presentation of standardized model for reading and, by producing, exercise the writing of texts which do not circulate outside the classroom. That is what is inferred from the analysis of the work with the letter genres especially personal letters present in thirteen compilations for the initial grades of Elementary Education (2nd to 5th grades) part of the Programa Nacional para o Livro Didático 2007 (PNLD). In these grades, there are general concepts about letters which are expected to be known by the students and used at the following grades, and it has become relevant, in this paper, to compare this knowledge: a) with concepts by different theorists about discursive genres and textual genres, what allowed to observe a reductive conception of
them in school manuals; b) with a brief history of the letter genre, which showed a proximity between the models brought to the students and the proposals of the medieval
rhetoric, distancing itself from positions turned to a diversity of individual constructions before each discursive situation, used, between other ages, in the nineteenth century, when Lewis Carroll produced his literary works and letters; c) with the data from a
survey made in a private school, with 226 students from the 5th, 7th and 8th grades, which inquired their concepts about letters and which suggests that there is a remarkable distance between the standardized information in the manuals up to the 5th grade and the knowledge built by the student in the same period and in the following grades while, through writing letters in traditional supports, such as paper, and new ones, such as email, they exercise an effective social participation outside school; d) with the use that writers make of the creative aspects of letters, taking as an example, Lewis Carroll s letters written to children in the nineteenth century and bearing in mind, in this point of view, the weight of the Alice s Adventures in Wonderland s author in the world or literary production for children and his extensive epistolary production; from this proximity it was possible not only the contrast it with the artificiality of the models presented in school manuals, but also the resumption of the role of writers epistolary production in harboring the literary system and in the reception of the texts by the readers. These are some conclusions of this paper: a) the teaching of letter as a genre, present in school manuals, has underestimated the knowledge contemporary students have about letters; b) the work with letters in manuals do not consider the importance of some material aspects of the text (size, format, texture etc.) in the construction of meanings by the reader, as the students point out as necessary to the effects they expect to cause with their production outside school; the student s contact with letters written by Brazilian and foreign authors, contemporary or not, is a way to a more meaningful work of writing as a solution of a problematic situation , not a sheer model reproduction exercise; d) the reading of an author s correspondence can be an open
door to his literary production; e) the contact with writer s letters and other authentic texts allows to bring, to school space, discussions about the ethics of publication of what initially belonged to the private space, which is permeating the epistolary study. This
present work does not aim to be a manual of teaching letters at school, but to discuss ideas that help teachers to reflect about their work and find means to get them closer to the premises of Parâmetros Curriculares Nacionais which say that the linguistic knowledge learned at school must allow the students to have an effective social participation, the exercise of citizenship, which is defined as a possibility of the construction and expression of ideas, feelings and their own identity in the interaction with the diversity of ideas, feelings and identities mediated by reading and writing texts. / O homem é um animal que escreve cartas essa frase presente em carta de Lewis Carroll, não só aponta a importância da correspondência na vida do autor, como também sugere um papel primordial do gênero na construção e expressão da identidade humana. Entretanto o estudo de gêneros (discursivos e textuais) na escola se mostra voltado para apresentar modelos padronizados para leitura e, pela produção, exercitar a escrita de textos que não circulam para além da sala de aula. É o que se infere da análise do trabalho com os gêneros da correspondência especialmente das cartas pessoais presente em treze coleções para as séries iniciais do Ensino Fundamental (2º ao 5º ano), parte do Programa Nacional para o Livro Didático 2007 (PNLD). Nessas séries, veiculam-se conceitos gerais sobre cartas que, espera-se, sejam conhecimentos de que os alunos se valham nas séries posteriores, o que tornou relevante, nesta tese, confrontar esses conhecimentos: a) com conceitos de teóricos
diversos sobre gêneros discursivos e gêneros textuais, o que permitiu observar uma conceituação redutora dos mesmos pelos manuais escolares; b) com um breve histórico do gênero carta, o que apresentou uma proximidade entre os modelos trazidos aos alunos e as propostas da retórica medieval, distanciando-se de posições voltadas para a diversidade de construções individuais frente a cada situação discursiva, veiculadas, entre outros períodos, no século XIX, época em que Lewis Carroll produziu sua obra literária e epistolar; c) com dados de pesquisa realizada em escola particular, com 226 alunos de 5º, 7º e 8º ano, que investigou seus conceitos sobre cartas e que sugere haver uma distância bem marcada entre as informações padronizadas dos manuais até o 5º ano e os conhecimentos construídos pelo aluno no mesmo período e em séries posteriores enquanto, por meio da escrita de cartas em suportes tradicionais, como o papel, e novos, como o e-mail, exercitam uma participação social efetiva fora da escola; d) com o uso que escritores fazem da face criativa da carta, tomando, como exemplos, cartas de Lewis Carroll escritas para crianças no século XIX e tendo-se em mente, nessa escolha, o peso do autor de As aventuras de Alice no País das Maravilhas na produção literária infantil mundial e sua extensa produção epistolar; dessa aproximação, foi possível não só o contraste com a artificialidade dos modelos apresentados nos manuais escolares, como também a retomada do papel da produção epistolar dos escritores na alimentação do sistema literário e na recepção dos textos pelos leitores. São algumas conclusões deste trabalho que: a) o ensino de gêneros da correspondência, presente nos manuais escolares, tem subestimado os conhecimentos que os alunos contemporâneos possuem sobre cartas; b) o trabalho com cartas nos manuais apaga a importância dos aspectos materiais do texto (tamanho, forma, textura etc.) na construção de sentidos pelo leitor, enquanto os alunos os salientam como necessários aos efeitos que esperam provocar com sua produção de cartas fora da escola; c) o contato de alunos com cartas escritas por autores estrangeiros e brasileiros, contemporâneos ou não é um caminho para trabalho mais significativo de escrita como resolução de situações-problema, não mero exercício de reprodução de
modelos; d) a leitura da correspondência de um autor pode ser uma das portas de entrada para a leitura de sua produção literária; e) o contato com cartas de escritores e outros textos autênticos permite trazer, para o espaço escolar, discussões sobre a ética da publicação do que, inicialmente, pertenceu ao espaço privado, que vem permeando os estudos da epistolografia. O presente trabalho não se pretende como manual de ensino de cartas na escola, mas como espaço de discussão de ideias que ajudem professores a refletir sobre o trabalho que realizam e buscar meios de aproximá-lo melhor da premissa dos Parâmetros Curriculares Nacionais de que os conhecimentos linguísticos conseguidos na escola devem permitir ao aluno a participação social efetiva, o exercício da cidadania, que circunscrevemos como a possibilidade de construção e expressão de ideias, sentimentos e da própria identidade na interação com a diversidade de ideias, sentimentos e identidades mediadas pela leitura e escrita de textos.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.mackenzie.br:tede/2765
Date01 September 2009
CreatorsLima, Wilma Maria Sampaio
ContributorsLajolo, Marisa Philbert, Guimarães, Alexandre Huady Torres, Vasconcelos, Maria Lúcia Marcondes Carvalho, Moraes, Marcos Antonio de, Campos, Maria Inês Batista
PublisherUniversidade Presbiteriana Mackenzie, Letras, UPM, BR, Letras
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Mackenzie, instname:Universidade Presbiteriana Mackenzie, instacron:MACKENZIE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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