A Avaliação do Ciclo de Vida é uma das principais técnicas de avaliação ambiental de bens e serviços e pode ser classificada em duas abordagens: atribucional e consequencial. A atribucional, caracterizada pelo uso de dados médios de ICV e de alocação de coprodutos, tem como objetivo a avaliação dos impactos ambientais de um produto do berço ao túmulo, em um sistema estático. A ACV consequencial consiste na avaliação das consequências ambientais em um sistema dinâmico, orientado por mudanças. Esta abordagem vem sendo intensamente discutida na literatura internacional, porém, no Brasil ainda se trata de um tema pouco explorado. O presente trabalho visa aprofundar a discussão entre as duas abordagens da ACV. Para isso, utilizaram-se os seguintes procedimentos metodológicos: revisão da literatura e aplicação das abordagens ao biocombustível etanol hidratado de cana-de-açúcar. Os resultados apontam que a ACV atribucional apresentou maiores cargas ambientais em todas as categorias de impacto, com principalmente nas categorias de Ecotoxicidade Aquática, Ecotoxicidade Terrestre e Depleção Abiótica. Isto se deve à subtração das cargas ambientais referentes aos produtos evitados, considerados na análise devido à expansão do sistema realizada na abordagem consequencial com a finalidade de evitar a alocação que, por sua vez, foi utilizada na abordagem atribucional. Notou-se que, em teoria, a principal diferença entre as abordagens da ACV consiste em seus distintos alinhamentos quanto à aplicação pretendida, sendo a atribucional voltada ao conhecimento dos impactos ambientais do ciclo de vida de um produto e identificação de pontos críticos no sistema, e a abordagem consequencial voltada à identificação das consequências ambientais geradas por uma mudança no sistema de produto investigado. Na prática, entretanto, foram encontradas algumas limitações que comprometeram a operacionalização do estudo consequencial, distanciando-a do seu propósito teórico. Dentre estas limitações merecem destaque: o grande número de simplificações intrínsecas ao método aplicado e a falta de transparência quanto à base de dados de background utilizada. Notou-se que a operacionalização da ACV consequencial é bastante complexa, pois despende muito tempo e recursos, principalmente na coleta e validação de informações de mercado. Portanto, reforça-se a necessidade de esforços no sentido do desenvolvimento de métodos menos subjetivos e mais sistemáticos para a abordagem consequencial além de diretrizes mais esclarecedoras explicitando as diferenças quanto ao conteúdo, contextos e formas de aplicação das abordagens atribucional e consequencial da ACV e indicando em quais situações elas podem ser complementares. / Life Cycle Assessment is one of the most used tool to asses environmental impact of goods and services. It can be classified into two approaches: attributional and consequential.Attributional LCA, characterized by the use of average data ICV and coproducts allocation is aimed at assessing the environmental impacts of a product from the cradle to the grave, in a static system. The consequential LCA is the evaluation of the environmental consequences in a dynamic system driven by changes. Both approaches have been intensively discussed in the literature in recent years, but in Brazil it is still a little discussed and explored topic. Thus, this study aims to deepen the discussion between the two LCA approaches. For this, the following methodological procedures are used: literature review and application of the approaches on hydrated bioethanol from sugarcane. The results show that the attributional LCA has higher environmental burdens in all impact categories, with greater difference with consequential in the categories of aquatic and terrestrial ecotoxicity and abiotic depletion. This is due to the subtraction of environmental charges related to avoided products, considered at the time of system expansion in consequential approach, which did not occur in attributional (where co- products were treated by means of allocation). The main differences between the approaches reflect their different alignments on the intended application, the attributional approach is mostly focused on the knowledge of the environmental impacts of the life cycle of a product and identification of improvement points to the system, while the consequential approach aims to verify potential environmental consequences generated by the change in product system investigated. In practice, however, it was observed that the consequential LCA results should be interpreted with great caution due to the fact that the application has brought a large number of limitations, such as: great number of simplifications of the method applied, consideration of standard assumptions when the lack of information for the collection of data and lack of transparency as to the basis of background data used. Moreover, its implementation is still quite complex, requiring much time and resources to collect data and market information. Therefore, we reinforce what has already been established through the literature review: efforts are needed towards the development of less subjective methods and more systematic for consequential approach as well as more enlightening guidelines explaining the differences in the content, context and application forms of attributional and consequential LCA approaches.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-22072016-083658 |
Date | 28 April 2016 |
Creators | Michelle Tereza Scachetti |
Contributors | Aldo Roberto Ometto, Kleber Francisco Espôsto, Fábio Neves Puglieri |
Publisher | Universidade de São Paulo, Engenharia de Produção, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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