nÃo hà / Este trabalho analisa o momento formativo da literatura brasileira, a partir do estudo da trajetÃria polÃtica, literÃria e social de uma dos seus personagens fundadores, o escritor Josà de Alencar. Procura-se realizar uma aplicaÃÃo empÃrica da teoria dos campos de Pierre Bourdieu, a partir de uma revisÃo crÃtica da mesma, mitigando os aspectos remanescentes Por meio da reconstituiÃÃo do quadro de disposiÃÃes e dos contextos de socializaÃÃo a que elas foram submetidas, no caso de Josà de Alencar, procura-se entender o papel do escritor cearense na criaÃÃo do que de Antonio CÃndido chamou de sistema literÃrio do Brasili Inicialmente, apresenta-se um pequeno histÃrico da famÃlia de Josà de Alencar, que lanÃa luz sobre a trajetÃria do escritor no espaÃo social do Segundo ImpÃrio, com suas posiÃÃes e deslocamentos. Discute-se a carreira do romancista no nascente campo literÃrio: seus contratos com o editor Garnier, as vendas dos direitos dos seus livros, a formaÃÃo de um pÃblico leitor, as relaÃÃes com a crÃtica e com as instÃncias de prestÃgio.Trata-se de entender como este campo se formou, estruturando-se em estreita dependÃncia do campo polÃtico â o que se evidencia na dupla vida de Alencar, simultaneamente literato e polÃtico. SÃo analisadas as disposiÃÃes, apetÃncias e competÃncias decorrentes da heranÃa familiar do romancista: sua posiÃÃo de membro da elite imperial; sua formaÃÃo pela Faculdade de Direito de SÃo Paulo, onde fez amizades que seriam fundamentais para a sua carreira de jornalista; o peso do duplo estigma de âfilho de padreâ e tuberculoso; o fÃsico debilitado, aliado a um temperamento irritadiÃo, que o tornavam alvo fÃcil da chacota dos adversÃrios; e a verdadeira erupÃÃo que foi a emergÃncia do movimento Realista, que tornaria os romÃnticos como Alencar precocemente envelhecidos.no curso de sua trajetÃria social. Este quadro à confrontado com a autobiografia e as setes biografias produzidas sobre Alencar. Dessa construÃÃo (auto)biogrÃfica surge a ilusÃo de que o escritor cearense seria um gÃnio romÃntico. Como alternativa a essa explicaÃÃo, criticada por Bourdieu, a pesquisa propÃe utilizar o conceito de âprofetaâ, elaborado por Max Weber no Ãmbito da teoria da religiÃo, para se entender Alencar como criador de um campo de novas crenÃas, relativas à estÃtica e ao papel do artista. Finalmente compara-se a estratÃgia adotada por Alencar com a posiÃÃo assumida por Machado de Assis, que viria a ser, efetivamente, o criador do campo literÃrio brasileiro.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:3925 |
Date | 18 October 2010 |
Creators | Paulo SÃrgio Bessa Linhares |
Contributors | Irlys Alencar Firmo Barreira, CÃsar Barreira, Antonio Cristian Saraiva Paiva, Paulo Henrique Martins |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Sociologia, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0023 seconds