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Glauco Mattoso, o antikitsch

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2016. / Submitted by Camila Duarte (camiladias@bce.unb.br) on 2017-01-27T17:02:56Z
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2016_AnaPaulaAparecidaCaixeta.pdf: 3158068 bytes, checksum: 359d7ccbbac1f7f42febd79ca607d4b1 (MD5) / Esta tese busca compreender a estética criada pelo escritor Glauco Mattoso (1951), destacando-o como instância literária, cuja escrita contestatória, fetichista e confessional compõe sua obra, da prosa paródica aos sonetos fesceninos. Entremeio a intertextos e diálogos de linguagens e formas, o escritor paulistano transita pela temática da tortura e do fetiche por pés, representados cruamente pela dor da sua condição de cego. Aqui, o recorte de discussões feito para se pensar a obra do autor é construído metodologicamente a partir do olhar da epistemologia do romance, buscando entender questões estéticas relacionadas ao contexto da criação enquanto razão sensível, que, em Mattoso, são conduzidas por um discurso autoficcional e heteronímico. Para justificar esse trajeto de análise, buscou-se nos estetas clássicos Immanuel Kant e F. Hegel – aqui julgados como fundamentais na compreensão do processo de criação –, elucidar questões acerca da escolha estética enquanto linha epistemológica, histórica, sensível e racional, que forma o conjunto da obra de Mattoso. A análise parte, especialmente, do principal texto em prosa do escritor, a narrativa autoficcional Manual do podólatra amador (1986/2006), para dar conta dos elementos contextuais que contemplam seu trajeto de publicações, construído a partir de escolhas estéticas que se repetem. Por se repetirem, foi necessário evocar outras obras de Mattoso, como o JORNAL DOBRABIL, com a intenção de alcançar a linha estética por ele conduzida. Pensar a estética em Glauco Mattoso implica pensar uma antiestética - definida nesta tese como contrariedade a um estilo kitsch -, chamada aqui de “antikitsch”, em que a negação da harmonia e o desvelamento do “não-dito” ganham forma no espaço literário de Mattoso, por meio do seu mote maior: a merda. Da criação literária ao contexto de abjeção, vários autores foram fundamentais para se pensar o autor e suas características confessionais, como Michel Foucault, Wolfgang Iser, Serge Doubrovsky, Fernando Pessoa, Julia Kristeva e Michel Maffesoli. Os anseios deste trabalho almejaram por um olhar “multi”, que alcançasse os elementos fundamentais sustentadores do eixo epistemológico desta tese, dividido em três partes: O glaucomattoso, O autoficcionista e O antiestético. / The present thesis aims to understand the aesthetics created by Brazilian writer Glauco Mattoso (1951), featuring him as a literary instancy, in which the contesting, fetishist and confessional writing composes his work, from parodic prose to Fescennine verses. Among intertexts and dialogues between languages and forms, this writer from São Paulo moves through themes such as torture and feet fetish, rawly depicted by the pain of his blindness. In this work, the selection of the discussions to analyze the author‟s work is methodologically built upon the point of view of the epistemology of the novel, in order to understand aesthetic issues related to the creation context as a sensitive reason which, in Mattoso, are leaded by an autofictional and heteronymic speech. To justify this path of the analysis, the classical aesthetes Immanuel Kant and F. Hegel – here considered essential to understand the creation process – were invoked to elucidate the topics about the aesthetic choice as a epistemological, historical, sensitive and rational lines of research that compose the work of Mattoso. The analysis starts mainly from his most important prose, the autofiction narrative Manual do Podólatra Amador (Handbook of the Amateur Foot Fetishist - 1986/2006), to address the contextual elements which contemplate the path of his publications, built upon aesthetic choices that repeat themselves. Because of this repetition, it was necessary to evoke other work from Mattoso, such as JORNAL DOBRABIL, aiming to reach the aesthetic line conducted by the author. To think about aesthetics in Glauco Mattoso is to think about an anti-aesthetics, defined in this thesis as the contrary to the kitsch style, here called anti-kitsch, in which the denial of the harmony and the unveiling of the “not said” take shape in Mattoso‟s literary scope, through his major motto: shit. From literary creation to abjection context, many authors were essential to analyze Mattoso and his confessional features, such as Michel Foucault, Wolfgang Iser, Serge Doubrovsky, Fernando Pessoa, Julia Kristeva and Michel Maffesoli. The goals of this work are to get a “multi” view, able to reach the main elements which support the epistemological axis of the thesis, divided in three sections: The glaucomattoso, The autofictionist and The anti-aesthetic.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/22767
Date25 August 2016
CreatorsCaixeta, Ana Paula Aparecida
ContributorsBarroso Filho, Wilton
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
RightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess

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