O conceito de dicotomia assume papel primordial na produção do significado, pois o modo como a mente humana percebe o mundo estrutura-se sobre dualismos, como luz e sombra, corpo e alma, sensível e inteligível, humano e animal, masculino e feminino. Este não é, contudo, um gesto inocente: o processo de divisão dicotómica traz consigo conflitos de poder e exclusão, pois uma de suas faces tende a reprimir e controlar a outra. O presente estudo tem como objectivo investigar o modo como o romance Myra (2008), da autora portuguesa Maria Velho da Costa, aborda o tema. Tendo em vista a considerável atenção que este tema tem recebido no cmapo dos estudos filosóficos, este foi incorporado aos instrumentos teóricos utilizados para análise, em particular as obras De la Grammatologie (1967) e Position (1972), de Jacques Derrida; L'Archéologie du Savoir (1969), L'ordre du discours (1971) e surveiller et Punir (1975), de Michel Foucault; The Human Condition (1958), de HannaH Arendt. No campo dos estudos literários, destaca-se a obra A Poetics of Postmodernism (1988), de Linda Hutcheon, assim como a fortuna crítica da obra de Maria Velho da Costa. A pesquisa constatou que o romance Myra põe em causa não apenas as relações de poder associadas às dicotomias, mas igualmente o aspecto redutor de suas divisões.
Identifer | oai:union.ndltd.org:up.pt/oai:repositorio-aberto.up.pt:10216/55482 |
Date | January 2010 |
Creators | Floquet, Daniel Damasceno |
Publisher | Porto : [Edição do Autor] |
Source Sets | Universidade do Porto |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação |
Format | application/pdf |
Source | http://aleph.letras.up.pt/F?func=find-b&find_code=SYS&request=000206367 |
Rights | openAccess |
Page generated in 0.0019 seconds