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Avaliação da exposição ocupacional, em laboratórios, de múltiplos agentes químicos, por longo período e em baixas concentrações / Assessment of occupational exposure to multiple chemicals for a long period and in low concentrations in laboratories.

Objetivo Avaliar o perfil da exposição ocupacional a agentes químicos, em laboratórios, e verificar os impactos na avaliação de risco decorrentes das mudanças nos limites de exposição ocupacional (LEO) e na legislação federal brasileira. Metodologia Revisão de literatura relativa à exposição ocupacional a substâncias químicas, referentes a: conceituação de risco; desenho das curvas dose-resposta; identificação dos fatores que interferem na relação dose-efeito; conceitos de exposição por longo período, da exposição múltipla e em baixas concentrações; e fatores de confusão na monitoração ocupacional. Realização de estudo transversal no Centro de Pesquisas da Petrobras, para avaliar o perfil de exposição a agentes químicos de 3.000 trabalhadores, com atividades preponderantes em laboratórios, metade das quais com exposição em baixas concentrações e por longo período, tendo por base as avaliações ambientais do ano de 2004. Análise temporal dos valores de LEO da American Conferrence of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) e levantamento das mudanças nas legislações federal previdenciária, trabalhista e de saúde nos aspectos relacionados à exposição a agentes químicos. Resultados Foram identificadas 484 substâncias químicas em 243 postos de trabalho, resultando em 2.550 situações de exposição, com média de 3,73 substâncias químicas por local. Os 1.563 trabalhadores com exposição formaram 168 Grupos Homogêneos de Exposição (GHE), cuja composição variou de 1 a 44 trabalhadores (média de 4,55, mediana de 3 e moda de 1). Em cada local de trabalho foram identificados, em média, 4,91 GHE. Foram medidas 977 amostras. Com relação ao GHE, foi notado que em 91,9% das avaliações ocorreram resultados abaixo do nível de ação, correspondendo a 92,5% dos empregados, configurando a exposição a baixas concentrações. Verificou-se ainda que 49,6% dos GHE (49,9% dos empregados) tinham concentrações inferiores ao limite de detecção das técnicas analíticas, enquanto que em 8,1% dos GHE e 7,5% dos empregados, as concentrações estavam em nível igual ou acima do nível de ação. Comprovou-se que nos últimos dez anos foram implantados ou revisados 135 (18,5%) LEO. O número de substâncias cuja redução do LEO é igual ou superior a 50% corresponde à quase totalidade das reduções e, em todos os períodos, as maiores são iguais ou superiores a 80% ultrapassando, portanto, o nível de ação. Ainda que não exista concordância nos valores dos LEO foi constatado que, entre as diferentes agências têm ocorrido freqüentes mudanças na legislação. Estes fatos têm obrigado os profissionais a incorporarem estes conhecimentos a sua prática de trabalho. Conclusões A exposição a substâncias químicas em laboratórios é predominantemente em baixa concentração, variada e múltiplas. Na proteção da saúde de trabalhadores, a aceitação do risco quando a concentração ambiental da substância química é abaixo do nível de ação, deve ser usado com parcimônia, pois os valores de LEO têm apresentado tendência de redução e exclui parcela significativa da população. Nesta se incluem os hipersensíveis, os expostos a substâncias com efeito estocástico, misturas com efeitos aditivos e com curva dose-resposta bifásica / Objective The aim of this study was to assess the profile of occupational exposure to chemicals in laboratories and check the impacts on risk assessment that derive from changes in occupational exposure limits (OEL) and in Brazilian federal laws applicable thereto. Methodology Review of publications on occupational exposure to chemicals concerning the following: risk concept, dose-response curve drawing, identifying factors that interfere with dose-effect relationship; concepts of lengthy exposure, multiple exposure, and low concentration exposure; confusing factors in occupational monitoring. A transversal study was carried out at the Petrobras Research Center in order to assess the profile of exposure to chemicals among 3,000 employees whose job was predominantly performed inside a laboratory, half of which were low concentration, lengthy exposures (the study was based on environmental assessments carried out in 2004). Time analysis of American Conference of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH) OEL values. Survey on the changes made in security, labor, and health federal laws as relates to exposure to chemicals. Results 484 chemicals were identified in 243 workplaces. This resulted in 2,550 exposure situations with an average of 3.73 chemicals per location. The 1,563 workers under exposure were divided into 168 Homogeneous Exposure Groups (HEG) comprised by 1 to 44 subjects (mean = 4.55; median = 3; mode = 1). On average, 4.91 HEG were identified in each workplace. 977 samples were measured. Regarding the HEG, it was observed that 91.9% of the assessments showed results below action level. This is equivalent to 92.5% of the amount of workers and fits into the low concentration exposure category. It was also observed that 49.6% of HEG (i.e. 49.9% of workers) showed concentrations lower than detection limit in analytical techniques, whereas concentrations were equal to or greater than action level among 8.1% of HEG and 7.5% of workers. 135 (i.e. 18.5%) OEL were proven to have been implemented or revised. The amount of chemicals whose OEL decrease is equal to or greater than 50% is equivalent to nearly all decreases. Moreover, the highest decreases are equal to or greater than 80%, and therefore exceeded action level. Although there is no common agreement on OEL values, it was observed that applicable laws have been changed by several agencies on a regular basis. These facts have led professionals into considering such information in their work practice. Conclusions Exposure to chemicals in laboratories occurs basically under low, varied, multiple concentration. In the field of workers healthcare, one should be careful while considering a risk for environmental concentration of a chemical below action level. This is because OEL levels have shown to be prone to decrease and thus exclude a significant part of the population. Such part includes hypersensitive individuals, people exposed to chemicals with stochastic effect, mixtures with additive effects and biphasic dose-response curve

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-29032009-114339
Date25 May 2007
CreatorsPaulo Antonio de Paiva Rebelo
ContributorsHenrique Vicente Della Rosa, José Tarcísio Penteado Buschinelli, Sergio Colacioppo, Elizabeth de Souza Nascimento, Maria Elisa Pereira Bastos de Siqueira
PublisherUniversidade de São Paulo, Toxicologia e Análises Toxicológicas, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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