Empresas familiares são o principal tipo de empresa ao redor do mundo. No Brasil são responsáveis por 50% do PIB e geram 85% dos empregos formais. Por possuírem a influência da família no negócio, os mecanismos de controle gerencial adotados por essas empresas tendem a ser informais e baseados em confiança. Estudos na área de contabilidade gerencial em empresas familiares demonstram que a adoção de sistemas de controle gerencial trazem benefícios econômicos e podem auxiliar na implementação de estratégias e facilitar processos de sucessão. No entanto, falta compreensão na academia sobre como ocorre o processo de adoção de sistemas de controle gerencial em empresas familiares e qual a influência da família e dos valores familiares neste processo. Este estudo buscou entender como os valores familiares, a presença da família na gestão e a interação entre os atores organizacionais influenciam o processo de adoção de SCG em empresas familiares. Para atingir este objetivo, foi conduzido um estudo de caso em uma empresa familiar que possui membros da família na gestão e passou por um processo de adoção de sistemas de controle gerencial. Foram realizadas entrevistas com gestores familiares e não familiares e coletados documentos considerados relevantes para o entendimento do fenômeno estudado. A análise foi feita utilizando-se a técnica de análise de conteúdo temática à luz do quadro teórico proposto por ter Bogt e Scapens (2014), baseado na Velha Economia Institucional (Old Institutional Economics). Os resultados evidenciados neste estudo demonstram como o contexto organizacional, os valores familiares no negócio e a racionalidade dos atores organizacionais direcionaram a escolha, o processo de adoção e a institucionalização do sistema de controle gerencial no caso estudado. Este estudo contribui para a literatura demonstrando que o uso do quadro teórico proposto por ter Bogt e Scapens (2014) é apropriado para entender como ocorre o processo de adoção de SCG por empresas familiares e fornecendo explicações para resultados conflitantes (Songini & Gnan, 2015; Speckbacher &Wentges, 2012), sugerindo que além da presença de membros da família na gestão, as instituições internas (como os valores familiares) e externas precisam ser considerados quando se busca entender a adoção de SCG em empresas familiares. / Family firms are the most prevalent type of companies in Brazil and throughout the world, contributing to 50% of the brazilian GDP and 85% of the employment rate. Given that the family is involved in the business, control mechanisms in these firms are more likely to be informal and trust-based. Academic research shows that the use of management control systems can result in better economic performance, promote strategy implementation and support succession processes. Nevertheless, there is a gap on the understanding of how management control systems adoption process happen and what is the influence of the family values on this process. Drawing on a case study carried out on a family firm managed by family members that recently adopted a management control systems this studies aims to shed light on how family values, the presence of family managers and the interaction between organizational actors influences management control systems adoption. Interviews were conducted with family and non-family managers and relevant documents were collected. The collected data was analyzed guided by ter Bogt e Scapens (2014) framework, based on Old Institutional Economics. The results shows how the presence of a family manager e the family values can influence adoption process and the institutionalization of management control systems in family firms. The organizational context, family values and the agency of organizational actors directed management control systems choice and the adoption process on the family firm studied. This study contributions to the academic literature are twofold: Firstly, the use of ter Bogt e Scapens (2014) framework is suitable to understand how MCS adoption processes occurs on family firms. Secondly, providing explanations for conflicting results (Songini & Gnan, 2015; Speckbacher & Wentges, 2012), suggesting that in addition to family managers presence both internal (family values) and external institutions must be accounted for when seeking to understand the adoption of MCS in family firms.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-28112018-100853 |
Date | 28 September 2018 |
Creators | Leme, Michel Alessandro |
Contributors | Pagliarussi, Marcelo Sanches |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
Page generated in 0.0018 seconds