Return to search

Manicomialidade hoje no ensino e na pesquisa em Psicologia no Rio de Janeiro: reflexões sobre o cuidado / Manicomialidad hoy en la enseñanza y en la investigación en Psicologia en Rio de Janeiro: reflexiones sobre el cuidado.

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esta dissertação é produto de meu percurso no Mestrado em Psicologia Social e apresenta as diferentes modulações do trajeto desenvolvido durante dois anos. Descreve de que modo um projeto que buscava conhecer a experiência dos usuários de Saúde Mental se modificou, passando a questionar as relações entre a Universidade, a Reforma Psiquiátrica e o cuidado na pesquisa com pessoas. A partir da metodologia da História Oral, foram realizadas entrevistas com diversos atores pesquisadores, professores, militantes, estudantes, residentes e coordenadores de residências que se somaram, na qualidade de trabalho de campo, à participação em eventos promovidos por grupos de usuários e ao estágio docente na disciplina Políticas e Planejamento em Saúde Mental, do curso de graduação em Psicologia. Também se recorreu à pesquisa bibliográfica e à utilização do diário de campo. A partir desta última ferramenta, primordialmente, foi possível realizar a análise de implicações que permeia todo o trabalho, na perspectiva da Análise Institucional. Esta dissertação descreve e reflete, em especial, sobre os dilemas com os quais me defrontei, desde o início da pesquisa, quando quis entrevistar participantes dos coletivos de usuários de saúde mental. Meu interesse era conhecer como tinha sido a experiência desses usuários dentro da chamada Reforma Psiquiátrica; porém, em face da insistência, por parte dos coordenadores dos grupos, de que solicitasse a autorização do Comitê de Ética e obtivesse o respectivo consentimento informado, comecei a me interessar pela origem dessa demanda e sua atual função. Tomei como analisador o dispositivo Consentimento Informado ou Esclarecido tal como é requisitado hoje, ou seja, algo cada dia mais exigido no campo da pesquisa com seres humanos, em ciências sociais. Apresentando-se como um discurso de proteção de direitos, ele permite colocar em discussão a questão do cuidado e da ética na pesquisa: certos aspectos priorizados pelos Comitês de Ética, tais como riscos, benefícios e desfecho primário, supõem a antecipação dos resultados de um processo que, ao contrário, está em construção. Extrapolam-se modelos do campo biomédico, obstaculizando pesquisas que contemplem as subjetividades dos participantes (pesquisadores e pesquisados). Nesse sentido, a presente dissertação questiona a que cuidado (e ao cuidado de quem) tais dispositivos efetivamente respondem. Também se coloca um outro analisador em pauta, o dispositivo apresentação de doentes, a fim de refletir sobre a manicomialidade presente, ainda hoje, no ensino universitário de psicologia. Tanto pela experiência no campo como mediante a bibliografia consultada, percebe-se uma cisão entre Universidade e Reforma. Certos espaços acadêmicos e disciplinas ligadas à prática clínica permanecem intactos frente ao processo da Reforma, mesmo depois de uma recente mudança no currículo. Novos espaços e disciplinas emergem sem conseguir dialogar com os antigos, que transmitem ao jovem psi uma prática atemporal, científica, objetiva, fundada nos manuais psiquiátricos (DSM, CID) e em discursos psicanalíticos descontextualizados. Percebe-se, assim, que temas fundamentais, como as condições de cuidado em saúde mental, são escassamente, discutidos no curso psicologia hoje. / Esta tesis de maestría es producto del trayecto realizado durante la cursada de la Maestría en Psicología Social en la UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) y presenta las diferentes modulaciones que sufrió el trabajo desarrollado durante estos dos años. Describe de que modo un proyecto que buscaba conocer la experiencia de los usuarios de Salud Mental se modificó, comenzando a cuestionar las relaciones entre la Universidad, la Reforma Psiquiátrica y el cuidado en la investigación con personas. A partir de la metodología de la Historia Oral, fueron realizadas entrevistas con diversos actores investigadores, profesores, militantes, estudiantes, residentes y coordinadores de residencias que se sumaron, en cualidad de trabajo de campo, a la participación en eventos promovidos por grupos de usuarios y a la práctica docente en la disciplina Políticas y Planificación en Salud Mental, del curso de graduación en Psicología. También se recurrió a la investigación bibliográfica y a la utilización del diario de campo. A partir de esta última herramienta, principalmente, fue posible realizar el análisis de implicaciones que atraviesa todo el trabajo, en la perspectiva de la Análisis Institucional. Esta tesis describe y reflexiona, en especial, sobre los dilemas con los cuales me enfrente, desde el inicio de la investigación, cuando quise entrevistar participantes de los colectivos de usuarios de salud mental. Mi interés era conocer como había sido la experiencia de esos usuarios dentro de la llamada Reforma Psiquiátrica; pero, a partir de la insistencia, por parte de los coordinadores de los grupos, de que solicitara la autorización del Comité de Ética y obtuviera el respectivo consentimiento informado, comencé a interesarme por el origen de esa demanda y su actual función. Tomé como analizador el dispositivo Consentimiento Informado o Esclarecido tal como es requerido hoy, o sea, algo cada día más exigido en el campo de la investigación con seres humanos, en ciencias sociales. Presentándose con un discurso de protección de derechos, él permite colocar en discusión la cuestión del cuidado y de la ética en la investigación: ciertos aspectos priorizados por los Comités de Ética, tales como riesgos, beneficios y resultados preliminares, suponen la anticipación de resultados de un proceso que, al contrario, está en construcción. Se extrapolan modelos del campo biomédico, obstaculizando investigaciones que contemplen las subjetividades de los participantes (investigadores e investigados). En este sentido, la presente tesis cuestiona a que cuidado (y al cuidado de quien) tales dispositivos efectivamente responden. También coloca otro analizador en pauta, el dispositivo presentación de enfermos, a fin de reflexionar sobre la manicomialidad presente, aún hoy, en la enseñanza universitaria de psicología. Tanto por la experiencia en el campo como mediante la bibliografía consultada, se percibe una escisión entre Universidad y Reforma. Ciertos espacios académicos y disciplinas ligadas a la práctica clínica permanecen intactos frente al proceso de la Reforma, a pesar de la reciente mudanza en el currículo. Nuevos espacios y disciplinas emergen sin conseguir dialogar con las antiguas, que transmiten al joven psi una práctica atemporal, científica, objetiva, fundada nos manuales psiquiátricos (DSM, CID) y en discursos psicanalíticos descontextualizados. Se percibe, que temas fundamentales, como las condiciones de cuidado en salud mental, son escasamente, discutidas en el curso psicología hoy.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:5226
Date28 March 2014
CreatorsAndrea Paola Moure
ContributorsHeliana de Barros Conde Rodrigues, Adriana Rosa Cruz Santos, Aline Ribeiro Nascimento, Kátia Faria de Aguiar
PublisherUniversidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, UERJ, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageSpanish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0016 seconds