[pt] O mercúrio usado no garimpo do ouro na região amazônica é
liberado para a
atmosfera, solo e rios. Uma vez na atmosfera, o metal é
oxidado e imediatamente se
deposita. Na água, ocorre a transformação para o
metilmercúrio principalmente pela
ação de microrganismos. A formação do metilmercúrio
aumenta a dispersão e
biodisponibilidade do elemento no ambiente aquático. O
metilmercúrio pode ser
incorporado pelo plancton entrando, assim, na cadeia
alimentar. A concentração do
metal aumenta a medida que se ascende nos níveis tróficos
da cadeia, atingindo os
valores mais elevados em peixes carnívoros como o
tucunaré. Dessa forma, as
emissões de mercúrio provocam a contaminação dos recursos
naturais e aumentam os
riscos para a saúde dos consumidores habituais de pescado.
O objetivo deste trabalho é
testar um modelo de bioacumulação de mercúrio em peixes
para estimar concentrações
em predadores de topo da cadeia alimentar. O modelo pode
ser usado como ferramenta
para a gestão ambiental de ecossistemas aquáticos
potencialmente contaminados com
mercúrio. Este objetivo foi atingido através da combinação
dos modelos de balanço de
massa de Trudel e bioenergético de Wisconsin, aplicados em
espécies tropicais do
gênero Cichla (tucunaré) da bacia do rio Tapajós. O modelo
bioenergético de Wisconsin
foi usado para determinar as taxas de consumo de alimento
a partir de dados de
crescimento estimados. Os parâmetros usados nos modelos
foram obtidos na literatura.
A habilidade da modelagem na predição dos teores de
mercúrio em tucunarés foi
avaliada através da comparação com dados de campo obtidos
nos anos 1992 e 2001, no
rio Tapajós e no sistema de lagos Maicá. Os melhores
resultados foram alcançados para
os espécimes coletados no ano 1992, o que parece estar
relacionado com uma melhor
estimativa da concentração de mercúrio no alimento neste
ano. / [en] The mercury used in the artisanal mining (garimpo) of
gold in the Amazon
region is emitted to the atmosphere, soil and rivers. Once
in the atmosphere, the
metal is oxidized and immediately deposited. In the water,
the transformation to
methylmercury takes place mostly due to the action of
microorganisms. The
formation of methylmercury increases the dispersion and
bioavailability of the
element in the aquatic environment. The methylmercury can
be assimilated by
the plankton and enters the food chain. The concentration
of the metal increases
further up in the trophic levels of the chain and reaches
the highest values in
carnivorous fishes like tucunaré. Thus, the mercury
emissions cause the
contamination of natural resources and enhance the risks
to the health of regular
fish consumers. The objective of this work is to test a
model for bioaccumulation
of mercury in fishes. The model calculates concentrations
in top predators of the
food chain and can be used as a tool for the management of
aquatic ecosystems
potentially contaminated with mercury. This objective was
accomplished through
the combination of the Trudel mass balance and Wisconsin
bioenergetics
models, applied to tropical species of the Cichla
(tucunaré) genre of the Tapajós
river basin. The Wisconsin bioenergetics model was
utilized to determine the
rates of food consumption from estimated fish growth data.
The parameters used
in the models were found in the literature. The ability of
the models to predict
mercury contents in tucunarés was evaluated by comparison
with the field data,
obtained in 1992 and 2001, in the Tapajós River and in the
Maicá lakes. The best
results were attain ed for specimens collected in 1992
what seems to be related to
a better estimate of mercury concentration in the food in
this year.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:6133 |
Date | 18 March 2005 |
Creators | YSRAEL MARRERO VERA |
Contributors | ROBERTO JOSE DE CARVALHO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.0031 seconds