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Honoré de Balzac e Camilo Castelo Branco: a crítica social oitocentista em perspectiva comparada / Honoré de Balzac and Camilo Castelo Branco: nineteenth-century social criticism in comparative perspective

Como sabemos, as reflexões do filósofo político e contratualista Jean-Jacques Rousseau tornaram-se referência para muitos escritores que o sucederam, principalmente no que concerne às suas considerações a propósito da vida em sociedade, ambiente vil que degenera o homem, ser bom e piedoso por natureza. Tratase do célebre conceito rousseauniano do bom selvagem, teoria cuja repercussão pode ser encontrada em obras de muitos autores do período oitocentista, entre as quais podemos destacar a do romancista francês Honoré de Balzac e a do ficcionista português Camilo Castelo Branco. Isto porque, a partir de um estudo comparativo realizado entre volumes balzaquianos e camilianos, levantou-se a hipótese de que estes escritores, ao tecerem suas críticas sociais, dialogam com a mencionada teoria de Rousseau, muito embora cada um o faça a seu modo e finde por concatenar mundividências literárias distintas, únicas e inovadoras, que particularizam, de forma marcante, ambos os cânones ficcionais. Assim posto, e levando em consideração a ausência de estudos críticos a esse respeito, nosso intento é o de analisar uma questão inédita no que concerne à comparação entre a ficção balzaquiana e a camiliana: a diferente concepção que os respectivos narradores apresentam acerca dos efeitos sociais no homem, a partir de um diálogo estabelecido por ambos com o conceito rousseauniano do bom selvagem. Vale ressaltar que o estudo comparativo aqui proposto seguirá alguns pressupostos básicos da Literatura Comparada, sendo o principal deles a busca pelas particularidades de cada literatura (Cf. ABDALA Jr., 2003). / As we know, the reflections of the political and contractualist philosopher Jean- Jacques Rousseau became reference for many writers who succeeded him, mainly as concerns the considerations regarding the life in society, a vile ambience that degenerates man, a good and pious living being by nature. This is the renowned Rousseaunian concept of the noble savage, theory that can be found reverberated in many works of 19th century authors, among which we can highlight the one of the French novelist Honoré de Balzac and the one of the Portuguese fictionist Camilo Castelo Branco. That is because, from a comparative study realized between Balzacian and Camilian works, we hypothesized that these writers dialogue, as they construct their social criticisms, with the mentioned Rousseaus theory, although each one does it in his own way and ends by concatenating distinct literary worldviews, unique and innovative, that particularize, markedly, both of the fictional canons. Therefore, and taking into consideration the absence of critical studies regarding this, our intent is to analyze an unprecedented issue concerning the comparison between Balzacian and Camilian fiction: the different conception the narrators present about the social effects in man, through a dialogue established by both of them with the Rousseaunian concept of the noble savage. It is worth to stress that the comparative study proposed here will follow some basic assumptions of Comparative Literature, the main one being the research for the particularities of each literature. (Cf. ABDALA Jr., 2003).

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-30072013-120345
Date08 May 2013
CreatorsCatelani, Ana Luísa Patricio Campos de Oliveira Lenk
ContributorsOliveira, Paulo Fernando da Motta de
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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