Considerando o exercício da nossa prática, e a importância que a violência doméstica assumiu nos últimos anos, junto à agenda de saúde pública, é que buscamos realizar o presente estudo. O tema é complexo, e dado a esta complexidade é um conhecimento ainda em construção o qual tem no presente trabalho sua contribuição. Nosso objetivo foi identificar e analisar as notificações realizadas junto às Regionais de Saúde do município de Guarulhos, os limites da atuação dos profissionais, as lacunas existentes no atendimento e acompanhamento dos casos de violência doméstica contra crianças, as origens e possíveis conseqüências dessas lacunas, tendo como referencial teórico os aspectos conceituais de violência doméstica, infância, família e políticas públicas nesta área. Caracterizamos o cenário das notificações realizadas nos anos de 2001 e 2002 no município com o intuito de melhor entender a realidade e subsidiar o diálogo com os dados colhidos através da abordagem qualitativa. A coleta de dados ocorreu sob as formas: entrevistas semiestruturadas e análise de documentos e registros. A partir do material obtido e da fundamentação teórica, discutimos os resultados de acordo com a proposta de Minayo (1996a), utilizando o método hermenêutico dialético. O município de Guarulhos através dos dados registrados ainda apresenta uma significativa subnotificação. Dos casos notificados constatamos uma predominância dos casos de negligência, 46% das notificações, 24% de violência física e 15% de suspeita de violência sexual. O profissional que mais notificou foi o assistente social, sendo responsável por 46% das notificações. A partir das falas dos atores sociais, identificamos duas categorias empíricas: nada a fazer" e medo" através das quais emergiram os aspectos relativos a falta e a necessidade de políticas públicas integradas, o aspecto socioeconômico, político-social e cultural como raízes da violência, a necessidade de capacitação dos profissionais e o medo que emerge no imaginário, no cotidiano e na ação dos atores sociais frente aos casos de violência doméstica, influenciando no que fazem ou no que pensam poder ou não fazer. Cada ator deste cenário, profissionais, gestores, sociedade civil tem um papel fundamental na identificação, na notificação, no encaminhamento e assistência dos casos de violência contra crianças, mas um papel tão mais importante de articular ações conjuntas através de uma rede de atenção que possa dar uma resposta mais efetiva garantindo os direitos da criança e o comprometimento de todos com as ações e os serviços mais avançados para a área. / Considerando el ejercicio de nuestra práctica y la importancia asumida por la violencia doméstica en los últimos años, es delante de la agenda de salud pública que buscamos realizar el presente estudio. La temática es compleja y, dada esta complejidad es un conocimiento todavía en construcción, a lo cual intentamos contribuir con este trabajo. Nuestra finalidad fue identificar y analizar las notificaciones realizadas ante las regionales de salud del municipio de Guarulhos, los límites de la actuación de los profesionales, las lagunas existentes en la atención y el acompañamiento de los casos de violencia domestica contra niños, los orígenes y posibles consecuencias de esas lagunas, adoptando como referencial teórico los aspectos conceptuales de violencia doméstica, infancia, familia y políticas públicas en esta área. Caracterizamos el escenario de las notificaciones realizadas en 2001 y 2002 en el municipio con objeto de comprender mejor la realidad y apoyar el diálogo con los datos colectados a través de la aproximación cualitativa. La recolección de datos ocurrió de las siguientes maneras: entrevistas semi-estructuradas y análisis de documentos y registros. A partir del material obtenido y de la fundamentación teórica, discutimos los resultados de acuerdo con la propuesta de Minayo (1996a), utilizando el método hermenéutico dialéctico. Por medio de los datos registrados, el municipio de Guarulhos todavía presenta una significativa subnotificación. De los casos notificados constatamos una predominancia de los casos de negligencia, con 46% de las notificaciones, 24% de violencia física y 15% de sospecha de violencia sexual. El profesional que más notificó fue el asistente social, responsable por 46% de las notificaciones. A partir de los discursos de los agentes sociales, identificamos dos categorías empíricas: nada a hacer" y miedo" por medio de las cuales aparecieron los aspectos relativos a la falta y la necesidad de políticas públicas integradas, el aspecto socioeconómico, político-social y cultural como raíces de la violencia, la necesidad de capacitación de los profesionales y el miedo que emerge en el imaginario, en el día a día y en la acción de los agentes sociales delante de los casos de violencia doméstica, influyendo en lo que hacen o en lo que piensan que pueden o no hacer. Cada agente de este escenario, profesionales, gestores, sociedad civil tiene un papel fundamental en la identificación, notificación, encaminamiento y atención de los casos de violencia contra niños, pero un papel mucho más importante de articular acciones conjuntas por medio de una red de atención que pueda dar una respuesta más efectiva arantizando los erechos del niño y el comprometimiento de todos con las acciones y los servicios más avanzados para el área.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-03052005-092941 |
Date | 16 December 2004 |
Creators | Iossi, Marta Angélica |
Contributors | Carvalho, Maria das Gracas Bomfim de |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Spanish |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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