A África e os africanos são, sem dúvida, objetos especiais para a abordagem das Ciências Sociais e Humanas. O Brasil foi um dos países que receberam mais escravos negros oriundos da África. Houve momentos na história que a população negra e escrava suplantavam a população branca de origem européia, dona daqueles escravos. No início do século XIX, a capital do império, o Rio de Janeiro, era denominado por pequena África, tal o número da população negra existente. Devido a esta forte ligação, discursos foram criados para intermediar a relação destes dois povos. A teoria das representações sociais é convocada neste trabalho como instrumento teórico metodológico com os objetivos de investigar o processo de formação e a estrutura da representação social da África e dos africanos. Para alcançar tais finalidades foram realizados dois tipos de entrevistas: o primeiro foi uma entrevista fechada, realizada com 200 estudantes de graduação da UERJ, os sujeitos da presente pesquisa, com a finalidade de obter dados que pudessem ser analisados pela abordagem estrutural. Desses 200 entrevistados, 25 também responderam perguntas abertas, caracterizando uma entrevista semi-estruturada que visava abordar os aspectos processuais das representações. Na análise, verificou-se que a representação da África está muito ligada as mazelas, como pobreza, fome e miséria enquanto a representação social dos africanos está relacionada a aspectos mais positivos, como alegria, luta e cultura. A discrepância destes resultados gerou a necessidade de voltar a campo para investigar o porquê das gritantes diferenças entre estas duas representações. Destes 20 alunos entrevistados, 35% acreditam que as imagens negativas da África têm relação com as imagens veiculadas pela mídia e outros 30% crêem que isso é conseqüência da grande pobreza que existe lá. Já a imagem positiva dos africanos está relacionada a naturalização de aspectos positivos atribuídos aos africanos, como alegres e obstinados (30%) e uma identificação entre brasileiros e africanos(25%). A análise mostra que enquanto a representação social da África é muito veiculada ao discurso midiático, a representação social dos africanos relaciona-se fortemente aos discursos politicamente corretos como a democracia racial. / Africa and Africans are undoubtedly artifacts for the approach of the Social Sciences and Humanities. Brazil was one of the countries that received more black slaves from Africa. There are moments in history that the black slave population outweighed the white population of European origin, the owner of these slaves. In the early nineteenth century, the empire's capital to Rio de Janeiro, was named for a small Africa as the number of existing black population. Due to this strong bond, speeches were designed to mediate the relationship between these two peoples. The theory of social representations is called here as a theoretical tool methodology aiming to investigate the formation process and structure of social representation of Africa and Africans. To achieve these goals were two types of interviews: the first was a closed interview, conducted with 200 undergraduate students, UERJ, the subjects of this research, in order to obtain data that could be analyzed by the structural approach. Of these 200 respondents, 25 also answered open questions, featuring a semi-structured interview that was intended to address the procedural aspects of representations. In the analysis, it was found that the representation of Africa is very much linked ills like poverty, hunger and misery while the social representation of Africans is related to more positive aspects, such as joy, struggle and culture. The discrepancy of these results generated the need to return to the field to investigate why the glaring differences between these two representations. Of 20 students interviewed, 35% believed that negative images of Africa are related to the images in the media and another 30% believe that this is a consequence of extreme poverty that exists there. Since the positive image of Africans is related to positive aspects of naturalization granted to African, as cheerful and tenacious (30%) and an identification between Brazilians and Africans (25%). The analysis shows that while the social representation of Africa is very conveyed to media discourse, the social representation of Africans is strongly correlated to the discourse as politically correct racial democracy.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:2913 |
Date | 27 June 2011 |
Creators | Claudia Freire Vaz |
Contributors | Ricardo Vieiralves de Castro, Luiz Fernando Rangel Tura, Jorge da Silva |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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