Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. / Made available in DSpace on 2013-07-15T23:09:22Z (GMT). No. of bitstreams: 1
223007.pdf: 1139028 bytes, checksum: 6ed0a23000323e7cb31e05203328984a (MD5) / As transformações verificadas na economia brasileira nos anos 90 afetaram de forma diferenciada o setor produtivo em função das características presentes setorialmente e dos ajustes realizados na primeira metade dos anos 90. A resposta do setor industrial ficou muito aquém do preconizado por todos os atores que defendiam as reformas liberais para obtenção, ao mesmo tempo, da estabilização e retomada do crescimento econômico com maior exposição à concorrência externa. Os desafios e as respostas do setor produtivo têm sido segmentados e diferenciados o que, aliás, é um desdobramento da própria concepção da ação do Estado no setor produtivo, ou seja, uma ação focalizada e não mais universalista, como no passado. Assim sendo, somente com a realização de estudos na mesma concepção teórico-metodológica para dar conta da nova complexidade que surge da maior integração produtiva, comercial e financeira da economia brasileira com o capitalismo mundial. A competitividade tornou-se linha mestra a ser perseguida por planos e ações estratégicas das empresas para sua sobrevivência e ampliação da participação no mercado. A indústria têxtil, pela sua importância histórica e social (intensiva em mão-de-obra em alguns de seus elos), é exemplar do que ocorreu no setor produtivo brasileiro, quando do término de um processo de industrialização pautado na proteção de mercado, incentivo governamental e forte regulamentação institucional. O objetivo geral do trabalho foi analisar a indústria têxtil brasileira sob o ponto de vista dos desafios enfrentados pelo segmento, bem como, verificar sua produtividade e/ou eficiência relativa utilizando o método denominado de Análise Envoltória de Dados para sua quantificação. Os dados foram obtidos nas pesquisas anuais e conjunturais do IBGE, como a Pesquisa Anual da Indústria e Pesquisa Industrial Mensal, do Cadastro Central de Empresas e da RAIS do Ministério do Trabalho. Além disso, utilizaram-se dados sobre importações e exportações obtidos junto ao MIDC conforme a classificação das atividades econômicas do CNAE. A indústria têxtil brasileira, de 1990 a 2003, passou por três momentos distintos: a primeira fase, de 1990 a 1994, foi marcada pela continuidade e aprofundamento de uma crise que se origina nos anos 80, quando a sua principal matéria-prima, o algodão, sofre a ampliação da importação do produto e pelas políticas favoráveis de financiamento as aquisições externas. A forte concorrência com os produtos importados e a disseminação das fibras químicas, traduz-se na redução do número de empresas e do valor da produção da indústria têxtil. Aquelas empresas que conseguiram realizar ajustes, como importar novas tecnologias e matérias-primas, bem como customizar a produção, irão se destacar em termos de eficiência, como demonstra a análise não-paramétrica, marcando o que seria um segundo momento da indústria têxtil brasileira. Contudo será o terceiro momento que se destaca, com a ampliação da produção de algodão e da indústria têxtil, bem como do aumento da produtividade das grandes empresas. O período foi marcado, inicialmente, pela mudança na política cambial, a seguir pela ascensão fulminante da produção de algodão na região Centro-Oeste e pelo aumento das exportações da indústria têxtil. A produtividade é crescente nas grandes empresas e que estão sendo recompensadas com resultados financeiros, dado a melhoria na competitividade nacional e internacional. Em suma, a indústria têxtil após uma série crise que originou, inclusive em sua cadeia produtiva no ramo agrícola, realizou ajustes que, apesar de terem aumentado sua produtividade, não conseguiram assegurar resultados financeiros e econômicos consistentes com sua importância histórica. Somente no período mais recente a indústria têxtil, alicerçada em uma sólida e segura recuperação da produção de algodão e de um maior ajuste técnico e organizacional, surge com possibilidade de conseguir elevada produtividade/eficiência combinada com resultados financeiros e econômicos. Tal afirmação corrobora a ênfase inicial de que a estrutura produtiva brasileira abandona sua tendência à diversificação e torna-se competitiva em segmentos nos quais existem sólidas vantagens competitivas
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/101764 |
Date | January 2005 |
Creators | Anjos, Maria Anita dos |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Fialho, Francisco Antonio Pereira |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 239 f.| il., graf., tab. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0025 seconds