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Depósitos sedimentares associados à desembocadura do Arroio Chuí (Planície Costeira do Rio Grande do Sul) e suas relações com as variações do nível do mar durante o holoceno

O presente trabalho descreve a ocorrência de depósitos sedimentares associados à desembocadura do Arroio Chuí, no extremo sul do País, e suas relações com as variações do nível do mar durante o Holoceno. Com o emprego de uma estação total, bússola de geólogo e navegação com GPS, procedeu-se a um nivelamento topográfico da área de estudo, incluindo a altimetria ao longo de 5 perfis topográficos transversais e longitudinais ao arroio. Ao longo dos perfis transversais foram coletados 10 testemunhos a percussão e realizados 18 furos com trado manual. As análises sedimentológicas, paleontológicas e geocronológicas dos testemunhos e dos afloramentos nas barrancas do arroio, permitem registrar importantes aspectos sobre a natureza e o significado paleogeográfico das fácies encontradas. Foram identificadas facies sedimentares contendo uma rica assembléia de palinomorfos e de conchas fósseis – especialmente moluscos gastrópodes e bivalves – indicadores de influência marinha na sedimentação. Dentre as espécies de moluscos encontradas foram identificadas Heliobia australis, Anachis isabellei, Crepidula protea, Carditamera plata, Corbula caribaea, Corbula patagonica, Mactra isabelliana, Anomalocardia brasiliana, Ostrea puelchana, Crassostrea e Tagelus plebeius. Em algumas fácies lamosas muitos exemplares de fósseis se encontram bem preservados, mantendo-se ainda em posição de vida. A altimetria e a natureza das fácies permitem concluir que, na região próximo à atual desembocadura do Arroio Chuí, o nível do mar esteve pelo menos 2 a 3 m acima do nível atual durante o máximo da Transgresão Pós-Glacial. O ambiente correspondia a um estuário, cuja configuração foi controlada, em grande parte, pela morfologia dos terrenos pleistocênicos adjacentes. As assembléias fossilíferas, típicas de ambiente estuarino, situadas nos paleoniveis de 0,8 m abaixo do nível do mar atual, datando 6530 ± 40 anos AP (Cal 7.150-6.930) e 1,9 m acima do nível do mar atual, datando 5750 ± 40 anos AP (Cal 6260-6080) evidenciam as fases de afogamento da região da desembocadura do Arroio Chuí, relacionadas com o máximo da Transgressão Pós- Glacial. Os resultados deste trabalho contribuem para a melhor compreensão sobre o comportamento do nível do mar durante o Holoceno na região sul do Brasil. / The present work describes the occurrence of sedimentary deposits associated to the mouth of Arroio Chui river in the south limit of Brazil, and its relation with sea-level fluctuations during the Holocene. With a total station, a geologist compass and a GPS device a topographic levelling of the study area was conducted, including the altimetry of 5 profiles transversal and longitudinal to the river. Along the transversal profiles, 10 percussion cores were collected and 18 holes were made with a manual auger. The sedimentological, paleontological and geochronological analyses of the cores and of the outcrops at the banks of the river, allowed to interpret important aspects about the nature and paleogeographic significance of the facies. The sedimentary facies show a rich assemblage of palynomorphs and fossil shells – mainly gastropodes and bivalves mollusks – pointing to a deposition in an environment with marine influence. The mollusk shells include the species Heliobia australis, Anachis isabellei, Crepidula protea, Carditamera plata, Corbula caribaea, Corbula patagonica, Mactra isabelliana, Anomalocardia brasiliana, Ostrea puelchana, Crassostrea and Tagelus plebeius. In some muddy facies many of these mollusks were preserved in life position. The nature and altimetry of the facies allow concluding that, in the area surrounding the Arroio Chui’s current mouth, the sea level was at least 2 to 3 m above de present level during the maximum of the Post Glacial Transgression. In that time the environment was, probably, an estuary whose configuration was controlled, largely, by de morphology of the adjacent pleistocenic terrains. The estuarine fossil assemblage, located 0.8 m bellow the present sea-level, dating 6530 ± 40 years AP (Cal 7150-6930), and 1.9 m above present sea-level, dating 5750 ± 40 years AP (Cal 6260-6080), evidences the phases of drowning of the area during the maximum of the Post Glacial Transgression. The results of this work contribute to the understanding of the Late Holocene sea-level behavior in the south of Brazil.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/8813
Date January 2007
CreatorsCaron, Felipe
ContributorsTomazelli, Luiz Jose
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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