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Mineralogia e geoquímica de perfis lateríticos no nordeste do Estado do Amazonas

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Previous issue date: 2006-05-19 / CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Presidente Figueiredo township is located on the northeastern Amazonas State. Geologically, it plays a major role, due to exposing profiles of different units with access favoured by highway BR-174, which links Manaus (AM) to Boa Vista (RR). It also plays a fundamental role on the State s economy, since it harbours a valuable mining province called Pitinga mine, situated nearly 300 km from Manaus, one of the main deposits of tin, rare minerals (Zr, Nb, Th, Ta, Y and ETR) and, criolite of the Amazonian Craton. The purpose of this study is to investigate the effects of laterisation on the sedimentary rocks of Prosperança Formation in the Presidente Figueiredo region and in the volcanic rocks of Iricoumé Group and granite rocks of Mapuera Intrusive Suite in the Pitinga Mine area. Thus, besides contributing to the region s paleoclimatic reconstruction, it allowed to evaluate Pitinga bauxite economical potentiality and verify the potential of utilizing the paleomagnetism technique on lateritic crusts as a relative dating tool of the supergenic processes occurring in Amazonia.
Three profiles (P1, P2 and P3) were selected and their colour, textural and structural parameters studied. Mineralogical identification associated to the quantification of the major elements allowed for the semi-quantitative calculation of the main residual/supergenic minerals and bauxite potentiality evaluation. Different crust face petrographic laminas were made in order to aid on the mineralogical, structural and textural description. Trace elements and rare earths were also analyzed in order to investigate possible mineralizing and fractionating processes. The paleomagnetism technique was used to evaluate its potential use on lateritic crusts as well as to estimate the lateralization relative age in the region.
Profile 1 is constituted from the base to the top by the paprolite, mottled horizon, massive to protonodular crust (faces Fe-Al), dismantled and soil, profile 2 by saprolitic horizon, protonodular to pisolitic crust (faces: Al, Al-Fe, Fe-Al and Al), dismantled and soil, while profile 3, with structure similar to Profile 2, by the saprolite horizon, vermiform and nodular crust (facies: Al, Fe-Al, Al-Fe and Al), dismantled and soil. If on one hand the crust s Al face on profile 1 was not sighted, due it having been locally erode on P1A and not exposed on P1B, on the other hand, on profiles 2 and 3 it is well developed (~4 m thick). Regarding the mineralogy, gibbsite, kaolinite, hematite, goethite, quartz and anatase are the most abundant minerals on the three profiles, yet, the presence of muscovite and illite differentiates P1 from the remaining ones. Gibbsite contents are significantly higher on profiles 2 and 3, whereas hematite and goethite dominate on P1 crust, in spite of high contents also occurring on profiles 2 and 3 Fe-Al faces. In all of them quartz is very low, but for P1 sandy facies. Anastase is also low and doesn t differ from one profile to the other. Major element chemical analysis showed Al2O3, SiO2, Fe2O3, P.F., TiO2 and, subordinately, P2O5 to be the most abundant, being that on P1 SiO2 > Al2O3 > P.F. > Fe2O3, while on P2 Al2O3 > P.F > Fe2O3 > SiO2 and on P3 Al2O3 > P.F > SiO2 > Fe2O3. It all indicates that these differences were strongly influenced by the mineralogical and chemical caracteristics of the protolite, once the process acting on the three profiles was the same. Concerning the trace element analysis, findings showed that Cd, Bi, Ag, Tl, Se, Cs and Be occur on contents below the detecting limits, that Zr, Ba, V, Sr, Y, Hf, Mn, Pb, Sc, Zn, U, Sb, Cu and Co are more abundant on P2, Nb, Th, Ga, Sn, W, Ta, As, Mo, Au and Hg on P3, while Rb and Ni predominate on P1. Higher contents on profiles 2 and 3 result from the protolite characteristics, since they were formed from igneous rocks, generally carrying minerals containing these elements. ETR (La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Tb, Dy, Ho, Er,Tm, Eb and Lu) analysis showed the highest contents to be on P2, the lowest on P3, while on P1 they are intermediate. Upward concave sub-x parallel curves, with negative anomaly in Eu sharper on P3, were obtained following the contents normalization indicating higher fractionation of that element relative to P2, while for P1 the lacg of data from the parent rock prevent it from being compared to the others under this aspect. Distribution pattern on those elements also showed that lateritization promoted greater ETRL enrichment relative to ETRP on P1 than on P2, while on profile 3 there was ETRP enrichment relative to ETRL. P2 and P3 chemical findings indicated industrial quality for refractary bauxite, especially that from P2. Paleomagnetic analyses showed that the natural remaining magnetization (NRM) intensity and magnetic susceptibility in the samples from the crust developed over the sedimentary rocks of Prosperança Formation (P1) are greater than over the igneous rock of the Uatumã Supergroup (profiles 2 and 3). That behaviour is due to the higher content in ferromagnetic minerals such as hematite and Fe-Ti oxides in the crust of that profile. As to declination and inclination, despite the findings still being rather preliminary, due to the dispersion error being high, the mean directions (P1: 347º N/-32º, P2: 332º N/-48º and P3: 306º N/-35º) point N-NW, present similar inclination to the current pole and show good correlation with the poles from 50 and 70 Ma, in other words, of the Paleogene. The three studied profiles are graded as mature, since in spite of the Al face not having been sighted on P1 the textural, structural, mineralogical and geochemical characterisation suggests its existence, and therefore, along with P2 and P3, are complete profiles. It is possible they have developed in Upper Cretaceous/Eocene interval. This age is coherent with the climatic conditions to the formation of bauxites, once in Brazilian Amazonia as well as in the Guianas the wet climate was dominant, besides being an age suggested for the correlate deposits of the Paragominas (PA), Juruti (PA), French Guiana and Suriname region. / O município de Presidente Figueiredo localiza-se no NE do Estado do Amazonas. Geologicamente, tem papel importante devido expor perfis de diferentes unidades com acesso favorecido pela rodovia BR-174 que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR). Também desempenha papel fundamental para a economia do estado, uma vez que encerra a mina do Pitinga, situada a cerca de 300 km de Manaus, uma das principais jazidas de estanho, metais raros (Zr, Nb, Th, Ta, Y e ETR) e criolita do Cráton Amazônico. Este trabalho teve como objetivo investigar os efeitos da lateritização nas rochas sedimentares da Formação Prosperança na região de Presidente Figueiredo e nas rochas vulcânicas do Grupo Iricoumé e graníticas da Suíte Intrusiva Mapuera na área da Mina do Pitinga. Assim, além de contribuir para a reconstrução paleoclimática da região, permitiu avaliar a potencialidade econômica das bauxitas do Pitinga e verificar o potencial da utilização da técnica de paleomagnetismo em crostas lateríticas como uma ferramenta de datação relativa dos processos supergênicos atuantes na Amazônia. Foram selecionados três perfis (P1, P2 e P3) e estudados seus parâmetros estruturais, texturais e de cor. A identificação mineralógica associada à quantificação dos óxidos maiores permitiu o cálculo semiquantitativo dos principais minerais residuais/supergênicos e avaliar as potencialidades da bauxita. Para auxiliar na descrição textural, estrutural e mineralógica foram confeccionadas lâminas petrográficas dos diferentes fácies das crostas. Foram também analisados os elementos-traço e terras raras para investigar possíveis mineralizações e processos de fracionamento. Para avaliar o potencial uso em crostas lateríticas e estimar a idade relativa da lateritização na região foi utilizada a técnica do paleomagnetismo. O perfil 1 (P1) é constituído da base para o topo pelo saprólito, mosqueado, crosta maciça a protonodular (fácies Fe-Al), desmantelado e solo, o perfil 2 (P2) pelo saprolítico, crosta protonodular a pisolítica (fácies: Al, Al-Fe, Fe-Al e Al), desmantelado e solo, enquanto o perfil 3 (P3), com estrutura semelhante ao 2, pelo saprolítico, crosta vermiforme e nodular (fácies: Al, Fe-Al, Al-Fe e Al), desmantelado e solo. Se por um lado no perfil 1 o fácies aluminoso da crosta não foi visualizado, devido, localmente, este ter sido erodido no P1A e não exposto no P1B, por outro, nos 2 e 3 ele é bem desenvolvido (~4 m de espessura). Em relação a mineralogia, a gibbsita, caulinita, hematita, goethita, quartzo e anatásio são os minerais mais abundantes nos três perfis, contudo a presença de muscovita e illita diferencia o P1 dos demais. Os teores de gibbsita são significativamente mais altos nos perfis 2 e 3, enquanto a hematita e a goethita dominam na crosta do P1, apesar de teores elevados também ocorrerem nos fácies Fe-Al do 2 e 3. Em todos eles o quartzo é muito baixo, com exceção do fácies arenoso do P1. O anatásio também é baixo e não difere de um perfil para outro. A análise química dos óxidos maiores mostrou que Al2O3, SiO2, Fe2O3, P.F., TiO2 e, subordinadamente, P2O5 são os mais abundantes, sendo que no P1 o SiO2 > Al2O3 > P.F. > Fe2O3, enquanto no P2 o Al2O3 > P.F > Fe2O3 > SiO2 e no P3 Al2O3 > P.F > SiO2 > Fe2O3. Tudo indica que essas diferenças foram fortemente influenciadas pela natureza do protólito, uma vez que o processo atuante nos três perfis foi o mesmo. Com relação a análise dos elementos-traço, os resultados mostraram que Cd, Bi, Ag, Tl, Se, Cs e Be ocorrem em teores abaixo do limite de detecção, o Zr, Ba, V, Sr, Y, Hf, Mn, Pb, Sc, Zn, U, Sb, Cu e Co são mais abundantes no P2, Nb, Th, Ga, Sn, W, Ta, As, Mo, Au e Hg no P3, enquanto Rb e Ni predominam no P1. Os teores mais altos nos perfis 2 e 3 resultam das características mineralógicas e químicas do protólito, uma vez que foram formados a partir de rochas ígneas, geralmente, portadoras de minerais que contêm esses elementos. A análise dos ETR (La, Ce, Pr, Nd, Sm, Eu, Gd, Tb, Dy, Ho, Er,Tm, Eb e Lu) mostrou que as maiores concentrações estão no P2, os menores no P3, enquanto no P1 são intermediários. Após normalização dos
viii teores foram obtidas curvas subparalelas, côncavas para cima, com anomalia negativa em Eu mais acentuada no P3, o que indica maior fracionamento desse elemento em relação ao P2, enquanto para o P1 a ausência de dados da rocha-mãe impede compará-lo, sob esse aspecto, aos demais. O padrão de distribuição desses elementos mostrou também que a lateritização promoveu maior enriquecimento dos ETRL em relação aos ETRP no P1 do que no P2, enquanto no perfil 3 houve enriquecimento dos ETRP em relação aos ETRL. Os resultados químicos dos perfis P2 e P3 indicaram qualidade industrial para bauxita refratária, especialmente a do P2. As análises paleomagnéticas mostraram que a intensidade da magnetização remanescente natural (MRN) e a susceptibilidade magnética nas amostras da crosta desenvolvida sobre as rochas sedimentares da Formação Prosperança (P1) são maiores do que sobre as ígneas do Supergrupo Uatumã (perfis 2 e 3). Esse comportamento é devido ao maior conteúdo em minerais ferromagnéticos como a hematita e óxidos de Fe-Ti na crosta desse perfil. Quanto à declinação e inclinação, apesar dos resultados ainda serem bastante preliminares, devido os erros de dispersão das direções ser alto, as direções médias (P1: 347º N/-32º, P2: 332º N/-48º e P3: 306º N/-35º) apontam para N-NW, tem inclinação semelhante a do pólo atual e mostram boa correlação com os pólos de 50 e 70Ma, o que posiciona as crostas dos perfis no Paleógeno. Os três perfis estudados são classificados como maturos, pois apesar do fácies aluminoso não ter sido visualizado no P1 a caracterização textural, estrutural, mineralógica e geoquímica sugere sua existência, e portanto, juntamente com os P2 e P3, são perfis completos. É possível que tenham se desenvolvido no intervalo Cretáceo Superior/Eoceno. Essa idade é coerente com as condições climáticas favoráveis à formação das bauxitas, uma vez que na Amazônia Brasileira e nas Guianas o clima úmido era dominante, além de ser uma idade sugerida para depósitos correlatos da região de Paragominas (PA), Juruti (PA), Guiana Francesa e Suriname.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:http://localhost:tede/3285
Date19 May 2006
CreatorsPeixoto, Sanclever Freire
ContributorsHorbe, Adriana Maria Coimbra
PublisherUniversidade Federal do Amazonas, Programa de Pós-graduação em Geociências, UFAM, BR, Instituto de Ciências Exatas
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM, instname:Universidade Federal do Amazonas, instacron:UFAM
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
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