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Estrutura espaço-temporal de uma taxocenose de anfíbios anuros no Parque Estadual da Serra Furada,SC

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Ambientais. / Compreender as relações entre os grupos de organismos, o meio onde vivem, como são influenciados e seus padrões de diversidade são considerados alguns dos principais objetivos da ecologia. A heterogeneidade de hábitat parece ser um requisito importante na determinação do número de espécies que um determinado ambiente pode abrigar, mas esta relação ainda não é bem explícita. O objetivo deste estudo foi testar a influência da heterogeneidade do hábitat sobre a diversidade e composição da taxocenose de anfíbios anuros em ambiente de floresta e de brejo em área aberta no Parque Estadual da Serra Furada (PAESF), municípios de Orleans e Grão-Pará, estado de Santa Catarina. Entre agosto/2014 e julho/2015 foram realizadas amostragens mensais em duas áreas (norte e sul) do Parque a partir do entardecer até aproximadamente às 24h. A amostragem foi realizada por meio de busca ativa e encontros visuais e auditivos em transecções limitadas por tempo em duas áreas do Parque, área norte e área sul, em ambientes de brejo e de floresta. Foram analisadas a distribuição espacial e temporal da anurofauna, a sobreposição de nicho e a influência de fatores climáticos (umidade relativa do ar, pluviosidade, temperatura e fotoperíodo) na riqueza e abundância de anuros. Foi registrada a ocorrência de 27 espécies, pertencentes a 19 gêneros e distribuídas em nove famílias. O ambiente de brejo da Área Norte apresentou maior riqueza e maior variação da distinção taxonômica. A riqueza e abundância de machos vocalizantes foi sazonal para ambas as áreas, concentrada no período de setembro a fevereiro na Área Sul e de agosto a fevereiro na Área Norte. Na Área Sul, a abundância foi negativamente correlacionada com a umidade relativa do ar e positivamente com o fotoperíodo, e a riqueza apresentou correlação positiva com a temperatura máxima, mínima, média e fotoperíodo. Para a Área Norte, a abundância apresentou correlação positiva com a temperatura máxima, mínima, média e fotoperíodo e correlação negativa com a umidade relativa do ar. A maioria das espécies foi encontrada empoleirada nas classes de alturas de 0 a 20 cm, 41-60 cm e acima de 200 cm. Scinax perereca foi a espécie que apresentou maior amplitude em relação à altura do empoleiramento. Houve também diferença significativa na utilização dos substratos pelos anuros, sendo as plantas herbáceas o substrato mais utilizado. O ambiente de brejo apresentou maior quantidade de espécies generalistas para as classes de altura e substrato do que os ambientes de florestas. Considerando-se um gradiente de riqueza, sobreposição de nichos edistinção taxonômica, nossos resultados mostraram que ambientes de floresta abrigam menor riqueza, maior distinção taxonômica, e menor sobreposição de nicho em relação aos ambientes de brejos de áreas abertas. Nossos resultados corroboram em parte os obtidos em outros estudos, reforçando a importância dos ambientes florestais para fins conservacionistas, uma vez que apresentam maior distinção taxonômica entre suas espécies.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unesc.net:1/3795
Date January 2016
CreatorsCeron, Karoline
ContributorsGonsales, Elaine M. Lucas, Zocche, Jairo José
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNESC, instname:UNESC, instacron:UNESC
CoverageUniversidade do Extremo Sul Catarinense
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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