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Hystérésis et dynamiques agricoles dans les territoires du Nord Beira portugais

Les territoires du Nord Beira portugais présentent une situation extraordinaire de maintien d’une agriculture paysanne de minifundium nord-ouest ibérique et, ce, malgré les signes de déprise perceptibles à travers les recensements agricoles de 1989 et 1999. Cette situation est singulière par rapport au modèle de la moyenne montagne fragile construit par les géographes de Clermont-Ferrand. Dans les montagnes du Sud de l’Europe, les hautes terres se sont, soit vidées comme en Espagne, soit orientées vers des systèmes extensifs et de production de qualité peu peuplant comme dans le Massif central. Le cas des territoires du Nord Beira se révèle donc exceptionnel. Le maintien d’un nombre important de micro-exploitations depuis la « révolution des oeillets » traduit une forte capacité à intégrer un héritage, une mémoire d’une agriculture traditionnelle dans les évolutions en cours. Il s’agit d’un phénomène d’hystérésis dont la définition a été enrichie à partir d’une approche interdisciplinaire en sciences physiques et en sociologie. L’outil conceptuel éclaire le mode d’articulation entre les innovations agricoles impulsées par la PAC appliquée depuis 1994 et les permanences (effets de lenteur, de résistance, de métissage). Il permet d’analyser les causes liées à une interaction entre des éléments constitutifs des territoires du Nord Beira (choix politiques des gouvernements portugais depuis 1974, représentations négatives de la montagne dans la culture portugaise) et une conjoncture (application de la PAC dans l’esprit de la réforme de 1992 et processus de patrimonialisation de l’agriculture traditionnel émanant d’une nouvelle donne sociale). Il questionne le sens des évolutions en cours dans un contexte social européen favorable à l’agriculture durable / Os territórios do Norte da Beira apresentam uma situação extraordinária de conservaçãoda agricultura campesina de minifúndio no Noroeste iberíco, apesar dos sinais de abandonoobservados através dos recenseamentos agrícolas de 1989 e 1999. Esta situação é singular emrelação ao modelo da média montanha frágil edificado pelos geógrafos de Clermont-Ferrand. Nasserras do sul da Europa, as terras altas despovoaram-se como em Espanha, ou orientaram-se parasistemas agrícolas extensivos de qualidade, com densidades de população baixas como no Maciçocentral. O caso dos territórios do Norte da Beira é excepcional. A conservação dum número muitoimportante de micro-explorações desde a « revolução dos cravos » traduz uma forte capacidade paraintegrar a herança, a memória da agricultura tradicional nas evoluções actuais. Trata-se de umfénomeno de histerese cuja definição foi enriquecida pela abordagem pluridisciplinar da física esociologia. O instrumento conceptual esclarece o modo de articulação entre as inovações agrícolasresultante da PAC aplicada desde 1994 e as permanências (efeitos de lentidão, de resistência, demestiçagem). Permite de compreeender as causas ligadas a uma interacção entre os elementosconstitutivos dos territórios do Norte da Beira (escolhas políticas dos governos português desde 1974,representações negativas da montanha na cultura portuguesa) e uma conjonctura (aplicação da PACno espírito da reforma de 1992 e processo de patrimonialização da agricultura tradicional ligada auma nova procura social). Interroga o sentido das evoluções em curso num contexto social europeufavorável à agricultura sustentável

Identiferoai:union.ndltd.org:theses.fr/2010CLF20013
Date12 November 2010
CreatorsRoux, Christine
ContributorsClermont-Ferrand 2, Diry, Jean-Paul
Source SetsDépôt national des thèses électroniques françaises
LanguageFrench
Detected LanguagePortuguese
TypeElectronic Thesis or Dissertation, Text

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