Para elucidar o lugar ocupado pela filosofia na formação e funcionamento do sistema cultural brasileiro, Paulo Arantes investigou o transplante de um conjunto de métodos e técnicas francesas, transladadas para os trópicos. Com a insolação sofrida na linha abaixo do equador, tal forma de pensar não chegou a sofrer propriamente uma desidratação, ao contrário: incorporando-se a ingredientes nacionais, como o espírito modernista, veio, sim, possibilitar uma filosofia por conta e risco. O mesmo ocorre nas artes plásticas, onde desde a chegada de Debret ao Brasil o traçado de constituição de um certo pintar em brasileiro percorre um caminho tenso entre o nosso próprio chão bruto e os ares europeus, ao que nossa paleta de cores acabou por constituir-se como forma adequada a uma sociedade onde a escravidão é moderna. Essa é, portanto, a trilha desta tese, que assume que nos outros ramos de nossa vida intelectual tal não é diferente. Nossa forma peculiar de raciocínio intelectual nosso atabalhoado típico de nação que se constrói pela deglutição do olhar estrangeiro é aqui assumida ela mesma como sintoma dos solavancos de nossa modernização periférica. E é o conceito de forma, no sentido hegelo-marxiano, o alicerce conceitual pelo qual se procura dissecar neste trabalho um ramo específico da nossa vida intelectual, qual seja o do pensamento econômico. É através dele que este trabalho procura deslindar a chave de resto imanente a todo nosso percurso de um pensar que oscila entre a crítica do processo de desenvolvimento capitalista e a própria reprodução dele mesmo, não porque haja confusão no pensar, mas justamente porque essa é a forma adequada a um capitalismo periférico que exige, junto com sua crítica, soluções de desenvolvimento e industrialização. / To elucidate the role played by philosophy in the formation and operation of the Brazilian cultural system Paulo Arantes investigated the transplantation of a set of French methods and techniques, translated to the tropics. With the heat stroke suffered in the line below the equator, such thinking did not exactly suffer dehydration, instead, by incorporating into itself the national ingredients, such as the modernist spirit, it came to provide a philosophy for its own cout and risk. The same occurs in the visual arts, where since the arrival of Debret to Brazil the set up of some paint in here follows a path tension between our own rough ground and a European feeling, so our color palette constitute itself as an appropriate form to a society where slavery is modern. This is therefore the track of this thesis, which assumes that the other branches of our intellectual life is no different. Our peculiar form of intellectual reasoning - our awkwardly typical nation that is built by the swallowing of foreign look - here is assumed itself as a symptom of the bumps of our peripheral modernization. And is the concept of form, in the sense Hegelian-Marxian, the conceptual foundation by which this work seeks to dissect a specific branch of our intellectual life, namely the economic thought. It is through it that this work tries to unravel the key - immanent throughout our journey - of a thought that oscillates between the critique of capitalist development process and its own reproduction, not because there is confusion in thought, but because this is the proper form of a peripheral capitalism that requires, along with his critique, solutions of development and industrialization.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-14062012-161002 |
Date | 23 September 2011 |
Creators | Christy Ganzert Gomes Pato |
Contributors | Paulo Eduardo Arantes, Francisco Cabral Alambert Junior, Leda Maria Paulani, Gustavo Jose de Toledo Pedroso, Carlos de Almeida Toledo |
Publisher | Universidade de São Paulo, Filosofia, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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