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Dissertação_Nut_ Elma de Sá.pdf: 714035 bytes, checksum: d1dab5051eeb71253bfddf19c723d40e (MD5) / A pesca artesanal é uma atividade secular e, ainda hoje, se apresenta importante em todo o
mundo pela produção de alimentos e geração de trabalho. No Brasil, entretanto, esta pesca é
realizada em condições limitadas, há insuficiência de informações sobre a atividade e políticas
para o setor são recentes. Em São Francisco do Conde-BA (SFC), além destas questões, há
indícios de diminuição de áreas piscosas, devido a impactos ambiental e social. Assim, este
estudo buscou a caracterizar a pesca artesanal, os pescadores e a cadeia distributiva de
pescado em comunidades de São Francisco do Conde–BA. Realizou-se estudo transversal,
exploratório, com aplicação de questionários semi-estruturados, junto a pescadores e
presidentes de associações de pescadores, em seis comunidades pesqueiras, obtendo-se a
participação de 923 pescadores e seis líderes locais. A atividade pesqueira era exercida
principalmente por mulheres (66.6%), com média de idade de 39,7 anos, que assumiam a
chefia de família (78,2%). A maioria (84,5%) possuía casa própria, com abastecimento de
água (85,9%) e energia elétrica (97%), porém não dispunham de saneamento básico (83,9%).
O trabalho era realizado tanto no turno diurno (46,3%) quanto no noturno (53,7%). As médias
de jornada de trabalho/dia e de dias de trabalho/semana registraram 6,6 horas e 4,3 dias,
respectivamente, enquanto a média de tempo de trabalho foi de 19,9 anos – para 87,9% dos
participantes verificou-se renda inferior a um salário mínimo. Em relação à saúde, 45% dos
entrevistados informaram agravos relacionados ao trabalho, sobretudo as mulheres (p=0,000),
em decorrência da atividade de mariscagem. Dentre os pescadores, 49,2% não possuíam
embarcação própria; entre os tipos de embarcações utilizadas, prevaleceram as canoas de
madeira com remos (43,6%) e a arte de pesca mais empregada foi a rede de arrasto (26,7%).
Entre os cuidados com o pescado a bordo, 21,2% declararam usar gelo. As espécies de maior
captura compreenderam: ostra (Crassostrea Gigas) (62,2%), siri (Callinectis sp.) (59,2%),
sururu (Mytella sp.) (55,0%) e camarão (Xiphopenaeus kroyerij) (46,9%). O pescado
capturado na maioria das vezes era comercializado no próprio município, sendo a maior parte
(64,9%) vendido nas próprias comunidades e 13,5% direcionado para o Mercado do peixe e
para a feira municipal - 17,6% eram mercados em municípios próximos. Grande parte dos
pescadores (60,88%) apresentou vínculo com Associações, com média de tempo de associado
3,7 anos – 58,4% tinham Registro Geral da Pesca (58,4%). Os presidentes das Associações
eram homens em sua maioria (83,3%), em convivência familiar (66.6%), e chefes de família
(100%); em relação à escolaridade predominou o nível de ensino fundamental (66.6%). Entre
eles, (16,6%) não eram pescadores e, apesar da função de presidente, e todos exerciam outras
atividades para manutenção das suas famílias – para 50% deles o salário recebido estava entre
um e três salários mínimos. Em apenas 16,6% dos casos foi relatado o fornecimento de
equipamento de proteção para pescadores. Com base nos resultados, evidencia-se a
precariedade social e de condições de trabalho, com reflexos também negativos para os
recursos pesqueiros e sua qualidade. Nesse sentido, o estudo aponta para a necessidade de
ações públicas, com vistas a definir políticas e programas para o desenvolvimento econômico,
social e sustentável destas populações. / Salvador
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/11185 |
Date | 22 May 2013 |
Creators | Sá, Elma Pereira de |
Contributors | Cardoso, Ryzia de Cássia Vieira |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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