CoordenaÃÃo de AperfeiÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / O presente trabalho consiste num olhar crÃtico sobre a realidade dos atendentes do call center de uma empresa de telecomunicaÃÃes cuja privatizaÃÃo, no contexto da mundializaÃÃo do capital e do ajuste neoliberal do Estado, trouxe consigo desemprego, aprofundamento das terceirizaÃÃes, precarizaÃÃo das condiÃÃes de trabalho e fragilizaÃÃo da organizaÃÃo sindical. Na condiÃÃo de terceirizados, os chamados operadores de telemarketing mantÃm instÃveis relaÃÃes de trabalho, marcadas pela subcontrataÃÃo, alta rotatividade, baixos salÃrios, discriminaÃÃo em relaÃÃo aos trabalhadores âprimeirizadosâ e desrespeito à questÃo da saÃde. Suas relaÃÃes no trabalho se estabelecem sob um tipo de gestÃo que combina modernas tecnologias de controle da produtividade com antigas formas de vigilÃncia do trabalho, baseadas na cobranÃa por resultados, pressÃo psicolÃgica, assÃdio moral e constante ameaÃa de demissÃo. Trata-se de uma categoria de âinfoproletÃriosâ formada, predominantemente, por jovens do sexo feminino, com ensino mÃdio concluÃdo e que buscam seu primeiro emprego, atraÃdos, muitas vezes, pela oportunidade de conciliar o trabalho com outras atividades, tendo em vista a jornada flexÃvel, prolongada aos fins de semana e feriados. SÃo mercadorias com curto prazo de validade, pois, com pouco tempo de uso, comeÃam a desenvolver problemas fÃsicos e psicolÃgicos, devido ao ritmo intenso e estressante de trabalho. O call center torna-se, assim, um lugar de passagem na vida dos operadores, que por ali transitam provisoriamente, atà conseguirem outra oportunidade no mercado ou serem descartados pela empresa, dificultando a formaÃÃo da identidade coletiva e debilitando a capacidade organizativa dos sindicatos. Estes Ãltimos, diante da terceirizaÃÃo e da conseqÃente fragmentaÃÃo da classe trabalhadora, assumem uma posiÃÃo cada vez mais defensiva e corporativista, recuando no discurso e nas prÃticas de oposiÃÃo à lÃgica do capital. HÃ, todavia, momentos de resistÃncia, como a greve dos operadores de telemarketing de 2007, em que a categoria manifestou seu potencial contestatÃrio e, apoiada por movimentos sociais, tentou mostrar à sociedade como funcionam os serviÃos de telecomunicaÃÃes apÃs a sua mercantilizaÃÃo: à base da exploraÃÃo intensificada do trabalho e da degradaÃÃo das condiÃÃes de vida dos trabalhadores âflexÃveisâ. FlexibilizaÃÃo significa, de fato, tornar o capital mais livre e os trabalhadores mais vulnerÃveis, expondo-os a riscos e reduzindo suas perspectivas no ânovo (e precÃrio) mundo do trabalhoâ. / This work is based on a critical approach to the reality experienced by attendants from a call center maintained by a telecommunications company whose change into a private business, when one is to consider the context of world domination by capital and the neoliberal reshaping of the State, brought unemployment, increase of third party job contracting, worsening of working conditions and weakening of labor union organizations. On their third party role, the so-called telemarketing operators exhibit work conditions on an unstable balance marked by subcontracts, high turnover, low wages, discrimination in relation to âfirst-partyâ workers and neglect of health issues. Work conditions adopted by promoting agents are shaped in such a fashion as to combine modern technology for controlling productivity and old practices of vigilance based on demanding results, levying psychological pressure, moral harassment and constant threat of dismissal. One is dealing with a category of âinfoproletariatâ formed mainly by female youngsters that have concluded high school and are in search of their first job attracted by the fact that they can work and have other activities considering flexibility of work journey that offers free weekends and holidays. Workers in this category have a short date validation, for in a very short span of time start showing signs of physical and psychological problems due to the intense pace of working. The call center becomes by force of this feature a temporary stay for operators until they find another job opportunity or are dismissed by the their employer which make it difficult the development of a collective identity which as a result reflects on the weakening of the organizational capacity of labor unions. Labor unions in face of third party practice and resulting disruption of the working class adopt a growing defensive and corporative position renouncing strong speech and practices to opposing the logic of capital. There are, however, resistance instances such as the strike staged by telemarketing operators in 2007 in which the category displayed its disputing power and, supported by social movements, tried to show to the society how the telecommunications services work following their merchandising process: by means of adopting an strengthened exploitation feature of work, and degrading living conditions of the âflexibleâ workers. Flexibility being, in fact, the process of a freer capital and more vulnerable workers who are put at risk and see their perspectives shrinking in the ânew (and precarious) world of workâ.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:3753 |
Date | 08 September 2010 |
Creators | MÃnica Duarte Cavaignac |
Contributors | Alba Maria Pinho de Carvalho, Elza Maria Franco Braga, JoÃo Bosco Feitosa dos Santos, AÃcio Alves de Oliveira, Giovanni Antonio Pinto Alves |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Sociologia, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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