A análise de mapas da vegetação nativa do estado de São Paulo elaborados ao longo dos séculos XIX, XX e XXI, revela diferentes possibilidades de interpretação da fitogeografia estadual, embora revele também muitos aspectos convergentes, como por exemplo, tipos florestais na fachada Atlântica adaptados a maior umidade que aqueles tipos do interior. Em busca de elementos territoriais que favorecessem a compreensão da organização fitogeográfica estadual foi elaborada uma revisão do conhecimento geomorfológico do estado de São Paulo que permitiu individualizar os principais aspectos do relevo paulista. A comparação entre as propostas que descreveram e mapearam a vegetação nativa com os principais tipos de relevo indicou a possível ocorrência de vinte e três tipos de ambientes terrestres com afinidades fitogeográficas, além de dois aquáticos e ambientes de exceção, de ocorrência muito localizada. O reconhecimento deste conjunto de ambientes permitiu ainda a elaboração de uma análise da distribuição das Unidades de Conservação (UCs) de Proteção Integral no território estadual revelando a concentração destas na Serra do Mar Paranapiacaba, seguido pelo Planalto Atlântico, em contraste com o restante do Estado que apresenta grandes vazios e UCs isoladas. A atual área protegida neste tipo de categoria alcança atualmente 3,8% do território paulista. Os resultados finais revelaram que o conhecimento da fitogeografia nativa estadual precisa ser aprimorado para que possa expressar sua real diversidade original e que o relevo pode ser a base territorial para esta organização, agregando dados botânicos, climáticos e pedológicos. Sugere-se que a nova proposta de mapeamento adote uma plataforma digital e escalas entre 1:250.000 e 1:500.000, além de uma classificação fisionômica-ecológica para os níveis superiores, admitindo subdivisões com base na flora ou em condições ambientais específicas. A terminologia poderá ser aquela proposta pelo mapa oficial da vegetação brasileira do IBGE, adaptando-a, no entanto, a condições mais localizadas. Ações voltadas à restauração ou à conservação da biodiversidade, bem como processos de planejamento ambiental-territorial serão tanto melhores quanto melhor forem as bases conceituais e de informação no qual se apóiem. Deste modo a falta de conhecimento fitogeográfico adequado pode induzir a ações que levam a biosimplificação e favoreçam, cada vez mais, a homogeneização de paisagens. / The analysis of native vegetation maps of the state of São Paulo elaborated throughout the XIX, XX and XXI centuries shows different possibilities for the interpretation of the state phytogeography, although it also reveals many converging aspects, e.g., forest types in the Atlantic façade adapted to higher moisture than those located in the interior of the state. A review of the geomorphological knowledge of the state of São Paulo that allowed differentiating the main aspects of the state relief was prepared, in order to seek for territorial elements to promote the understanding of the state phytogeographical organization. Comparison among the proposals that described and mapped the native vegetation with the main types of relief pointed out the possible occurrence of twenty-three types of terrestrial environments with phytogeographical affinities, besides two aquatic environments and exception environments, with very restricted occurrence. Reconnaissance of this set of environments also allowed to prepare an analysis of the distribution of Conservation Units (UCs) with Integral Protection in the state territory that featured the concentration of these units in the Serra do Mar - Paranapiacaba, followed by the Atlantic Plateau, in contrast to the rest of state that has large gaps and isolated conservation units. The current protected area in such category reaches 3.8% of the state territory. The final results showed that the knowledge of the state native phytogeography must be improved to express its real original diversity, and the relief must be the territorial base for this organization, since it adds botanical, climatic and soil data. It is suggested that the new mapping proposal adopts a digital platform and scales between 1:250,000 and 1:500,000, besides a physiognomical-ecological classification for the upper levels, accepting subdivisions based on flora or specific environmental conditions. The terminology should be that proposed by the IBGEs Brazilian vegetation official map, adapted to to more localized conditions. The better the conceptual and information bases are, the better will be the actions focused on biodiversity conservation or restoration, as well as processes of environmentalterritorial planning. Thus, the lack of proper phytogeographical knowledge may induce actions that lead to bio-simplification and make more and more easier the homogenization of landscapes.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-18062012-104957 |
Date | 25 October 2011 |
Creators | Jordão, Silvia |
Contributors | Colangelo, Antonio Carlos, Neves, Fábio Olmos Corrêa |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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