O campo da Psicanálise e Educação se sustenta em um entendimento do educar como sendo da ordem de uma profissão impossível. Não há garantias dos resultados na medida em que a relação entre meios e fins não é previsível. É a partir desse pressuposto ético que a questão acerca dos efeitos de uma política do analista no campo educativo se fez ouvir. Para depreendermos um entendimento sobre o tema específico de uma política própria à psicanálise, estabelecemos um debate com autores contemporâneos que recortaram essa questão no escopo freudo-lacaniano. Ao trabalharmos com os discursos propostos por Lacan, acessamos as políticas próprias a cada um deles e empreendemos uma análise das políticas públicas em Educação Infantil tomando-os como operadores de leitura. Desse debate foram extraídos três eixos de análise políticas assistencialistas, diagnósticas e preditivas que evidenciaram que a Educação Infantil vem sendo agenciada predominantemente sob a égide do discurso universitário ou do capitalista na contemporaneidade. Demonstramos que a própria teoria psicanalítica também é apropriada em diversos momentos como mais um saber explicativo acerca dos impasses escolares e educativos, mas isso não se configura como um exemplo do agenciamento da política do analista. Apresentamos a articulação entre a ética e a política na psicanálise e fundamentamos que a política do discurso analítico visa a permitir que o sujeito se separe de uma posição alienada a um saber que lhe é extrínseco. Assim, o psicanalista que trabalha na fronteira com a educação busca possibilitar que o educador se pergunte acerca desses saberes pedagógicos hegemônicos de modo a encontrar uma resposta singular que o autorize a se lançar na prática educativa, mesmo não havendo garantias de antemão dos resultados a serem alcançados. / The field of Psychoanalysis and Education is based on an understanding of educating as being an impossible profession. There is no guarantee of results insofar as the relationship between means and ends is not predictable. The whole issue of the effects of the analyst\'s politics in the educational field was based on this ethical assumption. In order to formulate an understanding of the issue of a psychoanalysis own politic contemporary authors who managed this issue in the Freudo-Lacanian scope were examined. The specific politics of each of the discourses proposed by Lacan were used as reading operators to analyze public policies in Early Childhood Education. Three axis for analysis were adopted: assistentialist, diagnostic and predictive politics. It became evident that in contemporaneity Early Childhood Education has been predominantly organized in line with the university or the capitalist discourse. We have shown that psychoanalytic theory itself is also undertaken as yet another explanatory knowledge about school and educational difficulties, although that should not be regarded as an example of agency of the analyst politics. The articulation between ethics and politics in psychoanalysis is discussed and we argue that the politics of the analytic discourse aims to allow the subject to break away from an alienated position to a knowledge that is extrinsic to him. Thus, the psychoanalyst who works on the frontier with education seeks to enable the educator to ask about the hegemonic pedagogical knowledge in order to find a singular answer that allows him to embrace the educational practice, even though there is no guarantee of the results to be achieved.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-05122017-171022 |
Date | 30 August 2017 |
Creators | Fonseca, Paula Fontana |
Contributors | Voltolini, Rinaldo |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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