Return to search

Análise psicodinâmica do trabalho no tribunal de justiça do Amazonas: uma aplicação da clínica do trabalho e da ação.

Made available in DSpace on 2015-04-11T13:59:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Wiulla Garcia.pdf: 836620 bytes, checksum: fe031ac147e7c138e0917c3ebb807e8d (MD5)
Previous issue date: 2011-03-23 / Esta pesquisa teve o propósito de compreender a psicodinâmica do trabalho nas varas
criminais do Tribunal de Justiça do Amazonas, analisando a organização do trabalho, as
vivências de prazer-sofrimento, as estratégias defensivas e de mobilização subjetiva, e as
formas de adoecimento, com o objetivo de propor intervenções que contribuam para a
promoção de saúde neste espaço de trabalho. O referencial teórico-metodológico foi a
Psicodinâmica do Trabalho, tendo sido aplicada a clínica do trabalho e da ação preconizada
por Christophe Dejours. Nesta perspectiva o espaço coletivo da fala e da escuta é aspecto
central para a coleta e interpretação dos dados. A clínica do trabalho seguiu as seguintes
etapas: pré-pesquisa; pesquisa propriamente dita que abrange os momentos da análise da
demanda, análise do material de pesquisa, observação clínica e interpretação; e a validação. O
estudo mostrou que a organização do trabalho no Judiciário amazonense tem estrutura
herdada das relações coloniais de trabalho, com divisão de trabalho marcada entre aqueles que
pensam e os que executam, e sobrecarga de atividades. A diferença entre o trabalho prescrito
e real é evidenciado pela grande quantidade de procedimentos (leis) a cumprir em detrimento
da insuficiência de recursos e do volume de processos judiciais. As relações de trabalho
apresentam traços do favoritismo, que ora beneficia os servidores, ora os prejudica. As
vivências de prazer-sofrimento são expressas, de um lado, pelo mal-estar relacionado ao
sentimento de injustiça derivado da desigual gestão do trabalho, à responsabilidade atribuída
aos trabalhadores pelo insatisfatório atendimento ao público, à sensação de impotência, e de
outro lado, pelo bem-estar decorrente do contato direto com a população, o que desperta nos
servidores a sensação de contribuição social. Como estratégia de mobilização subjetiva foi
identificada a empatia mobilizada pelos trabalhadores para compreender a situação dos réus
presos, cujos processos dependem de algum procedimento realizado em seus cartórios. As
estratégias de defesas são: a racionalização ligada à ideia de que no serviço público as
evoluções dependem de esferas e decisões superiores e que por isso as possibilidades de
transformação da organização do trabalho são mínimas; as fofocas, que tem o propósito de
aliviar o sofrimento gerado pelo enfrentamento das insatisfatórias condições de trabalho; as
ameaças aos chefes ou colegas de trabalho como um modo de se defender da culpa que lhes
são atribuídas como consequências da lentidão do Judiciário; e o isolamento. Observou-se que
a falta de cooperação entre os trabalhadores e de reconhecimento por parte da instituição
dificulta a transformação do sofrimento e se constitui como um risco de adoecimento. A
experiência da clínica do trabalho se mostrou positiva, servindo como modelo para a pesquisa
e atuação profissional em Psicodinâmica do Trabalho.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:http://localhost:tede/2845
Date23 March 2011
CreatorsGarcia, Wiulla Inácia
ContributorsMoraes, Rosangela Dutra de
PublisherUniversidade Federal do Amazonas, Programa de Pós-graduação em Psicologia, UFAM, BR, Faculdade de Psicologia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM, instname:Universidade Federal do Amazonas, instacron:UFAM
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation-4024199501806099093, 600

Page generated in 0.0022 seconds