A isoflavona é uma substância natural, com atividade estrogênica, amplamente distribuída no reino vegetal. As concentrações destes compostos são relativamente maiores nas leguminosas e, em particular, na soja (Glycine max). Sendo que as principais isoflavonas encontradas na soja e seus derivados são a genisteína, a daidzeína e a gliciteína. A soja e seus constituintes são consumidos em níveis elevados por várias populações asiáticas há séculos, sem qualquer efeito adverso aparente. Porém, a preocupação levantada a partir dos potenciais efeitos adversos da atividade estrogênica das isoflavonas, requer diversos estudos de segurança com o uso das preparações fitoterápicas contendo soja, Glycine max (L.) Merr. O presente trabalho avaliou os efeitos da administração de uma formulação fitoterápica contento Glycine max (L.) Merr., durante o período de organogênese em ratas Wistar. As ratas foram tratadas, por via oral durante o 6° ao 15° dia de gestação. Os grupos estudados receberam: 1,72 mg/kg/dia (OSI); 8,60 mg/Kg/dia (OS2) e 17,20 mg/kg/dia (OS3) da uma formulação fitoterápica (Soyfeme®),o grupo controle negativo (OC-) o veiculo (água destilada) e o grupo controle positivo (OC+) 4,27 mg/kg de isoflavonas (aproximadamente 45% de genisteína, 23% de daidzeína e 4% de gliciteína). Foi avaliada a toxicidade materna e a embriofetotoxicid.ade. Os resultados revelaram toxicidade materna mínima. Na avaliação do consumo diário de ração das progenitoras foi evidenciando diferença estatisticamente significativa (p<0,05) no consumo de ração no 21° dia de gestação: OC+ (7,42g ±1,01),OSl (7,40g:t 0,94), OS2 (7,44g ± 1,49) e OS3 (7,48g ± 1,25), quando comparados ao OC- (6,46g ± 1,85).No entanto, a mesma diferença não foi identificada na avaliação do ganho relativo de massa corporal materna (p>0,05). Porém, na avaliação do peso corporal individual dos filhotes o grupo OS3 (4,81 ± 0,41) demonstrou diferença estatisticamente significativa (p<0,05), em relação aos demais grupos: OC- (5,18 ± 0,44); OC+ (5,13 ± 0,54); OS 1 (5,00 ± 0,43); OS2 (5,07 ± 0,67). As progenitoras também apresentaram alteração macroscópica na parede uterina representadas como petéquias: OC- (0/12); OC+ (0/12); OSI (0/12); OS2 (7/12) e OS3 (9/12), evidenciando diferença estatisticamente significativa (p<0,05). Os filhotes expostos à formulação comercial e à mistura de isoflavona demonstraram alterações macroscópicas externas através de hematomas cutâneos os quais não ocorreram na mesma proporção (p<0,05) entre os grupos: GC- (0/122), GC+ (23/1 17), GSI (23/12 I ), GS2 (20/109), GS3 (40/121), maior ocorrência de variantes esqueléticas evidenciando diferença estatisticamente significativa (p<O,05): GC- (15,57/122), GC+ (18,80/117), GS1 (35,53/121), GS2 (37,61/109), GS3 (42,14/121) e retardo no desenvolvimento de centros de ossificação evidenciando diferença estatisticamente significativa (p<0,05) em relação aos grupos controles: GC- (15,57/122), GC+ (18,80/117), GSl (35,53/121 ), GS2 (37,61/109), GS3 (42,14/121). Desta forma, sugere-se que esta formulação fitoterápica, contento Glycine max (L.) Merr., pode alterar a gestação das remeas tratadas; entretanto, não apresenta potencial para má-formações ósseas até 17,20 mg/kg/dia, em ratos Wistar. / lsoflavone is a natural substance, with estrogenic activity, widely distributed in the vegetable kingdom. The concentrations of these compositions are relatively higher in the leguminous plants and, mainly, in soy (Glycine max). The main isojlavones found in soy and its derivates are genistein, daidzein, and glycitein. Soya and its constituents have been consumed at high levels by several Asian populations for centuries, without any apparent adverse elfects. However, the preoccupation that emerged due to potential adverse e.ffects of this estrogenic activity of the isojlavones requires several safety studies with the use of phytotherapic preparations containing soy, Glycine max (L.) Merr. The present study evaluated the e.ffects of the administration of a phytotherapic formulation containing Glycine max (L.) Merr., during the organogenesis period in Wistar rats. The rats were treated, orally, from the (6th to the 15th day of gestation. The groups studied received: 1.72 mg/kg/day (GSl); 8.60 mg/Kg/day (GS2) and 17.20 mg/kg/day (GS3) of a phytotherapic formulation (Soyfeme®), the negativecontrol group (GC-) the vehicle (distilled water) and positive control group (GC+) 4.27 mg/kg of isojlavones (approximately 45% of genistein, 23% of daidzein, and 4% of glycitein). The maternal toxicity and the embryolfetotoxicity were evaluated. The results showed minimal maternal toxicity. ln the evaluation of the daily consumption of ration of the progenitors, a statistically significant di.fference (p<0.05) in the consumption of the ration on the 21st day of gestation was showed: GC+ (7.42g ± 1.01), GSl (7.40g ± 0.94),GS2 (7.44g ± 1.49)and GS3 (7.48g ± 1,25), when compared to GC- (6.46g :1:1.85). However, the same difference was not identified in the evaluation of the relative gain of maternal body mass (p>0.05). However, in the evaluation ofthe individual body weight ofthe pups, the group GS3 (4.81:1: 0.41) showed a statistically significant di.fference (p<0.05) in relation to the other groups: GC- (5.18 ± 0.44); GC+ (5.13 ± 0.54); GSl (5.00 ± 0.43); GS2 (5.07± 0.67). The progenitors also showed macroscopic alteration on the uterine walls represented as petechiae: GC- (0/12): GC+ (0/12); GSl (0/12): GS2 (7/12) and GS3 (9/12), evidencing a statistically significant difJerence (p<0.05). The pups exposed to the commercial formulation and the mix of isoflavones showed external macroscopic alterations, cutaneous hematomas, which did not occur in the same proportion (p<0.05) among the groups: GC- (0/122), GC+ (23/117), GS1 (23/121 ). GS2 (20/109), GS3 (40/121), a greater occurrence rate of skeletal variants evidencing a statistically significant difference (p<0.05): GC- (15.57/122), GC+ (18.80/117), GS1 (35.53/121), GS2 (37.61/109), GS3 (42,14/121) and retardation in the development of the ossification centers, evidencing a statistically significant difference (p<0.05) in relation to the control groups: GC- (15.57/122), GC+ (18.80/117), GS1 (35.53/121), GS2 (37.61/109), GS3 (42.14/121). This way, it is suggested that this phytotherapic formulation containing Glycine max (L.) Merr. can alter the gestation of the females treated; however, it does not have any potential for bone malformation at a dose of up to 17.20 mg/kg/day, in Wistar rats.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/16327 |
Date | January 2009 |
Creators | Bortolini, Carlos Eduardo |
Contributors | Mello, Joao Roberto Braga de |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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