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Processos identificatórios de adolescentes negros(as) : a escola como potencializadora de espaços identitários

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2017. / Submitted by Albânia Cézar de Melo (albania@bce.unb.br) on 2017-04-20T12:49:10Z
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2017_NatháliaPereiradeOliveira.pdf: 1266346 bytes, checksum: a6852eefdac4b0ca87e3a9344134b408 (MD5) / O processo de tornar-se negro possui implicações tanto no sentido de aproximar-se da negritude quanto de desvincular-se de aspectos pejorativos dirigidos à população negra. Este trabalho, apoiado no referencial teórico psicanalítico, teve como tema as relações étnico-raciais no âmbito escolar. Tal recorte de tema e de contexto justificou-se pela necessidade de aproximação de outros espaços, que não o da clínica psicanalítica, que contribuam para o entendimento das dinâmicas de constituição do sujeito. Esta articulação entre psicanálise e educação intensifica-se quando se trata especificamente de relações étnico-raciais, sendo que este tema pode ser invisibilizado tanto pela prática psicanalítica como no contexto escolar. Sabe-se que o estudo da história da África, dos africanos, da luta, da cultura e da participação da população negra na formação da sociedade nacional está previsto para o Ensino Médio na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394 de 1996), seria possível supor, portanto, que esta temática fosse abordada nas escolas, ainda que em caráter transversal. No entanto, percebe-se que o tema está em processo de implementação, o que se evidencia no fato de que livros didáticos e posturas dentro e fora de sala não condizem com o que é proposto teoricamente. No que se refere ao discurso psicanalítico, pode-se dizer que a escuta de um(a) negro(a) não difere da de qualquer outro sujeito, a não ser pela particularidade de que o sofrimento e preconceito sofridos referem-se a uma cor e corpo marcados historicamente, o que implica na forma como este sujeito se constitui. Dessa forma, pode-se pensar que, sem referenciais de identificação, o ideal de eu do(a) negro(a) brasileiro(a) passa a ser branco. Entende-se, no contexto desta pesquisa, que a escola pode configurar-se enquanto espaço comprometido com a diversidade, e, nesse sentido, construir possíveis referenciais identificatórios para o(a) estudante negro(a) que não dizem respeito a um evidenciamento da branquitude. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa foi compreender as relações que adolescentes negros(as) estabelecem entre seus processos identificatórios e os discursos e práticas difundidaos na escola sobre as relações étnico-raciais. Foram objetivos específicos: (1) compreender as concepções que os(as) adolescentes negros(as) têm a respeito do que é ser negro, e (2) identificar os discursos e práticas sobre relações étnico-raciais difundidos dentro da escola, a partir da fala dos(as) estudantes negros(as). Tal pesquisa configurou-se como qualitativa e baseou-se no método psicanalítico de investigação e interpretação. Como procedimentos, foram utilizados grupos de discussão e entrevistas com adolescentes autodeclarados(as) negros(as), proporcionando um espaço de escuta no qual os(as) estudantes pudessem manifestar suas concepções a respeito da temática proposta. Foi possível observar que os(as) estudantes se perceberam enquanto pessoas negras a partir da marcação, de modo pejorativo, de uma diferença. A escola apareceu como um contexto no qual a discriminação era evidenciada e onde foram encontradas formas escassas de identificação positiva com a negritude, levando os(as) adolescentes a procurarem outros referenciais de identificação. No entanto, foi possível perceber a escola enquanto contexto potencializador de espaços identitários diferentes daqueles estabelecidos por um discurso hegemônico. / The process of becoming black has implications in the sense of approaching blackness and of detachment from pejorative aspects targeted at the black population. This work, based on the psychoanalytic theory, discussed about the ethnic-racial relations in a school context. Both the choice of theme and context was justified by the need to approach other contexts, different than psychoanalytic clinics that contribute to the understanding of the dynamics of the constitution of the subject. This articulation between psychoanalysis and education is intensified when it comes specifically to ethnic-racial relations, because this theme may be invisible both by psychoanalytic practice and in the school context. It is known that the study of the History of Africa, the Africans, the struggle, the culture and the participation of the black population in the formation of the national society is foreseen for the Secondary Education in the Law of Directives and Bases of the National Education (LDB 9.394 of 1996), it would be possible to suppose that this subject was approached in the schools. However it is perceived that the theme is in the process of implementation, which is evidenced in the fact that textbooks and postures inside and outside the classroom do not match what is theoretically proposed. With the psychoanalytic discourse, it can be said that listening to a black person does not differ from that of any other subject, except for the particularity that the prejudice suffered refer to a black color and body, which implies directly in the way this subject is constituted. In this way, we can think that, without reference frames, the self-ideal of the black people becomes white. It is understood, in the context of this research, that the school can be configured as a space committed to diversity, and, in this sense, to construct possible identification references for the black. Thus, the purpose of this research was to understand the relationships that black adolescents establish between their identification processes and the discourses and practices disseminated in the school about ethnic-racial relations. Specific objectives were: (1) to understand black adolescents' conceptions of what it is to be black, and (2) to identify discourses and practices about ethnic-racial relations disseminated within the school, from of the black students' speech. Such research was set up as qualitative and was based on the psychoanalytic method of investigation and interpretation. As procedures, discussion groups and interviews with black self-declared adolescents were used, providing a space for listening in which the students could express their conceptions about the proposed theme. It was possible to observe that the students perceived themselves as black people from the pejorative marking of a difference. The school appeared as a context in which discrimination was evidenced and where there were few forms of positive identification with blackness, leading adolescents to look for other references of identification. However, it was possible to perceive the school as a potential context of identity spaces different from those established by a hegemonic discourse.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/23354
Date20 March 2017
CreatorsOliveira, Nathália Pereira de
ContributorsPulino, Lúcia Helena Cavasin Zabotto
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
RightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess

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