Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-25T21:54:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1
293190.pdf: 5210961 bytes, checksum: dea1422d57dbbeda013bf55faffcaf4c (MD5) / Os Areais da Ribanceira de Imbituba/SC correspondem a uma área de uso comum caracterizada como um mosaico de restinga, capoeiras e roças. É uma área de grande interesse conservacionista, na qual a comunidade local propôs junto ao Ministério do Meio Ambiente a criação de uma Unidade de Conservação de uso sustentável. O principal motivo dessa proposta é a permanência no local dos agricultores que têm como principal atividade a agricultura em pequena escala baseada em uso e pousio da terra, sendo seus principais cultivos as variedades locais de mandioca, milho e melancia. Como uma das consequências deste tipo de atividade está o aumento da agrobiodiversidade e a manutenção da biodiversidade da região. Entre as plantas da restinga que permanecem neste local está o Butia catarinensis Noblick & Lorenzi, uma espécie recém descrita como endêmica da restinga do sul do Brasil, que apresenta forte relação com os moradores da região. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o conhecimento ecológico e botânico local dos agricultores dos Areais da Ribanceira sobre a B. catarinensis, bem como suas formas e finalidades de uso, formas de coleta e manejo; buscou reunir informações sobre a cadeia produtiva; e buscou entender como o manejo da forma que é feito atualmente pode influenciar na reposição de indivíduos dessa população. No total foram 38 entrevistas, sendo 31 com agricultores, cinco com sorveterias, uma com um intermediário e uma com uma produtora de Florianópolis. Foram registradas informações quanto à nomenclatura específica para as partes da planta do butiá, variedades locais reconhecidas, épocas de floração e frutificação, 18 diferentes finalidades de usos, 23 diferentes animais/grupos de animais que se alimentam do butiá, e 14 diferentes visitantes florais. Foram registradas três formas principais de coleta: uma para fim alimentício imediato, outro para fim alimentício da unidade familiar e o terceiro para fins comerciais. Sobre a cadeia produtiva: o butiá extraído da região dos Areais da Ribanceira é comercializado tanto in natura quanto na forma de sorvetes e picolés no município de Florianópolis. Atingindo os mais variados públicos uma vez que as sorveterias de Imbituba apresentam mais de 300 quiosques ao longo do trajeto Imbituba - Florianópolis, assim como a fabrica de Florianópolis comercializa seus produtos dentro dos três maiores shoppings centers da ilha. Sobre a estrutura populacional da espécie, as seis diferentes áreas amostradas apresentaram diferentes padrões de distribuição. Não houve correlação entre altura e produtividade, mas foi verificada correlação negativa entre densidade de adultos e produção de cachos. Percebe-se uma forte relação da comunidade com o ambiente de restinga e com o butiá. Também se percebe o grande potencial de mercado de produtos provenientes desta planta como um todo. Deste modo estimula-se o manejo local da agrobiodiversidade através da manutenção e permanência de pequenos agricultores, seja através de agricultura familiar ou comunitária, que em conjunto com o manejo esclarecido e monitorado da biodiversidade nativa da Mata Atlântica e sua coleta em baixa escala permite a permanência de pequenas comunidades em locais de interesse conservacionista.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95188 |
Date | January 2011 |
Creators | Sampaio, Leonardo Kumagai Antunes |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Hanazaki, Natália, Peroni, Nivaldo |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 136 p.| il., grafs., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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