O retorno do ensino superior tem sido objeto de estudo na literatura econômica por décadas, mas pouca evidência foi documentada sobre o prêmio salarial de frequentar as universidades mais seletivas no mercado de trabalho. Especialmente no Brasil, país no qual o ensino superior é visto como o fator primordial para a ascensão social, torna-se cada vez mais relevante compreender o papel do diploma de elite nos rendimentos futuros. Neste trabalho, estima-se o prêmio salarial de frequentar a Universidade de São Paulo (USP), uma das universidades mais importantes e seletivas do país, aproveitando-se dos grupos dos aprovados e não aprovados ao redor da nota final de corte. Como estratégia empírica, utiliza-se a abordagem de regressões descontínuas (fuzzy RD) para solucionar possíveis problemas de seleção frequentemente discutidos na literatura. Na amostra de indivíduos empregados no setor formal, não se observa retorno salarial significativo de frequentar a USP. No entanto, o contrafactual é amplo e possivelmente inclui cursos superiores qualificados, como os oferecidos por outras instituições públicas. Isso, aliado à localidade da estimação, pode subestimar o efeito agregado. Ao investigar as maiores carreiras do vestibular, poucas apresentam retorno diferente de zero nas medidas salariais (rendimento médio anual e salário médio de dezembro). Contudo, não é possível excluir que diferenças salariais possam existir em regimes de trabalho mais flexíveis, como nas profissões liberais, ou que o mercado assalariado não distingua instituições de nível superior, uma vez que apenas salários formais são considerados na estimação. Por grupo socioeconômico, candidatos que fizeram ensino médio e fundamental estritamente em escola pública apresentam retornos positivos de frequentar a USP. Não foram encontradas diferenças de retorno salarial entre homens e mulheres nem entre PPI (pretos, pardos ou indígenas) e brancos. Por fim, também não são documentados efeitos sobre tempo de emprego formal e número de vínculos empregatícios. Os resultados encontrados incitam uma série de discussões sobre políticas educacionais, especialmente aquelas relacionadas à expansão de vagas no ensino superior. / The return to higher education has been studied in the literature for decades, but there is little evidence regarding the wage premium of attending the most selective universities in the labor market. Especially in Brazil, where higher education is a crucial element to upward mobility, a broader comprehension about the role of the elite degree in future earnings becomes even more relevant. Hence, I estimate the wage premium of attending the University of São Paulo (USP), one of the largest and most selective universities in the country, by taking advantage of two groups around the admission grade cutoff - those admitted and those not admitted at the university. This study utilizes the Regression Discontinuity Design (fuzzy RD) to solve possible selection problems frequently discussed by the literature. In the sample of those employed in formal sector, there is no significant wage return to attending USP with respect to the counterfactual. However, the counterfactual is broad and possibly includes qualified majors, such as those offered by other public universities. This fact, combined with local estimates, can underestimate the aggregate effect. When investigating the returns in the major careers of the college entrance exam, few of them exhibit returns different from zero in the wage measures (average annual income and the average salary in December). Yet, it is not possible to exclude that wage differences might exist in more flexible work relationships, as in the liberal professions, or that the formal labor market does not distinguish higher education institutions, since we only have earnings data from formal employment. When taking socioeconomic groups into account, only candidates who studied exclusively in public schools present positive returns to attending USP. There were no differences in the wage returns neither between men and women nor between non-white and white candidates. Finally, there are no effects on formal employment tenure and number of employment relationships. The results documented in this paper trigger a series of debates regarding educational policies, especially those related to the expansion of higher education.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-08102018-155144 |
Date | 09 August 2018 |
Creators | Gabriel Guimarães Leite |
Contributors | Fernanda Gonçalves de La Fuente Estevan, Bruno Ferman, Ricardo de Abreu Madeira, Vladimir Pinheiro Ponczek |
Publisher | Universidade de São Paulo, Economia, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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