Return to search

A paródia a serviço de um projeto de literatura nacional: teoria do medalhão de M. de Assis

Made available in DSpace on 2016-04-28T19:59:18Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Cilene Trindade Rohr.pdf: 1344775 bytes, checksum: fa9ab60656ec3c71a7d14320cf26f7b4 (MD5)
Previous issue date: 2009-06-30 / Our study focused on the short story Theory of Medallion (1881), of Machado de Assis, with the aim of studying how the author articulates the use of parody understood in its double sense of parallelism and reversal in light of the theoretical foundations of Hutcheon (1995) for whom the parody is ironic "trans-contextualizing", that is, repetition with critical difference and Bakhtin (1993), which highlights the dialogical structure of parody speech: a "premeditated hybrid" between the parodied speech and the one which parodies it, without, however, destroying it. Although there are some studies in the critical fortune of this short story that go in that direction, such as: Almeida (2006) and Rego (1989), we would deal with parody under another perspective, that is, in the context of the serious-comic tradition, especially the Menippean satire, whose dialogical root is closely examined by Bakhtin as the original cell of Romanesque speech. It is under such strain which Machado was explicitly influenced by, as he has obliquely registered in a metafictional passage on Theory of Medallion: "you must not only use the irony, this movement at the corner of the mouth, full of mysteries, invented by a Greek of the decadence, contracted by Lucian, transmitted to Swift and Voltaire, common feature of the skeptical and insolent " that the subtitle "Dialogue" is materialized as a parody of a gender included in the tradition of the classical Platonic dialogues. By means of discourse analysis of the ambivalent Machadian short story, we point out the moments in which he was under a different discourse - that of The Republic of Plato - which now approached, now pushed away, in an alternate game of hiding-revealing in the manner of Machado, a reader of Lucian of Samosata. Our goal, however, was not only to unveil the parody construction within the narrative structure. We also intended, through this exemplary short story inside the short stories of the author, to reflect on the formative aspect that engenders, either at the level of gender as a hybrid of, at least, three matrices: the serious-comic of Menippean, the Platonic dialogue and the essay or "story-theory" (Bosi, 1999) or at the level of Machadian project of national literature whose cornerstone is the formation of a skillful reader capable of understanding, through an inside out reading, the critical hidden under the supposed praise of the picture of the medallion, typical successful citizen of the Brazilian society of the nineteenth century, which is nourished only of appearances / Nosso estudo centrou-se sobre o conto Teoria do Medalhão (1881), de Machado de Assis, tendo por objeto de investigação o modo como o autor articula o recurso da paródia entendida no seu duplo sentido de paralelismo e inversão à luz dos fundamentos teóricos de Hutcheon (1995), para quem a paródia é transcontextualização irônica, isto é, repetição com diferença crítica e Bakhtin (1993), que destaca a estrutura dialógica do discurso paródico: um híbrido premeditado entre o discurso parodiado e aquele que o parodia, sem, contudo, destruí-lo. Embora haja na fortuna crítica desse conto alguns estudos que caminham nessa direção, como os de: Almeida (2006) e Rego, (1989), aqui trataremos da paródia sob uma outra perspectiva, isto é, no contexto da tradição do sério-cômico, especialmente da sátira menipéia, cuja raiz dialógica é analisada rigorosamente por Bakhtin como célula originária do discurso romanesco. É no âmbito dessa linhagem - à qual Machado explicitamente se filia, conforme deixa registrado obliquamente num lance metaficcional em Teoria do Medalhão: somente não deves empregar a ironia, esse movimento ao canto da boca, cheio de mistérios, inventado por algum grego da decadência, contraído por Luciano, transmitido a Swift e Voltaire, feição própria dos céticos e desabusados. que o subtítulo Diálogo se materializa enquanto paródia de um gênero inscrito na tradição clássica dos diálogos platônicos. Por meio da análise do discurso ambivalente do conto machadiano, pudemos apontar os momentos nos quais havia sob ele um outro discurso o de A República de Platão do qual ora se aproximava, ora se distanciava, num jogo alternado de ocultar-revelar, bem ao gosto de um Machado leitor de Luciano de Samósata. Nosso objetivo, porém, não se limitou apenas ao desvelamento da construção paródica no âmbito da estrutura narrativa. Pretendemos, outrossim, por meio desse conto exemplar dentro da obra contística do autor, refletir sobre o aspecto formativo que engendra, seja em nível de gênero enquanto híbrido de, ao menos, três matrizes: o sério-cômico da menipéia, o diálogo platônico e o ensaio ou conto-teoria (Bosi, 1999) , seja em nível do projeto machadiano de literatura nacional cuja pedra de toque está na formação de um leitor capaz de perceber, por meio de uma leitura dos avessos, a crítica oculta sob o pretenso elogio da figura do medalhão, típico cidadão bem sucedido da sociedade brasileira do século XIX, que se nutria, apenas, das aparências

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/14903
Date30 June 2009
CreatorsRohr, Cilene Trindade
ContributorsOliveira, Maria Rosa Duarte de
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária, PUC-SP, BR, Literatura
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0026 seconds