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A vivência afetivo-sexual de casais inférteis / The sexual affective experience of infertile couples

A pesquisa aqui relatada foi realizada com 08 casais inférteis em tratamento na Unidade de Medicina Reprodutiva e Imaginologia de um hospital-escola do interior paulista. A fim de compreendermos o instigante fenômeno da infertilidade, acessamos a vivência desses colaboradores mediante uma questão norteadora: Gostaria que você contasse para mim a sua vivência afetivo-sexual durante o namoro, a partir de seu casamento, quando decidiram engravidar, quando perceberam que tinham dificuldade de engravidar e durante a trajetória clínica da investigação e tratamento da infertilidade. Para análise de seus relatos, utilizamos a metodologia qualitativa, alicerçada na fenomenologia, que consiste na leitura e releitura dos depoimentos, discriminção das unidades de significado, elaboração de categorias e identificação das convergências e divergências encontradas em seus discursos. Para o entendimento de suas declarações, nos apoiamos nas perspectivas psicológica, biológica, sociocultural, histórica e da sexologia. Ao analisarmos os depoimentos, destacaram-se as seguintes categorias de significado: 1) Lembranças do tempo de namoro; 2) A arte do convívio a dois; 3) Desvendando a intimidade sexual; 4) A busca por uma ajuda especializada; 5) O estigma da infertilidade; 6) O filho como projeto de vida; 7) A menstruação como marcador de (in)sucesso do tratamento. Como resultado, percebemos que os casais planejam uma família com filhos biológicos, ou seja, uma família nuclear: pai, mãe, filho, partindo do pressuposto que eles têm o controle da função reprodutora. Entretanto, ao deparar-se com a dificuldade de engravidar, buscam um culpado pela infertilidade. Tornam o sexo mecânico, voltado só para a procriação, sentem-se estigmatizados por sua importência e veem a menstruação como sinônimo de fracasso do tratamento. A perda do controle da função procriadora os leva a buscar por novas tecnologias de RHA. E diante do insucesso do tratamento, muitos casais partem para a adoção, construindo uma família adotiva. / The research reported here was conducted with 08 infertile couples undergoing treatment at the Reproductive Medicine and Imaginology Unit of a teaching hospital in the countryside of Sao Paulo state. In order to understand the intriguing phenomenon of infertility, we assessed the experience of these couples by one question: I would like you to tell me your experience during sexual-affective relationship when you were dating, after getting married, when you decided to get pregnant, when you realized you had difficulty to get pregnant and during the course of clinical research and treatment of infertility. For analysis of their reports, we used a qualitative methodology based on phenomenology, which consists of reading and rereading of testimonies, discrimination of the units of meaning, development of categories and identification of similarities and differences found in their speeches. In order to understand their statements, we rely on the psychological, biological, sociocultural and historical perspectives as well as sexology. In reviewing the testimonies, the highlights are the following categories of meaning: 1) Memories of time of dating, 2) The art of living as a couple, 3) Revealing sexual intimacy; 4) The search for expert help, 5) The stigma of infertility, 6) The child as a life project; 7) The menstruation as a marker of (un) successful treatment. As a result, we realized that couples plan a family with biological children, that is, a nuclear family: father, mother, son, assuming that they have the control of reproductive function. However, when faced with the difficulty of getting pregnant, they seek something to blame for infertility. Sex becomes mechanic, aiming at procreation only; they feel stigmatized by their impotence and see menstruation as a synonym for treatment failure. The loss of control of the procreative function leads to the search for new AHR technologies. And faced with the failure of treatment, many couples decide to adopt a child, building an adoptive family.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-14082011-170230
Date07 December 2010
CreatorsPerissini, Ana Larissa Marques
ContributorsBruns, Maria Alves de Toledo
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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