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Saúde mental na estratégia saúde da família: uma compreensão a partir da fenomenologia de Edith Stein / Saúde Mental na Estratégia Saúde da Família: uma compreensão a partir da Fenomenologia de Edith Stein

SILVA, N. H. L. P. Saúde Mental na Estratégia Saúde da Família: uma compreensão a partir da Fenomenologia de Edith Stein. 2011, 210 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Orientadora: Carmen Lucia Cardoso. RESUMO O incentivo ao desenvolvimento de ações de saúde mental direcionadas aos territórios e às comunidades é uma política mundial atual, resultante de transformações originárias da superação de modelos asilares. No Brasil, intensas mobilizações sociais provocaram aberturas para novas ações e políticas no âmbito da saúde mental. No que tange à atenção primária, a Estratégia Saúde da Família, visa à revisão de conceitos e práticas, ao incluir a possibilidade de ações que abarquem o cultural e as relações entre as pessoas. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi compreender a saúde mental na Estratégia Saúde da Família (ESF) a partir de uma leitura fenomenológica. Temos, portanto, como referencial para analise a fenomenologia clássica pautada pelos estudos de E. Husserl e E. Stein. Realizamos 18 entrevistas abertas, sendo 12 com profissionais de duas equipes de Saúde da Família e com três usuários em sofrimento psíquico e seus familiares, vinculados às respectivas unidades. Solicitamos que cada participante descrevesse suas vivências de saúde mental, a partir da instrução norteadora. \"Você pode me contar um pouco sobre suas experiências de Saúde Mental?\". As entrevistas foram aúdio-gravadas, transcritas na íntegra e analisadas de acordo com a perspectiva adotada. Para o aprofundamento da análise, selecionamos oito entrevistas, considerando o envolvimento dos participantes e a riqueza dos conteúdos. Dividimos a análise em duas etapas: Na primeira, foi realizada uma descrição sintética dos relatos individuais, sinalizando alguns elementos centrais que se revelaram a nós. Mantivemos a ordem temporal das falas, no intuito de evidenciá-las evitando repetições e mostrando os recortes selecionados por meio de transcrições literais, na segunda etapa, confrontamos tais relatos com os fundamentos da fenomenologia de Stein, especificamente fizemos uma análise fenomenológica a partir das noções de indivíduo e de comunidade, procurando problematizar três aspectos: a vivência comunitária como potencialidade presente na ESF; a equipe de Saúde da Família enquanto comunidade; por fim, a ESF enquanto Comunidade Estatal. Tal percurso de análise revelou um importante caminho de discussão e compreensão da Saúde Mental na ESF no que diz respeito ao cuidado ás comunidades, á constituição da equipe, ao papel desta enquanto representante do estado. Desvelamos necessidades e potencialidades, como a importância de estabelecermos relações entre sujeitos, pautadas pelo respeito, pela liberdade e pela solidariedade e a legitimação da singularidade como uma característica inerente ao ser humano. Além disso, sinalizamos as contribuições da fenomenologia para as práticas e ações neste contexto, como a époque fenomenológica, as fundamentações a cerca do ato de empatia, da vivencia comunitária, da constituição dos valores e da formação da pessoa. Apontamos a necessidade de uma abordagem que legitime a dupla face do ser humano nos aspectos de individualidade e de comunidade, no ideal fenomenológico de Homem e de Comunidade, que expresse a potencialidade de um autêntico amor próprio e uma autêntico amor ao próximo, superando, assim, as lógicas individualistas assistencialistas e dicotômica, que generalizam e discriminam as diversidades existentes nas experiências humanas. (CAPES e FAPESP) / SILVA, N. H. L. P. Saúde Mental na Estratégia Saúde da Família: uma compreensão a partir da Fenomenologia de Edith Stein. 2011, 210 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Orientadora: Carmen Lucia Cardoso. RESUMO O incentivo ao desenvolvimento de ações de saúde mental direcionadas aos territórios e às comunidades é uma política mundial atual, resultante de transformações originárias da superação de modelos asilares. No Brasil, intensas mobilizações sociais provocaram aberturas para novas ações e políticas no âmbito da saúde mental. No que tange à atenção primária, a Estratégia Saúde da Família, visa à revisão de conceitos e práticas, ao incluir a possibilidade de ações que abarquem o cultural e as relações entre as pessoas. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi compreender a saúde mental na Estratégia Saúde da Família (ESF) a partir de uma leitura fenomenológica. Temos, portanto, como referencial para analise a fenomenologia clássica pautada pelos estudos de E. Husserl e E. Stein. Realizamos 18 entrevistas abertas, sendo 12 com profissionais de duas equipes de Saúde da Família e com três usuários em sofrimento psíquico e seus familiares, vinculados às respectivas unidades. Solicitamos que cada participante descrevesse suas vivências de saúde mental, a partir da instrução norteadora. \"Você pode me contar um pouco sobre suas experiências de Saúde Mental?\". As entrevistas foram aúdio-gravadas, transcritas na íntegra e analisadas de acordo com a perspectiva adotada. Para o aprofundamento da análise, selecionamos oito entrevistas, considerando o envolvimento dos participantes e a riqueza dos conteúdos. Dividimos a análise em duas etapas: Na primeira, foi realizada uma descrição sintética dos relatos individuais, sinalizando alguns elementos centrais que se revelaram a nós. Mantivemos a ordem temporal das falas, no intuito de evidenciá-las evitando repetições e mostrando os recortes selecionados por meio de transcrições literais, na segunda etapa, confrontamos tais relatos com os fundamentos da fenomenologia de Stein, especificamente fizemos uma análise fenomenológica a partir das noções de indivíduo e de comunidade, procurando problematizar três aspectos: a vivência comunitária como potencialidade presente na ESF; a equipe de Saúde da Família enquanto comunidade; por fim, a ESF enquanto Comunidade Estatal. Tal percurso de análise revelou um importante caminho de discussão e compreensão da Saúde Mental na ESF no que diz respeito ao cuidado ás comunidades, á constituição da equipe, ao papel desta enquanto representante do estado. Desvelamos necessidades e potencialidades, como a importância de estabelecermos relações entre sujeitos, pautadas pelo respeito, pela liberdade e pela solidariedade e a legitimação da singularidade como uma característica inerente ao ser humano. Além disso, sinalizamos as contribuições da fenomenologia para as práticas e ações neste contexto, como a époque fenomenológica, as fundamentações a cerca do ato de empatia, da vivencia comunitária, da constituição dos valores e da formação da pessoa. Apontamos a necessidade de uma abordagem que legitime a dupla face do ser humano nos aspectos de individualidade e de comunidade, no ideal fenomenológico de Homem e de Comunidade, que expresse a potencialidade de um autêntico amor próprio e uma autêntico amor ao próximo, superando, assim, as lógicas individualistas assistencialistas e dicotômica, que generalizam e discriminam as diversidades existentes nas experiências humanas. (CAPES e FAPESP)

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-21102013-151555
Date29 August 2011
CreatorsNara Helena Lopes Pereira da Silva
ContributorsCarmen Lucia Cardoso, Angela Ales Bello, Andrés Eduardo Aguirre Antúnez, Maria Tavares Cavalcanti, Miguel Mahfoud
PublisherUniversidade de São Paulo, Psicologia, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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