A presente pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de descrever a ocorrência de moléstia degenerativa osteoarticular (MDO) em pacientes atendidos em clínica especializada de fisioterapia, caracterizando a população de estudo segundo variáveis demográficas, socioeconômicas, prática de atividades físicas, índice de massa corporal e uso anterior de fisioterapia, verificando possíveis associações com a atividade profissional, afastamento do trabalho, antecedentes familiares e freqüência de orientação médica. Foram estudados 108 pacientes encaminhados para um serviço público de fisioterapia localizado em Sertãozinho, São Paulo, com diagnóstico clínico e radiológico comprovado de MDO. O estudo identificou que a doença predomina no sexo feminino (69,4%) e na faixa etária acima de 60 anos para ambos os sexos. A obesidade é preponderante entre as mulheres (40% contra 24,3%, respectivamente). Sessenta e dois por cento dos participantes já haviam feito fisioterapia, com índices progressivamente crescentes de indivíduos das faixas etárias mais avançadas. O estudo permite ainda identificar que as áreas da coluna foram as mais comumente atingidas (64,9%), com predomínio da atividade braçal (94,5%). A maioria dos participantes referiram postura durante a atividade laborativa que favorecia o desenvolvimento da MDO, porém somente 25,9% referiram afastamento anterior do trabalho. A dor foi o principal sintoma, acometendo mais intensamente a coluna e o quadril, e os antiinflamatórios corresponderam ao medicamento mais comumente utilizado. Quarenta dos 108 participantes referiram antecedentes familiares de MDO. Tratamento cirúrgico foi indicado em 10,2% dos participantes, predominando entre os indivíduos com acometimento de joelho e naqueles com dor leve e moderada. Ocorreu predomínio dos estratos econômicos C e D, sendo que o entendimento da evolução da doença pelos participantes, independentemente do estrato econômico, foi referido por apenas 25,9% deles. As atividades laborais, embora não responsáveis pelo desenvolvimento da doença, interferiram no agravamento dos sintomas, principalmente na dor articular, sendo esta o principal fator limitante do exercício profissional. Enfatiza-se a necessidade de implantação de programas de saúde pública voltados à prevenção de MDO e atendimento multidisciplinar, integrando a fisioterapia aos serviços de atenção primária à saúde, além de priorizar o aprimoramento da relação do profissional com o paciente, de modo a fazê-lo entender sua doença e participar ativamente do processo terapêutico. / This research was carried out with the objective of describing the occurrence of osteoarthritis in patients that attended a specialized clinic of physical therapy, characterizing the studied population according to demographic and social-economics variables, practice of physical activities, Body Mass Index (BMI) variables and the prior use of physical therapy, verifying possible associations with professional activity, labor withdraw, family background and frequency of medical orientation. A hundred eight patients were studied and sent to a public clinic of physical therapy in Sertãozinho (State of São Paulo), with clinical and radiological diagnose of osteoarthritis. The study identified that the disease prevails in the female (69,4%) and at the age above 60, for both sex. Obesity is preponderant among women, (40% and 24,3%, respectively). Sixty and two percent of all the patients had been submitted to physical therapy, with progressively increasing index of elderly patients. This study also allows to identify that most commonly affected articulation was the column (64,9%), prevailing manual activity (94,5%). Most of the patients referred position during labor activity that favored the development of osteoarthritis, but only 25.9% referred previous labor withdraw. Pain was the main symptom, affecting more intensively column and hip. Antiinflammatory drugs were the most frequent medication taken by these patients. Forty out of the 108 participants referred family history of osteoarthritis. Surgical treatment was indicated in 10,2% of the participants, mostly in patients with knee involvement and those with mild to moderate pain. Predominance of economic stratus C and D was observed, and understanding the development of the disease by these patients was referred by only 25.9% of them. Labor activities, although not responsible for the development of the disease, caused worsening of symptoms, mainly in articular pain, being this one the main limitant factor in professional activity. There is a need to improve public health care programs that look forward preventing osteoarthritis, and also a multidisciplinary care for these patients, integrating physical therapy to primary public health care services, besides prioritizing the improvement of doctor/patient relationship in a way of making patients to understand their disease and to participate in the therapeutic process.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-02102006-094853 |
Date | 20 April 2006 |
Creators | Brisotti, Ivelise Paula Fiori |
Contributors | Passos, Afonso Dinis Costa |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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